Vivemos tempos de infodemia — termo que define a avalanche de informações que circulam na internet, muitas delas imprecisas e duvidosas. Hoje, qualquer pessoa, física ou jurídica, dispõe de meios para ser comunicadora de si mesma, o que amplificou vozes, mas também diluiu fronteiras entre o que é fato, o que é opinião e, ainda pior, o que são notícias falsas.
O resultado é um cenário de desconfiança generalizada. Um estudo realizado pelo Reuters Institute for the Study of Journalism no seu Digital News Report 2025, mostra que 58% das pessoas se sentem preocupadas com a dificuldade de distinguir entre verdade e mentira online.
Nesse contexto, uma atividade ganha ainda mais relevância: o jornalismo profissional. Em um ambiente tomado por ruído e desinformação, o papel do jornalista é justamente o de separar o joio do trigo — apurando fatos com rigor, ouvindo todos os lados, confrontando versões e oferecendo à sociedade uma narrativa embasada, transparente e responsável.
O mesmo levantamento da Reuters, publicado no portal Global Investigative Journalism Network, apontou que quando se trata de verificar alegações ou notícias suspeitas, o público listou “uma fonte de notícias em que confio” como sua principal fonte de consulta (38%), com sites de checagem de fatos em quarto lugar (25%). Notavelmente, os chatbots de IA, com seu histórico comprovado de inventar fatos e fontes, ficaram em último lugar (9%) entre os entrevistados que buscam confirmar informações verdadeiras.
Mas o impacto do jornalismo vai além das redações. No mundo corporativo, as assessorias de imprensa tornaram-se aliadas estratégicas tanto das organizações na construção de credibilidade quanto dos jornalistas que se encontram nas redações, ao muni-los de informações verídicas e apuradas.
A atividade do assessor de imprensa, cuja origem no Brasil remonta há mais de um século, consolidou-se a partir dos anos 1950 — como explica o professor Paulo Sérgio Pires, no Observatório da Imprensa — quando jornalistas migraram das redações para atuar dentro das empresas, aplicando o mesmo rigor informativo ao ambiente corporativo.
"Desde então, a assessoria de imprensa possui uma função estratégica, capaz de conectar marcas, instituições e pessoas com a imprensa e, por consequência, com a opinião pública", explica a jornalista Patrícia Stedile, fundadora da Engenharia de Comunicação, criada em 2004.
Patrícia Stedile, fundadora da Engenharia de Comunicação
Segundo a executiva, a diferença fundamental entre um conteúdo divulgado por um veículo jornalístico e outros tipos de comunicação está na credibilidade. “A credibilidade da notícia se estende aos seus personagens e às marcas envolvidas. Quando um conteúdo passa pelo crivo do jornalismo profissional, ele ganha legitimidade. Empresas que compreendem essa dinâmica sabem utilizá-la a seu favor. Ao contribuir com o jornalismo, fornecendo pautas relevantes e atuando como fontes de informações confiáveis, elas comunicam suas iniciativas na imprensa, ganham visibilidade e autoridade”.
Ao longo dos 20 anos de agência, Patrícia Stedile acompanhou o crescimento de clientes que começaram pequenos e, com o apoio da assessoria, ampliaram presença, reputação e alcance. “A assessoria de imprensa é indispensável para qualquer organização que valorize credibilidade e relacionamento com o público”, afirma.
As ações de uma assessoria de imprensa são diversas e vão muito além do envio de comunicados. Incluem a produção de releases por jornalistas profissionais, com base em critérios de noticiabilidade — ou seja, na identificação do que realmente pode se tornar notícia —, além de uma apurada checagem de dados e um relacionamento contínuo com os veículos de imprensa. É um trabalho que exige técnica, sensibilidade e ética, e que se torna cada vez mais essencial em um mundo onde informar com responsabilidade é o maior diferencial competitivo.
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