O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) está mais próximo de mudar de partido e confirmar filiação ao PSDB. A cerimônia para formalizar o ato está prevista para a segunda quinzena de agosto. Conforme o site Metrópoles, o PSDB fechou a filiação em acordo feito entre o presidente nacional do partido, Marconi Perillo, e o ex-senador cearense Tasso Jereissati, principal articulador da volta de Ciro, depois de 28 anos da saída dele da legenda tucana.
A filiação estaria acertada desde julho, quando houve um encontro em Brasília entre Ciro, Tasso e Perillo. Nesse mesmo encontro com a cúpula do PSDB, Ciro informou de seu interesse em disputar o Governo do Estado nas eleições de 2026. A confirmação sobre a filiação do ex-ministro parte das lideranças tucanas.
Até o momento, Ciro tem evitado falar de novos planos políticos e/ou eleitorais e afirmado em público que não vai disputar mais nenhuma eleição. A assessoria de imprensa do ex-ministro não respondeu a esta reportagem sobre a nova filiação.
Nos bastidores, a saída de Ciro do PDT já era cogitada há alguns meses, ainda mais após o partido aderir à base do governador Elmano de Freitas (PT) no Ceará, enquanto que o ex-ministro se posiciona como oposição ao PT tanto a nível nacional como estadual.
Além disso, o retorno de Ciro ao partido vem em um momento em que ele é cotado para liderar a chapa da oposição no Ceará para as eleições de 2026, sendo o candidato ao Governo do Estado. Os opositores buscam formar uma única chapa para enfrentar o governador Elmano, que vai tentar a reeleição. Deputados estaduais e lideranças de partidos como PDT, União Brasil, PL e PSDB vem dialogando em busca de unificar esse grupo desde o início do ano.
Em maio, após encontro com a oposição na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Ciro animou o grupo ao sinalizar, em conversa reservada, a disponibilidade para concorrer na disputa pelo Executivo estadual, apesar de falar que apoia o nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que vai se filiar ao União Brasil.
Outro gesto de Ciro ocorreu em julho, quando ele esteve em encontro do grupo da oposição no estado com Tasso, em Fortaleza, e mais uma vez sinalizou que poderá encabeçar a liderança da chapa.
A filiação ao PSDB, ao ser confirmada, marcará um reposicionamento de Ciro no cenário político, que tentou a Presidência da República quatro vezes. Em 2022, o pedetista brigou com o irmão, o senador Cid Gomes (PSB), e se distanciou, tornando-se oposição ao grupo político que atualmente governa o Ceará, liderado pelo PT.
O movimento levou a um racha no PDT cearense, que culminou no esvaziamento do partido. Primeiro, prefeitos e deputados estaduais ligados a Cid deixaram a sigla. Agora, outro grupo de deputados estaduais, ligados a Ciro, devem se desfiliar na janela partidária de 2026.
A volta de Ciro ao PSDB também anima o partido, em um momento em que os tucanos vivem um momento incerto e buscam evitar que a sigla "desapareça". Nesse sentido, a cúpula tucana vinha tentando formar uma federação partidária com o Podemos, que acabou não ocorrendo. Agora, os dirigentes partidários estudam a possibilidade de uma federação com outras siglas, que estejam posicionadas no centro do espectro político.
Em meio a seu longo histórico de mudanças partidárias, Ciro foi filiado ao PSDB entre 1990 e 1997. Nesse período, o PSDB vivia seu auge no protagonismo da política nacional e foi quando Ciro foi governador do Ceará e ministro da Fazenda.
Por Igor Magalhães do jorna OEstadoCe
Nenhum comentário:
Postar um comentário