O dia


Jamais diga que não disse o que disse. Jamais negue a origem sua e das suas palavras e ações. Nem designe a terceiros a missão de desdizer o que disse. O saudoso e querido amigo Ariston Pessoa de Araujo, cuja memória de empreendedor está registrado no nome do Aeroporto Regional de Jeriquaquara, chamava isso, na intimidade, de descomer. E usava o termo, com os parceiros quando era hora do retorno de um voo, a origem...vamos descomer. Desdizer é descomer. Se foi e é pra voltar, volte. Só que a palavra dita não tem volta, principalmente quando é verdade. O jornalismo, essa profissão que nos apaixona todo santo dia que Deus dá, é um dos raros momentos da vida em que não dá pra descomer. Ninguém escreve, eu acho, pra pedir  desculpa,Não existe meia verdade no jornalismo. Não existe volta no dito, quando se diz com responsabilidade, verdade e respeito à fonte, quando você mesmo não vê o fato. Tem uma equação muito antiga, nem sempre respeitada, cujo enunciado é: o quê,quem, quando,onde, como e porque. Entendeu? Dizer que não disse é feio e desrespeita uma história, mas não desdoira uma vida dedicada ao jornalismo, o verdadeiro jornalismo. Sempre é bom botar a cabeça num pano velho, um lençol fininho, numa banda de uma rede de varanda e puxar uma "palha" com o prego batido e a ponta virada. E gente a soldo pra desdizer pega muito ruim pra profissão. Ia esquecendo; a sexta feira lava o rosto do fim de semana assim...  

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