Em entrevista ao Estadão, ela conta que imaginou se tratar de um ataque terrorista. “Eu fiquei com muito medo de ser algum atentado, estarem quebrando a janela pra jogar alguma bomba.”
Aline chegou logo cedo ao Louvre e foi direto ver a Mona Lisa, principal atração do museu. Na sequência, entrou no salão de joias da Galeria Apolo por achar o espaço bonito e atraente. “Nem estava no meu roteiro, mas entrei para ver os adornos nas paredes, no teto”, diz a brasileira, que realiza seu doutorado na França.
Criminosos encapuzados invadiram a Galeria Apolo do Museu do Louvre e fugiram com oito peças. Foto: Dimitar Dilkoff/DIMITAR DILKOFF
Criminosos encapuzados invadiram a Galeria Apolo do Museu do Louvre e fugiram com oito peças. Foto: Dimitar Dilkoff/DIMITAR DILKOFF
Aline estava filmando esses detalhes no final do salão (veja o vídeo acima) quando começou a ouvir algumas batidas na janela. Por conta de uma cobertura no vidro, a bióloga diz que não era possível enxergar exatamente o que estava acontecendo do lado de fora. “O vidro não quebrou de cara, demorou um pouco”, relata.
Na sequência, os visitantes começaram a ouvir outro som ainda mais preocupante. “Quando eles começaram a vir com a motosserra (segundo a polícia, foram esmerilhadeiras angulares), foi o tempo de todo mundo sair da sala e imediatamente a funcionária trancou as portas. Então não deu para ver nem ouvir mais nada“, relata a jovem (veja mais abaixo como foi a dinâmica do crime).
Veja a lista de joias roubadas no Museu do Louvre
A brasileira lembra que as pessoas passaram a ser evacuadas do museu em um primeiro momento e, sem explicações, foram autorizadas a ingressar de novo no local. Novos visitantes que chegaram depois do horário do assalto também foram autorizados a entrar. Só depois de cerca de 20 minutos o Louvre foi fechado de forma definitiva e impediu a entrada de todos os visitantes.
“Isso foi muito transtorno também. A gente não sabia o que tinha acontecido, eles deixaram a gente voltar, apreciar as obras, para depois ter que evacuar tudo de novo. Foi bem desesperador esse momento”, lembra Aline, que critica a falta de orientações por parte da equipe do museu. “Acho que só depois que a polícia chegou que eles pediram para todo mundo sair de novo.”
Por conta do forte sistema de segurança do Louvre, a bióloga não cogitou que o museu estivesse sendo alvo de uma ação de assaltantes, mas de um ataque terrorista. “Eu fiquei com muito medo de ser algum atentado, estarem quebrando a janela pra jogar alguma bomba”, diz. “E como a gente saiu sem saber realmente o que estava acontecendo, fiquei muito receosa de ficar ali nessas aglomerações, na entrada principal.”
Foi só depois de ter se afastado do museu que ela descobriu o que tinha, de fato, acontecido. “Isso me deu uma tranquilizada também, porque acredito que o foco não era ferir pessoas, foi uma coisa mais localizada.”
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