PDT: Reunião com bancadas tenta abaixar a temperatura


O diretório estadual do PDT se reuniu nesta segunda-feira (11) com as bancadas estadual e federal do partido, em meio à intensificação de movimentos pela definição do nome do candidato a governador no Ceará. O encontro, que ocorre dias após diversas manifestações públicas de autoridades no partido e na base governista a favor da candidatura da governadora Izolda Cela, tentou conter ânimos e assegurar a solidez do apoio dos correligionários ao nome a ser escolhido.
Ao tratar da reunião publicamente, o presidente estadual do partido, deputado André Figueiredo, reforçou a ideia de união. “Vamos continuar trabalhando pela manutenção da unidade de um projeto que tem feito o Ceará avançar. Esse encontro de pouco mais de quatro horas, serviu para apresentarmos novas ideias de caminhada e ouvir a opinião sincera de nossos parlamentares, para que assim, possamos fortalecer a união do PDT, evitando margens para eventuais retrocessos e fortalecendo nossas bancadas estadual e federal”, disse ele. “ momento é de somarmos forças, e por isso, saímos desse encontro caminhando juntos por um Ceará cada vez melhor”, continua.
Na última semana, 28 dos 38 parlamentares que integram a base governista na Assembleia Legislativa do Ceará se manifestaram a favor do nome de Izolda, incluindo diversos pedetistas. Antes disso, um bloco partidário formado por PT, PV, PP, MDB e PCdoB havia divulgado uma nota assinada em conjunto declarando a posição das cinco siglas pela reeleição da atual gestora. Deve-se levar em conta ainda a mobilização de prefeitos em torno dessa candidatura, feita às vésperas da definição do PDT para o pleito.
Os movimentos recentes vinham tentando dar força à escolha de Izolda Cela frente ao resultado da pesquisa eleitoral que havia sido encomendada pelo PDT para ajudar a escolher o postulante. No estudo, encomendado pelo partido e realizado pela Quaest, o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio aparece com vantagem considerável em relação à governadora. Com isso, a linha argumentativa dos apoiadores de Izolda – e também da própria, em declarações que tem feito sobre o assunto – é de que pesquisa mostra apenas o retrato do momento e há de se levar em conta também a solidez das alianças com os demais partidos dentro da base.
Uma das intenções do encontro desta segunda era assegurar que os pedetistas como um todo apoiarão o nome a ser definido, mesmo em meio às tensões intensificadas nas últimas semanas. Segundo André Figueiredo, o partido não vai admitir vozes discrepantes sobre a escolha, que deve ser tomada de modo definitivo na próxima segunda-feira (18), quando será realizada outra reunião da cúpula do partido.
A sequência de apoios a Izolda declarados por prefeitos integrantes da base também foi motivo de preocupação para a executiva, que orientou aos correligionários que não declarem preferência nos últimos dias da definição, ou seja, ao longo desta semana. Partidários afirmam que a iniciativa teria partido do próprio Palácio da Abolição, na figura do assessor de Assuntos Institucionais Nelson Martins (PT), que nega envolvimento. A perspectiva de coação dos prefeitos foi caracterizada por Figueiredo como uma “intromissão indevida”.
A onda atual acontece meses após uma outra onda de apoios de autoridades do PDT, mas a Roberto Cláudio. À época, nomes como o prefeito de Fortaleza José Sarto e o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) Antônio Henrique, além de diversos parlamentares, saíram em defesa da indicação de RC – que também já recebeu declarações favoráveis do presidente nacional do partido, Carlos Lúpi, e conta com o apoio de Ciro Gomes.

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