A Amazônia é nossa
“A Amazônia é um território soberano do Brasil, mas ao mesmo tempo pertence a toda a humanidade, por isso faremos todos os esforços para manter a floresta em pé”, disse Lula, pedindo a contribuição dos países desenvolvidos – “os maiores poluidores” – para alcançar a meta. Lula bateu na tecla de que a Amazônia, cujo território abrange áreas de oito países da América do Sul, é a maior floresta tropical do mundo, com 400 povos indígenas que falam 300 idiomas. "A região representa 6% da superfície total da Terra e tem o rio mais caudaloso do planeta, com 10% das espécies de plantas e animais do mundo."O presidente lembrou ao público do evento que 87% da matriz energética brasileira é limpa e renovável, contra 27% da média mundial, e que 50% da energia consumida no Brasil é renovável, contra 15% no mundo.O discurso do presidente brasileiro no evento Power our Planet foi precedido de intervenções da primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, do presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, e do presidente do Quênia, William Ruto. Lula focou o seu discurso de cerca de 5 minutos, com tradução consecutiva para o inglês, na biodiversidade da Amazônia e nos recursos renováveis do Brasil e terminou convocando a plateia, formada majoritariamente por jovens, a visitarem a Amazônia, anunciando a COP 30, que deve acontecer em 2025 no Pará. Após o discurso, ouviu-se o coro “Olê, olê, olá, Lula, Lula”. Na multidão, via-se também uma bandeira do Brasil segurada por uma mulher. O Power our Planet reúne ativistas climáticos, líderes mundiais, mas também artistas de prestígio, incluindo Lenny Kravitz, Billie Eilish, Joé Dwèt Filé, H.E.R e Jon Batiste. Promovido pela organização internacional ambientalista, o evento em Paris tem o objetivo de convocar os líderes mundiais, bem como o setor privado, a "se comprometer com a luta contra a crise climática e dar aos países em desenvolvimento acesso ao financiamento de que precisam urgentemente ".Lula chegou a Paris no início da tarde de quinta-feira para participar da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, organizada pelo presidente francês Emmanuel Macron, na qual estão sendo discutidas reformas nas instituições financeiras multilaterais, com o objetivo de responder de forma mais justa e solidária aos desafios da transição climática nos países em desenvolvimento. Após ter almoçado com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, e ter participado de uma série de encontros bilaterais - com os presidentes da África do Sul e Cuba, o primeiro-ministro do Haiti e o presidente da COP 28 nos Emirados Árabes Unidos -, Lula se dirigiu ao Champs de Mars, em frente à Torre Eiffel, onde está acontecendo um evento paralelo à Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, dedicado ao meio ambiente e à luta contra as mudanças climáticas.
A frase: "Quando tomei posse, em 1º de janeiro, assumi a responsabilidade de que até 2030 teremos desmatamento zero na Amazônia". Esta frase, dita pelo presidente brasileiro Lula da Silva, fez o público de cerca de 20 mil pessoas que lotava o evento Power our Planet (Empodere o nosso planeta, em tradução livre), organizado pela ONG Global Citizen no Champs de Mars, em Paris, ir ao delírio.
Lula discursou na cúpula armada por Macron (Nota da foto)
A cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global reuniu lideranças políticas e de organismos internacionais a fim de repensar o sistema financeiro e buscar formas de reduzir desigualdades, combater a mudança do clima e preservar o meio-ambiente. Lula discursou durante o evento, que teve o presidente da França, Emmanuel Macron, como anfitrião. Os dois chefes de Estado sentaram à mesa em um almoço de trabalho após a cúpula. Lula tratou com Macron, e aí foi o que valeu pontos na viagem, de temas como o combate ao desmatamento, a guerra entre Ucrânia e Rússia e divergências que impedem a entrada em vigor do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Um jantar meia boca
No último compromisso do dia, Lula foi homenageado em um jantar oferecido pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. Importante produtor de petróleo, a Arábia Saudita manteve boa relação com a gestão de Jair Bolsonaro.
Só pra lembrar
O país árabe, inclusive, presenteou a então primeira-dama Michelle Bolsonaro com joias, avaliadas em R$ 5,1 milhões, que foram apreendidas após um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) tentou entrar com os itens de luxo no Brasil, no Aeroporto de Guarulhos, sem declará-los à Receita, o que é ilegal.

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