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Jamil Chade

Sem olavistas e monarquistas, novo governo prepara reforma no Itamaraty

Solenidade de transmissão de cargo no Ministério das Relações Exteriores; ministro Mauro Vieira assumiu a pasta palácio do Itamaraty - Pedro Ladeira/Folhapress
Solenidade de transmissão de cargo no Ministério das Relações Exteriores; ministro Mauro Vieira assumiu a pasta palácio do Itamaraty Imagem: Pedro Ladeira/Folhapres


O governo de Luiz Inácio Lula da Silva inicia uma verdadeira faxina no Itamaraty e a escolha de pessoas de confiança e diplomatas experientes para liderar uma transformação profunda na política externa do país.

A promessa do chanceler Mauro Vieira é de que não haverá caça às bruxas. Mas a decisão é de colocar, nos cargos mais estratégicos da diplomacia, embaixadores afinados com a postura do novo governo, inclusive ex-ministros do governo de Dilma Rousseff.

Saem de cena olavistas e monarquistas que, durante a gestão de Ernesto Araújo, tinham ganhado espaço e até influência na agenda do Itamaraty. Já foram ainda exonerados embaixadores que foram abraçados pelo bolsonarismo, como no caso de Washington e Nova York.

Esforços ainda foram solicitados para que haja uma maior participação de embaixadoras em postos de grande peso político.

Enquanto as decisões finais sobre os nomes não são tomadas, circula já pelos corredores da chancelaria uma lista extra oficial dos potenciais escolhidos para assumir funções de chefia no Itamaraty e em postos pelo mundo.

Com 40% dos cargos em mãos de mulheres, a lista ainda não definitiva revela uma possível nova composição do Itamaraty:

Secretaria de América Latina e Caribe: Gisela Padovan
Secretaria de Europa e América do Norte: Maria Luisa Escorel
Secretaria de África e de Oriente Médio: Carlos Duarte
Secretaria de Ásia e Pacífico: Eduardo Saboia
Secretaria de Assuntos Econômicos e Financeiros: Mauricio Lyrio
Secretaria de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura: Rodrigo Azeredo
Secretaria de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares e Jurídicos: Leonardo Gorgulho
Secretaria de Clima, Energia e Meio Ambiente: André Corrêa do Lago
Secretaria de Gestão Administrativa: Fátima Ishitani
Secretaria de Assuntos multilaterais políticos: Glivânia Oliveira


No que se refere às principais embaixadas e missões, algumas delas já começam a ser preenchidas. Nesta semana, o Itamaraty anunciou a designação do embaixador Sergio Danese para liderar a representação do Brasil na ONU, em Nova York.

Faltando poucas semanas para terminar o governo Bolsonaro, o Itamaraty tentou emplacar a escolha de aliados para algumas das embaixadas no exterior. Mas o processo foi suspenso por Mauro Vieira, que deixou claro que queria escolher seus próprios nomes.

Numa lista preliminar, o Itamaraty estaria considerando indicar uma mulher para a embaixada do Brasil nos EUA, assim como uma mudança em Israel, Paris e Londres. Haia, onde Bolsonaro é denunciado no Tribunal Penal Internacional, também contaria com um embaixador escolhido pela nova gestão:

Washington - Maria Luiza Viotti
Londres - Antonio Patriota
Paris - Ricardo Neiva Tavares
Tel Aviv - Fred Meyer
Panamá - Adriano Pucci
Haia - Fernando Simas
Doha - Fernando Pimentel
Camberra - Ronaldo Costa
Vaticano - Everton Vargas
Rabat - Irene Vida Gala


Carlos França, o último chanceler de Bolsonaro, deve assumir a embaixada do Brasil em Ottawa. Já Ernesto Araújo, duramente criticado pelos colegas, pediu um afastamento e hoje mora nos EUA, onde sua mulher trabalha como diplomata brasileira.

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