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Brasil apresenta ao banco do BRICS projeto de hospital inteligente com tecnologia da China


Ministro Alexandre Padilha entrega à presidenta do NDB, Dilma Rousseff, proposta de US$ 320 milhões para construir centro de saúde digital
247 – O governo federal deu um passo importante rumo à modernização tecnológica da saúde pública no Brasil. Nesta segunda-feira (7/7), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff, o projeto para a construção do primeiro hospital inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa prevê o financiamento de US$ 320 milhões, já aprovado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), e agora aguarda avaliação da instituição financeira. A informação foi divulgada pela Agência Gov.
“Apresentamos ao banco dos Brics o projeto para o desenvolvimento de um hospital inteligente que use toda a tecnologia da informação e inteligência artificial, com base em experiências que estão acontecendo na China. É um grande passo para o Brasil entrar nessa revolução tecnológica”, afirmou o ministro Padilha, ao entregar o protocolo a Dilma Rousseff.
Hospital inteligente em São Paulo
O Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil) será construído em São Paulo, no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Ministério da Saúde. O objetivo é fazer do ITMI um centro de excelência em saúde digital, capaz de integrar avanços em inteligência artificial, telessaúde, automação hospitalar, ambulâncias 5G e sistemas preditivos de gestão assistencial.
O projeto arquitetônico do novo hospital prevê 150 mil m² de área construída, com padrões internacionais de sustentabilidade, segurança, acolhimento e inovação. O edifício será concebido para ter alta eficiência energética, adaptação às condições climáticas locais, logística interna otimizada, estratégias para reduzir infecções hospitalares e preparação para emergências sanitárias.
Segundo o ministério, um Grupo de Trabalho foi instituído para conduzir a tramitação e implementação do projeto, articulando ações com outros órgãos do governo federal e instituições parceiras.
Cooperação internacional e modelo chinês
O modelo de hospital inteligente brasileiro se inspira nas experiências visitadas por delegações da USP e do Ministério da Saúde na China. A proposta é consolidar um polo de ensino, pesquisa e inovação, com gestão colaborativa e intercâmbio técnico entre os países do Brics e outras nações associadas ao NDB.
O ITMI-Brasil funcionará como um elo entre pesquisadores, gestores e profissionais da saúde de diferentes países, promovendo a troca de conhecimentos sobre tecnologia, sustentabilidade, gestão hospitalar e atenção à saúde, com foco na melhoria do atendimento no SUS.
Expansão para UTIs inteligentes
Além da construção do hospital, o projeto contempla a criação de uma rede de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) inteligentes em todo o território nacional. O plano inicial prevê a implantação de tecnologias avançadas em 10 UTIs do SUS, com expectativa de ampliação para outras unidades nos próximos anos.
“São 320 milhões de dólares para a gente investir e montar, não só um hospital aqui no Brasil, mas também apoiar, já na largada, 10 UTIs espalhadas em todo o país. É ter uma verdadeira política de incorporação da inteligência artificial, das novas tecnologias de informação — que estão muito sendo utilizadas na China — para o cuidado dos nossos pacientes”, destacou Alexandre Padilha.
Essas UTIs contarão com integração digital, suporte de telessaúde e automação de processos, promovendo o cuidado especializado com mais precisão, segurança e eficiência. A iniciativa também fortalece a conexão entre o setor público da saúde e as áreas industriais e tecnológicas do país.
Inovação como política pública
Com o ITMI-Brasil e a rede de UTIs inteligentes, o governo busca posicionar o Brasil como referência internacional em saúde digital e inteligência médica. A proposta vai ao encontro das diretrizes do SUS de promover um cuidado humanizado, eficiente e universal, por meio da inovação tecnológica e da cooperação internacional.
O projeto ainda está em fase de tramitação no NDB, mas já simboliza uma política pública estruturante para o futuro da saúde no país. A expectativa é que, uma vez aprovado o financiamento, as obras e implementações comecem o quanto antes.

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