O PT vai à caça

 


Discussões com o PL e o PSB redesenham apoios no CE

Após a última semana, em que foi concretizada a escolha do candidato pedetista e o subsequente racha entre PT e PDT no Ceará, as alianças se reorganizam em torno da nova configuração no cenário local. Em meio a isso, novas pressões se formam sobre legendas que já tinham destino certo para a eleição estadual – como no caso do PSB – e indefinições deixadas para a última hora vão se resolvendo – como no caso do PL.
PSB
O PSB já estava dado como apoio certo para o PDT na eleição a governador, com o partido tendo emitido nota, às vésperas da definição sobre o candidato, afirmando que decide manter a posição hoje firmada com o aliado. “ Informamos ainda aos filiados e filiadas do PSB e aos demais militantes do 40 que, por deliberação do Diretório Estadual do PSB, a aliança com o PDT está mantida”, dizia o texto publicado ainda este mês pelo deputado federal Denis Bezerra, presidente estadual da sigla, apontando ainda que qualquer um dos nomes avaliados pelo PDT para disputar o Governo do Estado seria apoiado pela agremiação. Bezerra também compareceu à convenção estadual do PDT, neste domingo (24), que oficializou a candidatura de Roberto Cláudio ao Abolição.
Nos últimos dias, no entanto, integrantes do PSB têm defendido rever a posição da legenda após os acontecimentos da última semana, quando efetivamente criou-se um novo polo partidário para a disputa a governador, liderado pelo ex-governador Camilo Santana (PT). O próprio Camilo se reuniu, nesta segunda-feira (25), com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, para discutir um possível apoio à candidatura petista, a ser representada pelo deputado estadual Elmano de Freitas. Na reunião, também esteve presente o deputado Zezinho Albuquerque, hoje principal liderança do PP no Ceará, que também deixou o apoio ao PDT para se juntar a Camilo.
Um dos principais argumentos usados pelos que apoiam a mudança na decisão do partido é o alinhamento que o PSB tem tido à candidatura a presidente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – com o próprio candidato a vice, Geraldo Alckmin, sendo do PSB – e a diversos palanques petistas ao redor do país. Os integrantes do PSB que defendem a mudança, no Ceará, incluem prefeitos que apoiavam a indicação da governadora Izolda Cela como candidata do PDT.
PL
Já o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, definiu que vai apoiar a candidatura de Capitão Wagner (União Brasil) ao Governo do Estado. O partido vinha considerando ainda a possibilidade de lançar candidato próprio, que seria o ex-deputado Raimundo Gomes de Matos, ainda que grande parcela das lideranças bolsonaristas do Ceará defendessem um apoio a Wagner. Com isso, o partido deve indicar um nome para o posto de vice-governador.
Durante evento do PL realizado este mês, o presidente estadual da sigla, Acilon Gonçalves, chegou a dizer que a definição viria só após o dia 15 – data originalmente prevista para a definição do candidato do PDT – sob o argumento de que é preciso “conhecer o jogo dos outros”. A escolha do apoio do PL vem uma semana após a definição de Roberto Cláudio como candidato e imediatamente após a convenção pedetista.
Uma das questões que orbitam o apoio do PL diz respeito ao palanque ao presidente Jair Bolsonaro, que tentará reeleição – apoiadores do mandatário cobram que haja um apoio mútuo, com Wagner trabalhando a favor da candidatura federal. O Capitão, que tem elogiado a atuação de Bolsonaro no governo nas visitas do presidente ao Ceará, indica que seu palanque na campanha não será único, devendo dar espaço também a outras candidaturas a presidente.
Além do PL e do União Brasil, outras legendas que apoiam a candidatura de Wagner ao Governo do Estado incluem Pros, Podemos, Avante, PTB e Solidariedade. O Pros tem como pré-candidato ao Palácio do Planalto Pablo Marçal, enquanto o Avante tem André Janones e o próprio União Brasil tem Luciano Bivar.

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