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Tirem as crianças da sala

 


Pimenta: é preciso tirar as crianças da sala para comentar o linguajar dos Bolsonaro e de Malafaia
Deputado mostra perplexidade com a baixaria da gangue de extrema-direita
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) reagiu com ironia ao conteúdo das conversas e áudios que vieram à tona envolvendo a família Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia. Em publicação nas redes sociais, Pimenta afirmou que “é preciso tirar as crianças da sala” para comentar o linguajar usado pelos integrantes do clã e pelo líder religioso.
Segundo o parlamentar, a retórica da família Bolsonaro destoa da imagem de “família tradicional, temente a Deus, conservadora e cristã” que os ex-mandatários tentam projetar. “O linguajar da família Bolsonaro é um pouco esquisito para uma ‘família tradicional’, ‘temente a Deus’, ‘conservadora’ e cristã. As palavras de Micheque, Bananinha, Carlos e Jair não parecem muito adequadas para os personagens que tentam aparentar. Fica até meio constrangedor comentar sem tirar as crianças da sala. O Pastor Malafaia arremata o barraco e define bem o que ele pensa de cada um do clã”, escreveu.
O linguajar da família Bolsonaro é um pouco esquisito para uma ‘família tradicional’, ‘ temente a Deus’, ‘conservadora’ e cristã. As palavras de Micheque, Bananinha, Carlos e Jair não parecem muito adequadas para os personagens que tentam aparentar. Fica até meio constrangedor…
Áudio de Malafaia expõe racha interno
Um áudio enviado por Silas Malafaia a Jair Bolsonaro (PL) foi anexado ao relatório da Polícia Federal que embasou o indiciamento do ex-presidente e de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na gravação, Malafaia não poupa ataques ao parlamentar.
“Vem teu filho babaca falar merda, dando discurso nacionalista, que sei que você não é a favor disso. Dei-lhe um esporro, cara. Mandei um áudio para ele de arrombar. E disse: a próxima que tu fizer, gravo um vídeo e te arrebento”, afirmou o pastor, deixando explícita a tensão com o filho do ex-chefe do Executivo.
Indiciamento e acusações
O relatório da PF, concluído na quarta-feira (20), indiciou Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo a investigação, os dois articularam medidas para restringir poderes constitucionais e pressionar autoridades do Judiciário, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, no contexto da tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023.
O documento foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre o oferecimento de denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caso haja condenação, as penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.
Ofensas entre pai e filho
As tensões familiares também se agravaram. Eduardo Bolsonaro chegou a xingar o próprio pai após críticas recebidas em entrevista do ex-mandatário sobre sua postura em relação ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “VTNC, seu ingrato do caralho”, escreveu Eduardo, em mensagem revelada pela PF.
O parlamentar demonstrou irritação com as declarações de Bolsonaro e ameaçou intensificar os ataques a Tarcísio. Em outro trecho, Eduardo acusou o pai de boicotá-lo: “Se o imaturo do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, porque vc me joga pra baixo, quem vai se fuder é vc e vai decretar o resto da minha vida nesta porra aqui!”.
Pressões internacionais e sanções dos EUA
O cenário se agrava diante das pressões externas. O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, classificou as investigações contra Jair Bolsonaro como “caça às bruxas” e anunciou sanções contra autoridades ligadas ao bolsonarismo.
Entre as medidas, está a imposição de um tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras e restrições diretas ao ministro Alexandre de Moraes, que teve o uso de cartão de crédito bloqueado e eventuais bens em território norte-americano congelados. Moraes, no entanto, minimizou o impacto, afirmando não possuir patrimônio nos EUA.
Enquanto Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília, Eduardo Bolsonaro permanece nos Estados Unidos, onde busca apoio político para reforçar a narrativa de perseguição e ampliar as sanções contra o Brasil e o Supremo Tribunal Federal.

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