O ex-ministro Ciro Gomes irá se filiar ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) nesta semana, retornando ao partido pelo qual foi governador do Ceará nos anos 1990 e do qual saiu há quase 30 anos.
A informação de que Ciro trocaria PDT por PSDB já circulava nos bastidores e foi confirmada pelo presidente estadual do PSDB e prefeito de Massapê, Ozires Pontes. Nesse domingo (19) o PSDB Ceará divulgou nas redes sociais o convite para o ato da filiação. O evento será nesta quarta-feira (22), às 9h30, no Hotel Mareiro, em Fortaleza.
O principal articulador da volta de Ciro à legenda tucana teria sido o ex-senador e ex-governador cearense Tasso Jereissati (PSDB), a quem Ozires destacou o agradecimento pelo seu papel em "convencer" o agora ex-pedetista de que o PSDB seria "o partido certo" para escolher.
"Ele, que foi o primeiro governador do PSDB do Brasil, quero agradecer imensamente ao Tasso Jereissati, que foi o principal responsável por toda essa articulação. Esses dois, Tasso e Ciro, abriram um ciclo de mudança no Ceará e eles se juntaram novamente", falou Ozires, em vídeo compartilhado na sexta-feira (17).
O prefeito de Massapê também confirmou que Ciro pretende concorrer ao Governo do Ceará nas eleições de 2026 e cravou que esse anúncio será logo feito pelo próprio Ciro. "Em poucos dias ou poucos meses o próprio Ciro Gomes estará anunciando a candidatura dele ao Governo do Estado do Ceará".
Apontado como o favorito no grupo da oposição do Ceará para disputar o Governo do Estado nas próximas eleições, o próprio Ciro não confirmou a intenção de ser candidato no Ceará até o momento, apesar de ter sinalizado para essa possibilidade.
O ex-ministro e ex-governador, que também avaliava a possibilidade de se filiar ao União Brasil, ainda não se manifestou sobre a nova filiação.
No PSDB, a filiação de Ciro ocorre em clima de "festa" já que o ato é visto como algo que pode dar força ao partido, que meses atrás discutia uma possível união com outra sigla para não correr o risco de desaparecer e tentar recuperar algum protagonismo na política nacional.
Ciro enviou carta pedindo a desfiliação à direção nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) na última sexta-feira. Ele estava no partido desde 2015, pelo qual disputou as últimas duas eleições presidenciais das quatro que participou. Em 2022 ficou em quarto lugar, com 3% dos votos válidos. Com críticas a Lula (PT) e Bolsonaro (PL) na política nacional, Ciro já afirmou que não pretende mais concorrer à Presidência.
Já no Ceará, o ex-governador tem se posicionado na oposição ao governo do PT e ao grupo liderado pelo atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT). Também tem se aproximado, no estado, do campo da direita e de lideranças de partidos como União Brasil e PL, além do próprio PSDB.
Em meio à possibilidade de Ciro disputar o Governo do Estado, seu então partido, o PDT, anunciou em junho a adesão à base do PT no Ceará, passando a apoiar o governo de Elmano de Freitas (PT).
No início do mês, Ciro falou publicamente sobre sua insatisfação com o PDT, dizendo estar "infeliz" na legenda. "Eu estou muito infeliz no PDT, só pra você ter ideia, a burocracia do PDT me tirou o partido no Ceará. Então, se eu quiser ser candidato hoje no Ceará, eu não tenho partido, porque meu partido foi vendido para o PT. É chocante", falou Ciro a jornalistas no último dia 3.
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