Após o rompimento entre PT e PDT no plano estadual, iniciaram-se
novas levas de diálogos entre os partidos, tendo no horizonte possíveis
rearranjos nas alianças. Em meio a isso, o PSDB de Tasso Jereissati,
embora tenha começado a conversar com o PT esta semana, segue com
destino em aberto. O recado é do próprio Tasso, que publicou nesta
quarta-feira (20) pronunciamento sobre o tema nas redes sociais.
“Entendo
que seja importante construir uma candidatura em torno de um projeto
para o Ceará, que reúna desenvolvimento e combate à pobreza. Neste
sentido, persisti na busca desse consenso de forma isenta. Ainda não
existe definição sobre futura aliança na sucessão estadual, e tenho a
esperança de evitar o conflito e na abertura do diálogo”, pontuou o
senador.
A mensagem sucede um encontro realizado na terça-feira
(19) pelo ex-governador Camilo Santana (PT) com alguns dos partidos da
base aliada da atual administração estadual, incluindo o PSDB. Também
participaram, além do próprio PT, representantes das siglas PP, MDB,
PCdoB e PV – estando os dois últimos federados com o PT a nível
nacional, o que significa que devem obrigatoriamente atuar em conjunto
nas eleições. Na ocasião, Camilo publicou que “os partidos se
solidarizaram com a governadora Izolda Cela (PDT) e anunciaram
compromisso de seguir juntos na construção de um caminho comum para as
eleições de 2022”.
Além dos que estão em federação junto ao PT, o
MDB é hoje o mais provável de aderir ao projeto encampado pelo partido
após a cisão – o ex-senador Eunício Oliveira, inclusive, se coloca à
disposição para disputar o Governo do Estado representando o bloco. O
PP, por sua vez, tem hoje como principal liderança no Ceará o deputado
Zezinho Albuquerque, que chegou há pouco tempo do PDT e mantém relação
cordial com o grupo governista e os Ferreira Gomes. Ele, assim como o
partido, declarou apoio à indicação da atual governadora Izolda Cela
para a indicação do PDT à eleição estadual. Também deve-se esperar
diálogos, nos próximos dias, entre Zezinho e lideranças da base do
governo.
Os partidos que participaram da reunião da última terça
têm em comum, como coloca o PT, terem “sido excluídos” das discussões
que levaram à escolha da candidatura governista. O PDT definiu o
ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio como candidato a governador na
segunda-feira (18), quando os membros do diretório pedetista votaram
entre ele e Izolda. O PT e outras siglas aliadas, que defendiam a
reeleição de Izolda, demandavam ser incluídos no processo de definição
do nome.
Tasso
O senador Tasso Jereissati preferiu se manter
neutro na disputa entre RC e Izolda que se deu dentro da base
governista. “Tenho conversado na busca do entendimento, sem tomar
partido por nenhum dos lados. Meu esforço é no sentido de encontrarmos
uma candidatura única, que represente um projeto para o Ceará”, escreveu
ele no início deste mês, quando os apoiadores de cada pré-candidato
subiam a temperatura nos bastidores.
Tasso é, historicamente, aliado
de Ciro Gomes e de seus apoiadores, tendo apadrinhado o hoje
presidenciável já nos anos 1980. Os dois chegaram a romper em 2010,
quando o tucano lançou candidatura ao Senado e perdeu, disputando contra
o grupo governista. No entanto, reaproximaram-se nove anos depois e
Tasso apoiou, em 2020, o candidato pedetista à Prefeitura de Fortaleza, o
hoje prefeito José Sarto. No último mês de março, o tucano admitiu que
existe a possibilidade de o PSDB ter candidato próprio ao Governo do
Estado, ainda que não tivesse rompido com o grupo de Ciro.
Ele
garante que não tem intenção de disputar uma cadeira ao Senado novamente
este ano, abrindo caminho para a eleição de Camilo Santana. Na
perspectiva de o PSDB deixar a base governista e unir forças com o PT,
especula-se nos bastidores a hipótese de um arranjo para que o
presidente estadual do PSDB, Chiquinho Feitosa, componha a chapa de
Camilo como suplente. As definições vão depender ainda dos outros
partidos e devem ser discutidas a miúdo nos próximos dias.
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