Coluna do Macário Batista para 13 de agosto de 2025
Cerco digital ao Brasil: retaliação dos EUA expõe avanço das big techs, aponta especialista em Direito e Tecnologia
Com o recente anúncio de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros ligados à cadeia digital, feito por Donald Trump, acendeu um alerta no meio jurídico e tecnológico. Para o auditor judicial com atuação nos Tribunais Superiores (TRF2/RJ e STJ/STF). Sthefano Scalon Cruvinel, CEO da EvidJuri, a medida vai além de uma reação pontual ou de alinhamentos políticos com aliados brasileiros como Bolsonaro: trata-se de uma retaliação estratégica que escancara um novo tipo de colonialismo — o colonialismo algorítmico. De acordo com o especialista, as grandes corporações digitais, as chamadas big techs, vêm exercendo poder político e econômico que ultrapassa fronteiras e desafia a autoridade de Estados soberanos. “Hoje, decisões que antes cabiam a parlamentos e tribunais estão sendo condicionadas por interesses de empresas que controlam a infraestrutura digital global”, afirma Cruvinel. Para ele, países que tentam estabelecer regras claras e democráticas para o ambiente digital, como o Brasil, têm enfrentado pressões diplomáticas, instabilidade comercial e tentativas de intimidação indiretas por parte de conglomerados transnacionais. “A chantagem agora é digital. E a consequência imediata é a perda da autonomia sobre decisões estratégicas nacionais”, diz. O cenário afeta diretamente o ecossistema de inovação brasileiro. Startups são sufocadas por modelos predatórios, exportadores enfrentam insegurança jurídica e empresas locais operam em desvantagem competitiva frente de gigantes digitais que atuam sob mínima ou nenhuma regulação efetiva. Segundo Cruvinel, essa disputa não é apenas econômica — é política, jurídica e cultural. “Está em jogo quem define as regras do jogo digital. Quem controla o fluxo de dados, quem decide o que pode ou não ser dito, vendido, investido. É um embate entre o interesse coletivo e o poder corporativo globalizado.” O especialista defende uma atuação conjunta entre os países do Sul Global, com cooperação internacional, marcos regulatórios sólidos e resposta diplomática firme às investidas que coloquem em xeque a soberania nacional. Para ele, a grande encruzilhada do século XXI será entre aceitar imposições de plataformas privadas ou lutar para preservar o controle democrático sobre o próprio território digital. “O mundo vive uma fusão silenciosa entre poder corporativo e influência geopolítica. Se os países não reagirem com estratégia e coragem, correm o risco de se tornarem reféns digitais — sem voz, sem controle e sem alternativas”, alerta. Apenas como exemplo, cita-se a gigante de tecnologia SAP, empresa alemã responsável por processar cerca de 75% do PIB mundial e por suportar 87% do comércio global em suas plataformas. Portanto, as big techs, assim como SAP, Oracle, Microsoft, Siemens e TOTVS controlam infraestruturas críticas que sustentam o funcionamento da economia global.
A frase: "Esse domínio tecnológico cria um cenário em que poucos conglomerados detêm a capacidade de influenciar fluxos comerciais, políticas públicas e até a soberania digital de países inteiros." De um observador da cena sobre a opinião acima.
Atenção primária (Nota da foto)
Ministério da Saúde investe mais de R$ 114 milhões para equipar Unidades Básicas de Saúde no Ceará. Recursos do PAC Saúde 2025 vão beneficiar 176 municípios com 611 combos de equipamentos para fortalecer a Atenção Primária local.
Hoje, 13,em Roma
O Tribunal de Apelação de Roma, na Itália, marcou para hoje, quarta-feira (13) a audiência que ouvirá a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no processo que avalia sua extradição.
Relembrando
A parlamentar foi detida em 29 de julho na capital italiana, após passar dois meses foragida no país europeu, e cumpre pena de dez anos de prisão imposta pelo STF por coordenar um ataque hacker contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Asas aparadas
A Azul vai parar de voar no interior do Ceará. Foram cortadas no Estado as cidades de Sobral, Crateús, Iguatu, São Benedito. Serviam essas cidades de aviões Caravan de 9 lugares. Sobral reivindica, de seu turno, voos diretos para Recife e São Paulo.
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