"Deixem Bolsonaro em paz", diz Trump, em ataque à soberania brasileira
Presidente dos Estados Unidos critica suposta perseguição política no Brasil. Bolsonaro teve seu mandato marcado por subserviência a Washington e Trump.
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou nesta segunda-feira (7) sua rede social, a Truth Social, para defender Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente liderar uma tentativa de golpe de Estado. Em tom de crítica ao sistema judiciário brasileiro e às instituições democráticas do país e em mais um gesto de desrespeito à soberania nacional, Trump classificou a responsabilização de Bolsonaro como uma “terrível injustiça” e alegou perseguição política.
“O Brasil está fazendo algo terrível no tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho observado, assim como o mundo, enquanto eles não fazem nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano!”, escreveu Trump. Em outro trecho, acrescentou: “ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo”. Para o mandatário norte-americano, a única forma legítima de julgamento seria “um julgamento pelo povo brasileiro – isso se chama eleição”.
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A publicação ocorre no momento em que Bolsonaro se vê cada vez mais isolado no cenário político nacional, envolvido em múltiplas investigações e com os direitos políticos suspensos até 2030, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele responde a processo no STF por supostamente liderar uma articulação para deslegitimar o resultado das eleições de 2022 e tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio de um plano golpista com apoio de militares e aliados próximos. O plano previa, inclusive, o assassinato do presidente e outras autoridades.
Aliança de extrema-direita transnacional - A fala de Trump reforça a conexão ideológica entre os dois líderes da extrema direita internacional, marcada por desinformação, desprezo pelas instituições democráticas e tentativa de deslegitimar eleições. “Passei a conhecer Jair Bolsonaro, e ele foi um líder forte, que realmente amava seu país — também, um negociador muito duro em questões comerciais”, escreveu o republicano, ignorando a postura subalterna que Bolsonaro adotou frente aos interesses dos EUA durante seu governo, especialmente nas áreas ambiental, militar e diplomática.
Trump também alegou que Bolsonaro lidera pesquisas eleitorais e tentou pintar o ex-presidente brasileiro como vítima de perseguição, repetindo o roteiro que utiliza para defender a si próprio nos Estados Unidos, onde responde a dezenas de processos na Justiça. “Isso não é nada mais, nem menos, do que um ataque a um oponente político — algo sobre o qual eu entendo muito!”, afirmou, antes de concluir com um apelo: “o povo maravilhoso do Brasil não vai aceitar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Estarei acompanhando de perto essa caça às bruxas contra Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores. O único julgamento que deveria estar acontecendo é um julgamento pelos eleitores do Brasil — isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz!".
Gesto com efeito limitado - Embora a postagem possa ser celebrada por setores bolsonaristas, o gesto de Trump tende a ter pouco efeito concreto no andamento do processo judicial brasileiro, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais. Tampouco tem impacto na política externa, uma vez que as instituições brasileiras não reconhecem ingerência estrangeira sobre o sistema de Justiça nacional.
Penso eu - É só trazer o Trump pra passar dois dias no Zé Walter.
Quero ver a valentia dele.
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