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A deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT-CE) falou pela primeira vez após o período em que ficou detida por Israel, depois que a flotilha humanitária que ela integrava foi interceptada. Nessa terça-feira (7), a parlamentar e mais doze brasileiros que estavam na Flotilha Global Sumud cruzaram a fronteira com a Jordânia e foram recebidos por representantes da Embaixada do Brasil.
O grupo foi levado a um hotel reservado pela Embaixada do Brasil, em Amã, capital da Jordânia. Sobre a detenção em Israel, Luizianne relatou, em vídeo publicado em suas redes sociais, que passou por todo tipo de "violação".
"Nós ficamos sem comunicação após a interceptação e ficamos seis dias dentro de um presídio de segurança máxima. Foram muitas violações, muitas truculências. Foi uma situação muito difícil, mas quero dizer que, apesar de todas as dificuldades nesses dias, nada se compara aos mais de 10 mil palestinos presos, entre eles 400 crianças, a situação que Gaza vive hoje, com o terrorismo de Estado praticado por Israel. A gente sentiu na pele tudo o que o Exército israelense é capaz de fazer", afirmou a deputada cearense.
Luizianne chamou a ação do Exército de Israel de sequestro, chamando a detenção do grupo de ilegal. "Não estávamos em águas israelenses, estávamos chegando à Gaza. Após isso, o Exército de Israel tomou o controle dos barcos e nos levou para o Porto de Ashdod e de lá fomos considerados presos".
A petista afirmou também que ela e os demais ativistas foram tratados por Israel como terroristas. "Segundo o ministro da Segurança Nacional de Israel e o próprio (presidente) Netanyahu, iriamos ser tratados como terroristas, e assim fizeram. Todo tipo de violação, cheguei sem nenhuma mala, sem nenhuma bolsa, porque eles levaram tudo".
A deputada reafirmou a defesa dos palestinos em meio ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, chamando de genocídio a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. "Nós temos que continuar denunciando o genocídio em Gaza, sim, porque o povo paletino merece viver com dignidade e o Estado Palestino deve ser criado", concluiu.
Luizianne também agradeceu a solidariedade recebida no Brasil e em diversos países. Também fez um reconhecimento especial à Embaixada do Brasil na Jordânia, ao embaixador Márcio Fagundes do Nascimento e a toda a equipe consular, pelo acolhimento e apoio.
A deputada volta para o Brasil nesta quinta-feira (9), por Guarulhos (SP).
Luizianne integrava, desde o início de setembro, uma missão internacional de assistência humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza. Faziam parte da iniciativa cerca de 400 ativistas de diversas nacionalidades. O objetivo era "furar" o bloqueio imposto por Israel e poder levar medicamentos, comida e outros itens básicos aos palestinos. Porém, no último dia 1º de outubro, as embarcações da flotilha foram interceptadas por forças israelenses, a cerca de quase 130 km de Gaza. Em seguida, os integrantes da missão ficaram detidos por Israel. Depois, foram sendo deportados para outros países.
Por Igor Magalhães
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