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Comunidades do RN se revoltam e processam eólica após perdas de caju e mel
Complexo Serra Branca, em Serra do Mel (RN), da empresa francesa Voltalia
Agricultores do município de Serra do Mel, no semiárido do Rio Grande do Norte, estão processando a empresa Voltalia, com sede na França, por danos ambientais causados pela instalação de 19 empreendimentos de energia eólica. Eles pedem uma indenização de mais de R$ 100 milhões para melhorias das comunidades, além de outras medidas para reduzir os danos já gerados.
Os moradores cederam áreas para instalação de torres e linhas de transmissão, mas reclamam dos valores pagos abaixo do prometido. Eles também alegam que não foram informados sobre os impactos da atuação da empresa na produção de mel e caju, principais culturas agrícolas da cidade.
"Diziam que não ia impactar nada, que a gente ia ficar com a terra livre. O prejuízo que vivemos não supre as perdas causadas. A sensação é de revolta", afirma Antônio de Souza Bento, 38, produtor e presidente da Associação de Moradores da Vila Piauí.
Antônio diz que a Voltalia prometeu ganhos entre R$ 4 mil a 5 mil por mês, mas os valores atuais são de, no máximo, R$ 1.500. "Tem gente ganhando 600, 800, 1.000 reais. Sem contar o impacto nos animais, que todos sentiram. As vacas reduziram o leite", diz.
Segundo ele, no município, são 642 contratos assinados cujos impactos estão sendo questionando. "É um prejuízo incalculável. Eles pagam muito pouco. Pedimos prestação de contas dos valores; nunca fizeram", afirma.
Além disso, os moradores dizem que nunca se acostumaram com os ruídos das torres. Com a cessão das terras, perderam acesso a benefícios como crédito subsidiado e direito à aposentadoria rural. O combo de problemas teria levado a um "adoecimento" das comunidades, associado ao que chamam de síndrome da turbina eólica.

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