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Na Assembleia, Léo Suricate quer atuar a favor da vida da juventude

 


Conhecido pelo trabalho na internet e ativismo social, deputado suplente pretende aproveitar mandato para levar pautas da periferia ao Legislativo estadual
Empossado como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) nessa terça-feira (12), o diretor, criador de conteúdo e ativista Leonardo Souza (Psol), mais conhecido como Léo Suricate, quer levar as pautas da periferia para o centro das discussões políticas do estado. Jovem de 33 anos, morador do Jangurussu (bairro da periferia de Fortaleza), Léo pretende aproveitar ao máximo os 90 dias em que estará exercendo o mandato na Alece e pautar questões como a vida na periferia e a soberania digital.
"Quero trazer para esta Casa uma questão fundamental que, para mim, é a vida da juventude, em especial, dos jovens da periferia. Muitos não chegam aos 29 anos. E se eu puder, aqui, trazer pautas, projetos de lei, quero que todos os jovens saibam, o gabinete que tenho aqui não é meu, é de vocês", falou Léo Suricate, no primeiro discurso da Assembleia.
O deputado suplente assume a vaga na Casa temporariamente, em parte do período da licença de quatro meses de Renato Roseno (Psol). Léo foi conduzido ao Plenário 13 de Maio pelos deputados Guilherme Bismarck (PSB), Guilherme Landim (PSB), Sérgio Aguiar (PSB), Agenor Neto (MDB), De Assis Diniz (PT), Sargento Reginauro (União) e Larissa Gaspar (PT) para o juramento de posse. Em seguida, já na tribuna, agradeceu aos familiares, demais deputados, ao presidente da Alece, deputado Romeu Aldigueri (PSB), e aos movimentos sociais.
Emocionado, o pessolista também quebrou protocolos em meio ao rito de posse. "Eu sou uma figura que venho da internet, que não tenho uma linguagem formal, me desculpe o protocolo, eu vou quebrar sem querer, porque não sei como funcionam as coisas aqui e pretendo aprender com os colegas deputados".
E seguiu: "Eu não tenho palavras para explicar essa emoção em poder defender uma pauta que é muito importante para mim, até porque eu sobrevivi, passei dos 29 anos. A gente sabe que quem vem da periferia, ainda mais quem tem uma cara como a minha, quem tem tatuagem, quem tem a cor mais parda ou negra, sabe que a vida é diferente para a gente. O Estado não foi pronto para nós e talvez por isso o meu nervosismo em estar aqui hoje. Eu nunca imaginei que ocuparia uma vaga nesta Casa".
Um dos maiores desafios atualmente no estado - a segurança pública -, que atinge em grande parte os jovens das periferias das cidades cearenses, também está na pauta do deputado, que vê na criação de oportunidades para a juventude um caminho para o problema.
"Não adianta discutir só o poder ostensivo, (a gente) tem que discutir a vida, o trabalho, a cultura, a geração de renda, as oportunidades. Acho que esse é o caminho para ir mitigando essa questão da violência que é presente no nosso estado. Eu acho que a gente tem que oportunizar coisas pros jovens, a gente tem que disputar o imaginário da juventude, corações e mentes, convencer a população de que, com uma oportunidade, a gente pode ter um caminho brilhante, de paz, sossego e vida", defendeu Léo, depois, ao falar com a imprensa.
Eleito primeiro suplente de deputado estadual pelo Psol em 2022, com mais de 22 mil votos, Léo Suricate é conhecido por seu trabalho que envolve humor, política e cultura periférica. É administrador da página Suricate Seboso e co-criador da Vetinflix, coletivo de produção audiovisual responsável por obras como a série “La Casa Du’z Vetin”. Para além do trabalho com criação de conteúdo na internet, também atua como ativista nas periferias de Fortaleza desde 2009 e integra movimentos como o Difavela e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Por Igor Magalhães do Jornal OEstadoCe

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