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A cesta básica mais cara do Nordeste está em Fortaleza.

 

 Ao valor de R$ 723,06, o conjunto de alimentos básicos registrou recuo de 2,04% em agosto. Ainda assim, custa 51,49% do atual salário mínimo. Isso quer dizer que o trabalhador brasileiro precisa trabalhar 104h47m para comprar uma cesta básica na capital cearense. No ano, a cesta básica variou 7,32%. Outras capitais nordestinas registram valores menores, como são os casos de Aracaju (R$ 558,16), Maceió (R$ 596,23), Salvador (R$ 616,23), Recife (R$ 629,14), Natal (R$ 622,00) e São Luís (R$ 644,21). Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Nacional
No cenário nacional, o custo da cesta básica apresentou queda em 24 das 27 capitais pesquisadas pelo Dieese, em parceria com a Conab, entre julho e agosto de 2025. As reduções mais expressivas foram registradas em Maceió (-4,10%), Recife (-4,02%), João Pessoa (-4,00%), Natal (-3,73%), Vitória (-3,12%) e São Luís (-3,06%). Apesar do alívio, São Paulo segue como a capital com a cesta mais cara do país (R$ 850,84), seguida por Florianópolis (R$ 823,11), Porto Alegre (R$ 811,14) e Rio de Janeiro (R$ 801,34).

Na comparação anual (agosto de 2024 x agosto de 2025), em 17 capitais houve aumento, com variações de 3,37% em Belém a 18,01% em Recife. No acumulado de 2025, até agosto, 13 capitais registraram alta, com destaque para Fortaleza (7,32%), enquanto quatro tiveram queda, como Goiânia (-1,85%).
Com base no valor da cesta mais cara (São Paulo), o DIEESE calcula mensalmente o salário mínimo necessário. Em agosto de 2025, o valor estimado foi de R$ 7.147,91, equivalente a 4,71 vezes o mínimo vigente (R$ 1.518,00). Apesar da queda frente a julho (R$ 7.274,43), o valor ainda está muito distante do salário atual. Um ano antes, em agosto de 2024, o mínimo necessário era de R$ 6.606,13, ou 4,68 vezes o piso então em vigor (R$ 1.412,00).

Movimentos
O recuo da cesta foi puxado pela queda de produtos de peso no consumo das famílias. O tomate caiu em 25 capitais, chegando a -26,83% em Brasília. O arroz agulhinha também recuou em 25 cidades, com destaque para Macapá (-8,78%) e Florianópolis (-5,79%). O feijão seguiu a mesma tendência, com queda em quase todas as capitais, o feijão preto teve baixas expressivas no Rio de Janeiro (-6,99%) e em Vitória (-3,61%), enquanto o feijão carioca recuou em locais como São Luís (-5,22%).

A batata ficou mais barata em 10 das 11 cidades pesquisadas, com destaque para Florianópolis (-18,35%). O açúcar recuou em 22 capitais, puxado por Manaus (-5,84%) e Cuiabá (-5,19%). O café em pó caiu em 24 localidades, chegando a -5,50% em Brasília. Já a carne bovina de primeira apresentou retração em 18 capitais, com destaque para Vitória (-3,87%). Em contrapartida, o óleo de soja subiu em 17 capitais, com maior alta em Cuiabá (2,57%), influenciado pela demanda externa aquecida.

“Embora o alívio momentâneo nos preços da cesta básica represente fôlego para o consumidor, os dados acumulados no ano e na comparação anual mostram que a inflação dos alimentos ainda pressiona as famílias. O cálculo do salário mínimo necessário expõe o distanciamento entre o rendimento oficial e o custo real de vida no país, reforçando o desafio estrutural de conciliar crescimento econômico, segurança alimentar e renda digna para os trabalhadores”, comentou o economista Helder Cavalcante.

Em 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) firmaram parceria para acompanhamento dos preços da cesta básica de alimentos, como contribuição à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e à Política Nacional de Abastecimento Alimentar. Um dos frutos da parceria é a ampliação da coleta de preços de alimentos básicos de 17 para 27 capitais brasileiras. Os resultados da Pesquisa nas 27 capitais começaram a ser divulgados no mês passado.

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