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Coluna do Macário Batista em 11 de setembro de 2025

O que GM ganha ao montar SUV elétrico na antiga fábrica da Troller no Ceará
GM tem cinco fábricas no Brasil, mas escolheu produzir o Spark no Ceará. A decisão da General Motors de montar o SUV elétrico Chevrolet Spark EUV no Ceará, anunciada ontem em Brasília (DF), parece contraditória à primeira vista. A marca já conta com cinco fábricas no Sudeste - em São Caetano do Sul, São José dos Campos, Mogi das Cruzes, Joinville e Gravataí -, todas modernizadas nos últimos anos com um pacote de investimentos de R$ 7 bilhões. Mesmo assim, a GM preferiu levar a montagem do seu novo elétrico de entrada para a Pace - Planta Automotiva do Ceará, instalada na antiga fábrica da Troller em Horizonte (CE). O presidente da GM para a América do Sul, Santiago Chamorro, reconhece o peso da escolha. "Estamos confirmando a nossa aposta no Brasil. São R$ 7 bilhões que estamos investindo. Com esse dinheiro modernizamos nossas fábricas e estamos investindo em novas tecnologias. Com esse dinheiro vamos lançar produtos em outros segmentos que não estamos", disse o executivo. A opção pelo Ceará está diretamente ligada à polêmica da Reforma Tributária de 2023, que prorrogou até 2032 os incentivos fiscais para montadoras instaladas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. À época, Chevrolet, Volkswagen e Toyota se posicionaram contra a medida, alegando "concorrência desleal" com a Stellantis, que concentra sua produção de Fiat, Jeep e Ram em Pernambuco. As marcas eram ferrenhamente contra a renovação dos incentivos para a produção de carros a combustão, no entanto, para sermos justos, concordavam com a prorrogação para novas tecnologias, como carros elétricos. Em entrevistas, executivos da GM afirmavam que a manutenção do regime para tecnologias já estabelecidas apenas perpetuava uma distorção Agora, é justamente esse programa que permite à Chevrolet viabilizar o Spark EUV no Brasil - atualmente, o modelo é importado da China. Quando apresentou o Spark em julho, Santiago Chamorro foi direto: "um Spark feito na China consegue ser mais rentável do que um Tracker no Brasil, mesmo com imposto de importação de 25%".Ou seja, não havia escala suficiente para justificar uma linha dedicada a veículos elétricos em fábricas do Sudeste. Mas a equação muda com a Pace. No Ceará, a GM pode usar kits SKD importados da China, montar o carro com estrutura já existente e aproveitar os créditos presumidos de IPI e PIS/Cofins garantidos até 2032. Além disso, há um fator de mercado. Com a entrada em vigor do Mover (programada Mobilidade Verde e Inovação), do governo federal, carros elétricos ganham tratamento tributário mais favorável. O programa estabelece uma alíquota base de 6,3% de IPI para carros de passeio, mas aplica descontos de até -2,0% para elétricos e híbridos flex. O modelo ganha mais bônus pela construção em materiais recicláveis e pela oferta de assistentes de condução semiautônoma (ADAS). Ou seja, o Spark se beneficia duplamente: pelos incentivos regionais do Nordeste e pela política de "IPI verde" nacional.

A frase: "Cheguei uma vez numa igreja havia um grupo de irmãozinhos em oração. Um deles disse: Pastor, estamos aqui em grupo de oração para Deus matar o Lula. Eu respondi; Não adianta; eu já orei foi muito e não dá certo". Deputado Estadual Pastor Fernandes, em reunião com seguidores

GM tem cinco fábricas no Brasil, mas escolheu produzir o Spark no Ceará…
Primeiro elétrico nacional (Nota da foto)
Embora a BYD já tenha iniciado testes de montagem do Dolphin em Camaçari (BA) em julho e a GWM opere sua fábrica de Iracemápolis (SP) a todo vapor, a Chevrolet pode ser a primeira montadora da atualidade a efetivamente vender um carro elétrico montado no Brasil em cerca de 50 anos - o pioneiro foi o Gurgel Itaipu, apresentado em 1974.Isso porque a produção do Spark começa ainda neste ano, com previsão do início das vendas da versão nacional em dezembro. Enquanto isso, a GWM aposta, inicialmente, em híbridos e a BYD segue em ajustes de produção. E não deve parar aí: a GM foi a primeira a anunciar a estratégia, mas é provável que novas parcerias surjam em breve, quem sabe até de uma rival alemã interessada em aproveitar o mesmo regime de incentivos na fábrica de Horizonte.

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