Segundo líder do presidente na Câmara dos Deputados, votações recentes vão ter peso na disputa eleitoral de 2026
Votos contrários ao governo do presidente Lula (PT) podem acabar prejudicando parlamentares interessados em disputar uma vaga para o Senado na chapa liderada pelo PT no Ceará. É o que diz José Guimarães (PT-CE), deputado federal e líder do governo na Câmara dos Deputados.
Segundo Guimarães, que é um dos pré-candidatos a senador no Ceará, votações recentes no Congresso Nacional como a que havia aprovado a 'PEC da Blindagem' e a que derrubou a chamada 'MP do IOF', ambas na Câmara Federal, vão ter peso na disputa eleitoral de 2026, sendo levadas em conta nas montagens de chapas nos estados.
"Fazem isso só para atrapalhar o Lula e o Lula tem dito assim 'Eu quero ver essas pessoas na campanha pedirem apoio para mim'", comentou Guimarães durante entrevista no podcast As Cunhãs, ao falar sobre os votos contrários de aliados em matérias defendidas pelo governo federal.
Um primeiro sinal de retaliação do governo Lula foi a demissão, na última sexta-feira (10), de servidores em órgãos federais indicados por parlamentares que votaram contra a MP do IOF. Guimarães comentou a reação e disse que ela partiu da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, com o aval de Lula. A medida também atingiria deputados cearenses.
Em relação ao Senado, com indiretas a outros pré-candidatos no Ceará, Guimarães disse que "não dá para colocar qualquer pé rapado" no Senado. "Vão ajudar o Lula? Se não estão ajudando o Lula agora na Câmara, vão ajudar no Senado? Não vão, vão passar vergonha".
Apesar de não citar nomes, Guimarães fez possíveis referências aos deputados federais Júnior Mano (PSB-CE) e Moses Rodrigues (União-CE). Os dois são cotados para estar em uma das vagas de senador na chapa liderada pelo governador Elmano de Freitas (PT), que deverá ser candidato à reeleição, com apoio de Lula.
Mano é o nome defendido pelo senador Cid Gomes (PSB) para o PSB ocupar uma das vagas majoritárias na chapa do governo. Já Moses é apontado como possível nome para o Senado em um acordo que poderia levar o União Brasil para a chapa do PT nas eleições de 2026.
Na votação na Câmara que derrubou a Medida Provisória do Imposto sobre Operações Financeiras, a 'MP do IOF', na semana passada, 8 de 22 deputados federais do Ceará votaram junto com a oposição ao presidente Lula, contra a matéria. A lista inclui os dois deputados que são pré-candidatos ao Senado - Júnior Mano e Moses Rodrigues - e outros que são aliados do PT no Ceará, que deverão tentar a reeleição pela chapa do governo.
Sem a MP, o governo estima uma perda de arrecadação de R$ 31,4 bilhões em 2025 e em 2026, além de um rombo orçamentário até o fim do próximo ano.
No caso da 'PEC da Blindagem', que já foi derrotada no Senado, houve aprovação na Câmara com apoio de 15 deputados cearenses, contando com Júnior Mano e Moses Rodrigues.
A PEC buscava mudanças no artigo da Constituição sobre imunidade parlamentar, protegendo deputados e senadores de processos criminais. A principal alteração fazia com que fosse necessário permissão da Câmara ou do Senado para o parlamentar ser processado no STF.
As duas vagas para o Senado na chapa do governador Elmano de Freitas têm sido alvo de diversos nomes e partidos da base aliada. Até o momento, além de José Guimarães, Júnior Mano e Moses Rodrigues, também já foram apontados como pré-candidatos nomes como o deputado federal Eunício Oliveira (MDB); o presidente do Republicanos no Ceará, Chiquinho Feitosa; o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Domingos Filho (PSD); o chefe da Casa Civil, Chagas Vieira (Sem partido); o deputado federal Mauro Filho (PDT) e a deputada federal Luizianne Lins (PT).

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