Em
visita rápida a Fortaleza, ontem, o deputado federal Paulo Pereira,
conhecido como Paulinho da Força Sindical, expôs algumas estratégias da
criação do Partido Solidariedade (PS) no Ceará. Atualmente, engajado, no
PDT, o parlamentar está confiante na concepção da nova sigla antes de
outubro.
Paulo
Pereira esteve em Fortaleza para um almoço com o governador Cid Gomes.
Segundo informações, o encontro foi articulado pelo secretário de
Desenvolvimento Econômico e presidente estadual do PPS, Alexandre
Pereira, que também participou do evento.
Ao
jornal O Estado, Alexandre Pereira contou que o parlamentar veio fazer
uma visita de “cortesia” e não falou com a imprensa. Ele, porém, negou
que esteja deixando o PPS para assumir o comando da nova legenda, embora
tenha recebido o convite. “Estou muito bem no PPS. Apenas, como amigo,
iremos ajudar a fundar o partido aqui no Estado. E, futuramente,
coligaremos juntos”. Disse, ainda, que Paulo Pereira colocou sua nova
legenda à disposição de Cid Gomes, inclusive, caso consiga seu registro,
marchará unido com o PSB, assim como o PPS.
Nos
bastidores, o governador Cid Gomes, que comanda o PSB estadual, teria
informado que ajudaria na consolidação do Partido Solidariedade, no
Ceará, inclusive indicando nomes de “confiança” para presidir a nova
legenda. Ou seja, ele usará a mesma estratégia adotada com a criação do
PSD.
Além
de Alexandre Pereira, participaram do almoço o prefeito de Fortaleza,
Roberto Cláudio (PSB), o presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho
Albuquerque (PSB), além de assessores diretos do governador Cid Gomes.
SINAL VERDE
Na
última segunda-feira, o Ministério Público Eleitoral deu parecer
favorável à criação da legenda, que caminha para ganhar seu registro e
se tornar a potencial “noiva” do troca-troca partidário com vistas às
eleições de 2014.
Com
o sinal verde, cabe agora ao Tribunal Superior Eleitoral conferir se a
sigla reuniu as 492 mil assinaturas de apoio exigidas por lei. O
Solidariedade entrou com seu pedido de registro em 24 de junho.
Articulado
pelo presidente da Força Sindical, o partido tenta tirar congressistas
principalmente do PDT e do PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto
Kassab, que, porém, trabalha nos bastidores para minimizar a debandada.
Segundo articuladores do Solidariedade, ele desponta como possível
legenda aliada ao projeto presidencial de Aécio Neves (PSDB/MG).
DESFILIAÇÃO
Devido
às dificuldades encontradas pela Rede, da ex-senadora Marina Silva,
para obter seu registro (não há ainda as assinaturas mínimas), a sigla
seria a única de peso que poderia representar destino seguro àqueles que
pretendem mudar de partido. Isso, porque a resolução do TSE sobre a
fidelidade partidária considera como justa causa de desfiliação a
migração para uma nova legenda.
Entre
os deputados que negociam migrar para a sigla estão Marcos Medrado
(BA), Oziel Oliveira (BA), João Dado (SP), Manato (ES) e Sebastião Bala
Rocha (AP), todos do PDT; Wladimir Costa (PMDB-PA), Fernando
Francischini (PEN-PR) e Augusto Carvalho (PPS-DF), além de deputados da
bancada do PSD de Minas Gerais.
O Estado-Com informações das agências)
Lula conta história do bolsa família e omite que programa nasceu dos conselhos de um tucano
O PT veiculou na sua página na internet, nesta terça-feira (3), depoimentos
nos quais Lula “conta como foi a criação do Bolsa Família”. Confrontada
com a realidade, a história relatada por ele é parecida com uma lenda.
Só que muito mais criativa.
Lula disse que o projeto de segurança alimentar e combate à fome foi criado no seu instituto. Absteve-se de esclarecer que, nessa fase, sua turma deu à luz o Fome Zero, que se revelaria um retumbante fiasco. Ainda não se falava em Bolsa Família.
Ao discorrer sobre a política de transferência de renda, Lula disse coisas definitivas sem definir muito bem as coisas. Falou das críticas que recebeu por distribuir uma “ajuda mínima às pessoas que estavam abaixo da linha da pobreza”.
Esqueceu de mencionar que, na origem do Bolsa Família, está uma sugestão do governador tucano de Goiás Marconi Perillo. Hoje, Lula o enxerga como inimigo. Na solenidade de criação do programa, agradeceu-lhe os conselhos (assista abaixo).
A certa altura, Lula diz num dos vídeos do PT: “A primeia coisa grave que nós encontramos para poder fazer com que a política social vingasse é que nos descobrimos que não tinha cadastro no Brasil.” Lorota. O Cadastro teve de ser ampliado. Mas existia.
O Bolsa Família foi instituído pela lei 10.836, sancionada por Lula em janeiro de 2004. Lê-se no ‘parágrafo único’ do artigo 1º: O programa “tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do governo federal.”
O texto passa a empilhar as ações que seriam unificadas: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio-Gás… Coisas criadas sob FHC. A lei informa que a clientela desses programas seria reunida no ‘Cadastramento Único do Governo Federal’, instituído por decreto no ano de 2001, também sob FHC.
Quer dizer: não só havia um cadastro como ele foi mencionado certidão de nascimento do Bolsa Família. O mais curioso da história contada por Lula é que as omissões e as inverdades são desnecessárias.
Nessa matéria, Lula e o petismo não precisariam passar uma borracha num pedaço do passado para se vangloriar. Sob FHC, as bolsas sociais eram enfeites de bolo. Depois do fracasso do Fome Zero, Lula levou-as a sério, convertendo-as no próprio bolo.
Em benefício da historiografia, Lula deveria pular esse corguinho. Em vez de multiplicar o seu valor pela sua autoestima, deveria dividir sua importância por sua autocrítica. Um dia, quem sabe, a autocrítica apresentará Lula a si mesmo.
Lula disse que o projeto de segurança alimentar e combate à fome foi criado no seu instituto. Absteve-se de esclarecer que, nessa fase, sua turma deu à luz o Fome Zero, que se revelaria um retumbante fiasco. Ainda não se falava em Bolsa Família.
Ao discorrer sobre a política de transferência de renda, Lula disse coisas definitivas sem definir muito bem as coisas. Falou das críticas que recebeu por distribuir uma “ajuda mínima às pessoas que estavam abaixo da linha da pobreza”.
Esqueceu de mencionar que, na origem do Bolsa Família, está uma sugestão do governador tucano de Goiás Marconi Perillo. Hoje, Lula o enxerga como inimigo. Na solenidade de criação do programa, agradeceu-lhe os conselhos (assista abaixo).
A certa altura, Lula diz num dos vídeos do PT: “A primeia coisa grave que nós encontramos para poder fazer com que a política social vingasse é que nos descobrimos que não tinha cadastro no Brasil.” Lorota. O Cadastro teve de ser ampliado. Mas existia.
O Bolsa Família foi instituído pela lei 10.836, sancionada por Lula em janeiro de 2004. Lê-se no ‘parágrafo único’ do artigo 1º: O programa “tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do governo federal.”
O texto passa a empilhar as ações que seriam unificadas: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio-Gás… Coisas criadas sob FHC. A lei informa que a clientela desses programas seria reunida no ‘Cadastramento Único do Governo Federal’, instituído por decreto no ano de 2001, também sob FHC.
Quer dizer: não só havia um cadastro como ele foi mencionado certidão de nascimento do Bolsa Família. O mais curioso da história contada por Lula é que as omissões e as inverdades são desnecessárias.
Nessa matéria, Lula e o petismo não precisariam passar uma borracha num pedaço do passado para se vangloriar. Sob FHC, as bolsas sociais eram enfeites de bolo. Depois do fracasso do Fome Zero, Lula levou-as a sério, convertendo-as no próprio bolo.
Em benefício da historiografia, Lula deveria pular esse corguinho. Em vez de multiplicar o seu valor pela sua autoestima, deveria dividir sua importância por sua autocrítica. Um dia, quem sabe, a autocrítica apresentará Lula a si mesmo.


