União Progressista surge no estado com aliados e opositores do governo do PT, que esperam novas diretrizes de Brasília para decidir próximos passos
A "superfederação" União Progressista - formada por União Brasil e Partido Progressista - foi lançada oficialmente na terça-feira (19), mas ainda há etapas a serem cumpridas para o registro da agremiação partidária na Justiça Eleitoral e para seu direcionamento nos estados. No caso do Ceará, enquanto o União reúne opositores e aliados do governo de Elmano de Freitas (PT), o PP integra a base desse mesmo governo.
O presidente estadual do União Brasil, o ex-deputado federal Capitão Wagner, já foi apontado por aliados como quem vai assumir o comando da federação no Ceará, mas um anúncio oficial sobre isso ainda deve ocorrer nos próximos dias. Sendo confirmado, Wagner deverá conduzir a federação para o grupo da oposição. Nessa quarta-feira (20), ele divulgou um vídeo dizendo que "ficou claro" o sentimento "anti-PT" da União Progressista após o ato de lançamento da nova agremiação partidária.
Um dos que apontou Wagner no comando da federação, o deputado estadual Felipe Mota (União Brasil) falou que ainda é "cedo" para cravar os apoios para as eleições de 2026, apesar de também reforçou o direcionamento antipetista. Conforme o deputado, as articulações estaduais vão ocorrer seguindo as diretrizes definidas nacionalmente. "Brasília é quem vai definir como nós vamos ficar com essas resoluções", disse.
Mota também defendeu o diálogo entre União e PP, oposicionistas e governistas. "Eu acho que vai sair a nominata do Estado, após isso o presidente da federação deverá comunicar essa nominata aos dois partidos e aos seus filiados, após essa comunicação deverá ter uma reunião com os dois campos e depois nós vamos estar todos juntos para discutirmos tudo isso. (...) Nós precisamos ter humildade, dialogar e começar essa conversa o quanto antes após, oficialmente, chegar isso aqui no Ceará".
Também aliado de Wagner no União, o deputado estadual Sargento Reginauro disse que agora é hora de "unificar esse projeto". "Qual é a nossa proposta para o Estado de Ceará, discutir isso com o povo cearense, e aí, num segundo momento, verificar quem será o nome para Senado, para governador e vice-governador, enfim", disse Reginauro, lembrando da filiação do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, à nova federação. RC é pré-candidato ao Governo do Ceará.
Reginauro ainda disse, sem citar nome, que há muitos interessados em se filiar à União Progressista no estado. "Nós sabemos que tem muita gente hoje ligada ao Governo do Estado insatisfeita, prefeitos, vice-prefeitos, ex-prefeitos, presidentes de Câmaraa, que querem sentir segurança de um projeto viável. (...) Eu tenho certeza que muita gente será atraída tanto pela segurança desse novo bloco de oposição como pela estrutura de tempo de TV, estrutura econômica que a União Progressista tem a oferecer para candidatos".
Do lado governista, membros do PP têm manifestado a intenção de continuar na base do governo, mesmo com a oficialização da União Progressista e o possível direcionamento dela para a oposição.
O deputado estadual licenciado e atual secretário de Cidades do Ceará, Zezinho Albuquerque (PP), disse aguardar as diretrizes do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira. Zezinho falou estar em um "dilema" e apontou que ainda está indefinido quem será o presidente da federação no Ceará. "Então, estamos aguardando as diretrizes lá de Brasília para que a gente possa tomar uma posição aqui. Eu, como deputado estadual que sou e secretário das Cidades, eu tenho uma obrigação, pelo que vem fazendo pelo Estado do Ceará, em votar no governador Elmano de Freitas".
Por Igor Magalhães do jornal OEstadoCe
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