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PT parte para a briga contra o Congresso: 'Derrotou o povo'

 

Opinião de
Josias de SouzaColunista do UOL
Quando um quer, dois brigam. Quando dois querem, aí mesmo é que o pau come. Ninguém sabe qual vai ser o resultado da próxima sucessão. Mas parece claro que a Presidência da República vai ser disputada em 2026 a paus e pedras.
A um ano do embate, o centrão e a facção legislativa do bolsonarismo derrubaram na Câmara a medida provisória que forraria os cofres do Tesouro na reta final de Lula 3. Em vídeo pendurado nas redes, o PT reagiu: o Congresso "derrotou o povo".
O partido de Lula desloca para as ruas a troca de sopapos nos salões de Brasília. Diz que foi graças à "força do povo" que o Congresso aprovou a isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000.
Trata a derrubada da medida sobre impostos como uma revolta dos ricos contra a taxação de "bilionários, bancos e bets." Insinua que a resposta virá na urna: "O povo saberá dar o troco na balança da democracia".
A hashtag "Congresso inimigo do povo" voltou a ser empinada nas redes do petismo. A oposição alega proteger a sociedade contra novos aumentos de impostos. Quem não quiser fazer papel de bobo deve notar que a briga é impulsionada pela incerteza eleitoral.
Os dois lados ruminam certas dúvidas, nenhuma delas certa. Lula subiu nas penúltimas pesquisas. Mas não disparou. Os rivais estão zonzos. Mas não morreram. A incerteza deveria conduzir ao diálogo, não à desavença.
A eleição presidencial ainda mora longe. O desalinho das contas nacionais mora ao lado. Seja quem for o eleito, terá que lidar com um buraco.
O ano de 2026 começa como os anteriores, com mais de 92% de despesas obrigatórias consumindo todo quase todo o dinheiro arrecadado com impostos. Se a briga prematura de governo e oposição serve para alguma coisa é para cavar um buraco ainda maior.

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