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Se o boi não dançar, ninguem libera moto presa em Juazeiro do Norte

Vereador denuncia esquema de propina dentro do Demutran de Juazeiro do Norte


O vereador Bertran Rocha (PT do B), da base do prefeito Raimundo Macedo (PMDB), denunciou nesta quinta-feira (12), no plenário da Câmara Municipal, um esquema de propina, que segundo ele, estaria sendo praticado para a liberação de veículos apreendidos e em poder do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), órgão da Secretaria de Segurança de Juazeiro do Norte. "Ninguém retira moto apreendida pelo Demutran sem pagar a quantia de R$ 100,00 a agentes públicos de lá", afirmou o vereador, que faz parte da base do prefeito Raimundão. Na mesma denúncia, Bertran também denunciou que peças de motos desaparecem misteriosamente.
Bertran disse que colocou nos últimos 15 duias, seis assessores para realizar campana no Demutran, depois de ser impedido de retirar a moto de um correligionário. "Todos nesta cidade sabem que alguns vereadores da base têm regalias. Alguns retiram motos e veículos apreendidos e outros não. Fui tentar retirar a moto de um leiteiro amigo, que estava com a documentação atrasada e não deixaram. Me disseram sem constrangimento algum que só retiraria se pagasse", revelou o vereador ainda em plenário.
Indignado com o fato, Bertran disse que tentou alertar alguns colegas do problema que, conforme ele, vem ocorrendo no Demutran, mas ninguém lhe ouviu. "Por isso, faço agora a denúncia no plenário da casa", explicou. O vereador disse possuir documentos que comprovam sua denúncia e pretende levar o caso ao conhecimento do Ministério Público.
O caso teve ampla repercussão na sessão ordinária desta quinta-feira. Os vereadores Tarso Magno (PR), Gledson Bezerra (PTB), Darlan Lobo (PMDB) e até o líder do prefeito, vereador Capitão Vieira Neto (PTN), concordaram em enviar requerimento ao secretária da Segurança, coronel Antônio Herdez Miranda, para que ele compareça à câmara para dar explicações, antes do caso seguir para investigações do Ministério Público. "Não podemos julgar o atual secretário, Herdez Miranda. Ele assumiu a pasta há 20 dias. Por isso vamos ouvir o que ele tem a dizer", ponderou o vereador Gledson Bezerra.
Já o vereador Cláudio Luz (PT), que na gestão passada (Dr. Santana) foi secretário de Segurança de Juazeiro do Norte, lamentou o fato. Segundo ele, em sua gestão foi implantada um sistema de informatização, onde todos os veículos apreendidos pelo Demutran eram cadastrados e arquivados nos computadores. Para liberar, só através de senha do servidor responsável pelo setor. "Infelizmente, esse sistema foi abandonado e hoje é feito de forma manual, que dá margem a corrupção e desvio de conduta", afirmou Luz.
Por Roberto Bulhões do pessoal do blog em Juazeiro do Norte.

UFC ajuda na telefonia movel mundial

“O Grupo de Pesquisa em Telecomunicações sem Fio (Gtel) da UFC teve artigo científico incluído no projeto METIS 2020 (Mobile and Wireless Communications Enablers for the Twenty-twenty Information Society), rede mundial integrada por universidades, operadoras móveis e as maiores multinacionais do setor, como Ericsson, Huawei e Nokia, que busca a evolução tecnológica para telefonia móvel de quinta geração (5G).
O artigo intitulado “Performance analysis of network assisted two-hop D2D communications”, resumo da pesquisa do Prof. Tarcisio Ferreira Maciel e do estudante de mestrado em Engenharia de Teleinformática José Mairton Barros da Silva Jr., ambos do Centro de Tecnologia da UFC, foi listado entre as contribuições técnicas mais relevantes para a evolução tecnológica no setor.
O trabalho desenvolvido na UFC apresenta uma tecnologia conhecida como “D2D”, do inglês device-to-device, comunicações diretas entre dispositivos móveis. Essa tecnologia permite que o usuário fale, envie fotos e mensagens a outro telefone móvel sem que o tráfego de dados tenha de ser roteado por uma torre de transmissão.
Além disso, o modo de utilização do celular pelo usuário não é alterado, pois os aplicativos e sistemas operacionais são adaptados ao D2D. O principal resultado da tecnologia é a maior capacidade do sistema de telefonia, especialmente em eventos esportivos e culturais que concentrem grande número de pessoas.
De acordo com Tarcisio Maciel, o artigo aprovado pelo METIS 2020 detalha resultados da cooperação entre a UFC e a multinacional sueca Ericsson nos últimos dois anos. José Mairton Jr. estagiou durante seis meses no centro de pesquisas da empresa, a Ericsson Research, em Estocolmo, na Suécia.
No Gtel, laboratório da UFC, foram feitas simulações computacionais com um algoritmo desenvolvido pelos pesquisadores para interação direta entre celulares e outros dispositivos, estudos que terão continuidade nos próximos anos.
Segundo o Prof. Tarcisio Maciel, comunicações D2D podem interessar às empresas de Telecomunicações, já que as próximas gerações de dispositivos móveis deverão incorporar esse recurso. “Espera-se que uma parcela considerável dos dados das redes 5G seja oriunda de comunicações diretas entre dispositivos próximos”, explica.
Além do uso em eventos, o professor afirma que as possibilidades de aplicação da troca de dados entre dispositivos são vastas: equipamentos de monitoramento e controle de tráfego, sensores biomédicos, sistemas de medição elétrica e de automação industrial, entre outros, onde haveria troca de dados entre dispositivos com pouca ou nenhuma intervenção humana. “São exemplos de comunicação direta entre dispositivos que podem ter considerável impacto no setor de Telecomunicações nos próximos 10 anos”, analisa.
O que é o Gtel
O Gtel é um grupo que pesquisa comunicações sem fio desde o ano 2000. Sob a coordenação do Prof. Rodrigo Cavalcanti, o grupo atua em parceria com a indústria do setor de Telecomunicações e tem dado contribuições técnicas e científicas para os padrões 3G, 4G e, mais recentemente, 5G.
O grupo faz parte do Departamento de Engenharia de Teleinformática, do Centro de Tecnologia da UFC, e procura alinhar objetivos acadêmicos de formação de graduação e pós-graduação com a produção de conhecimentos de relevância tecnológica. Atualmente o Gtel é constituído por 20 pesquisadores e 50 estudantes de graduação e pós-graduação. Dentre os pesquisadores há 12 professores da UFC, incluindo docentes dos campi de Sobral e Quixadá.
(Site da UFC)
 

Vereador encrenca com viagem de Roberto Claudio

O vereador Ronivaldo Maia (PT) ocupou a tribuna da Câmara Municipal, nesta quinta-feira, e pediu explicações sobre viagem que o prefeito Roberto Cláudio (Pros) fará, a partir do dia 17 próximo para Barcelona, Paris e Londres. Com ele, estarão um assessor parlamentar, uma coordenadora especial, duas secretárias de gestão, além de um assessor especial.
Para viagens ao exterior, o prefeito, segundo Ronivaldo, teria que solicitar autorização à Câmara Municipal, independente do período, de acordo com o inciso XXXVIII do art. 83 da Lei Orgânica do Município de Fortaleza:
“Solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara Municipal para ausentar-se do Município, por tempo superior a 10 (dez) dias, salvo em viagens ao exterior, quando a solicitação de autorização se dará em qualquer tempo,” pede o vereador em requerimento.
Conforme atos publicados no Diário Oficial dos dias 04 e 05 deste mês, as diárias pagas pelo município custarão aos cofres públicos mais de R$ 67 mil.
Como a Câmara Municipal de Fortaleza não foi informada, Ronivaldo exige que se cumpra o estabelecido na lei orgânica, bem como sejam detalhados os motivos que justifiquem a viagem da comitiva para conhecimento da Casa e dos cidadãos e cidadãs de Fortaleza.

Deu no Claudio Humberto

"Presidente, Lula prometeu que nordestino algum precisaria recorrer mais a um caminhão-pipa. Hoje são mais de mil, segundo contabilizou o deputado Raimundo Matos (PMDB-CE)."

Pena que o Claudio Humberto não saiba que muito antes de Lula o então governador Tasso Jereissati "decretou" o fim do carro pipa. E mais: o deputado Raimundo Matos é tucano do mesmo PSDB de Tasso.

Esta é mais velha que o "teste do sofá".

Um escândalo sexual ronda o Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) da Barra do Ceará.
 Um inquérito policial será instalado nos próximos dias no 33o Distrito Policial para investigar o caso de atrizes que teriam sido supostamente estupradas por um diretor de um longa-metragem. Segundo as atrizes, o diretor, identificado como Raphael Fyah, marcava o encontro em uma sala do Cuca Barra e oferecia dinheiro às atrizes caso passassem no teste.
A cena do teste proposto pelo diretor era de um estupro, uma vez que o filme ambientaria um cenário de tráfico, sexo e violência.
Em nota, a Rede Cuca informou que Raphael Fyah não era produtor da Rede Cuca, mas aluno do curso de Produção Cultural e Organização de Eventos. “Raphael foi suspenso das suas atividades doscentes, não podendo participar de qualquer atividade da Rede Cuca enquanto os fatos estiverem sendo investigados. A Rede Cuca está colaborando com as investigações policiais e prestando apoio psicológico e jurídico às jovens.”
A SSPDS informou, por meio de nota, que apenas uma vítima registrou o Boletim de Ocorrência. A secretaria reforça ainda a importância de outras vítimas registrarem a queixa. “O inquérito sobre o caso está sendo instaurado na DP. É importante que outras possíveis vítimas compareçam à delegacia para registrar queixa.”
A aluna do curso de Teatro, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Michelle Gandolphi, divulgou, em sua conta no Facebook, o relato da amiga que participou do teste.
“Sou aluna do curso de teatro e fui contatada pelo Raphael Fyah no domingo passado, a respeito de um teste para um longa que ele mesmo escreveu o roteiro. Pediu o meu endereço de e-mail, para me enviar a cena do teste, que seria na terça seguinte no Cuca Barra. A cena do teste era uma cena de estupro”, divulgou Michelle através da rede social.

Capa do jornal O Estado(CE)


Assembleia aprova R$ 34 milhões para Cultura do Ceará

Após discussão acirrada e votação polêmica, a cultura receberá R$ 34 milhões do Tesouro Estadual, para a execução de programas em parceria com pessoas jurídicas do setor privado ou pessoas físicas. O projeto foi aprovado, ontem, na Assembleia Legislativa, com adição de duas emendas apresentadas pelo líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT). Outra, de autoria do deputado Heitor Férrer (PDT) foi rejeitada e fomentou grande parte da discussão, com críticas, inclusive, de colegas do próprio partido de Heitor. Do montante, serão destinados R$ 372,4 mil para o programa Memória Cultural, R$ 30,7 milhões para o incentivo às artes e culturas regionais, R$ 2,7 milhões para o incentivo à cultura e ao conhecimento, e R$ 883 mil para a promoção da juventude.

PDT em colisão
 Antes da votação do projeto, a Assembleia debateu e votou contra o recurso assinado por cinco parlamentares, para a tramitação de emenda de autoria de Férrer, que alterava os valores destinados aos programas. Na ressalva, Heitor ponderou que os valores direcionados para a preservação do patrimônio histórico do Estado era irrelevante (R$ 372,4 mil) e propôs remanejamento da verba, no valor de R$ 8 milhões para a área. “Estou fazendo isso no sentido de contribuir para que esses recursos sejam melhor distribuídos e equilibrados para a cultura do Ceará”, justificou.
 A proposição do pedetista não foi bem vista por grande parte da base do governo, principalmente, pelo deputado Ferreira Aragão (PDT), que é do mesmo partido de Heitor. “A ideia é excelente, mas carece de respaldo legal. Estou falando aqui como advogado e não como deputado”, disse Aragão. para o parlamentar, Heitor fez uma “invasão de competência” dos valores que já estavam estabelecidos no orçamento proposto pelo governo. “Para que ele fizesse isso, ele precisaria ser o governador”, criticou.

Competência
 A fala de Ferreira Aragão abriu uma nova discussão na Casa quanto à prerrogativa da Assembleia em modificar as mensagens e projetos oriundos do Governo. “Diga onde está a ilegalidade”, disse exaltado a Ferreira Aragão, o deputado Tomaz Holanda (PPS). Em meio à discussão, em aparte, Heitor explicou que o Executivo tem a função de originar a matéria, contudo, modificá-la é competência institucional da Casa. “A autonomia do Parlamento é tão grande que somos nós que damos posse ao governador, como também somos nós que podemos cassá-lo, bem como alterar suas mensagens”, pontuou Heitor Férrer.
 Sendo favorável à tramitação de emenda de Heitor Ferrer, o deputado Renato Roseno (Psol) ponderou que, se a Assembleia não tiver a prerrogativa de modificar por meio de emenda uma matéria do governo, pode fechar a Casa.  “Antes de discutir o mérito da matéria, é preciso discutir a prerrogativa constitucional de que a sociedade do Ceará nos deu, em sermos deputadas e deputados, para que não sejamos, exclusivamente, uma correia de transmissão do Palácio”, afirmou, dando conta de que a Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, que tem um acervo de aproximadamente 115 mil volumes, está fechada a cerca de um ano.

Preste atenção aos fuxicos do dolar. Tem bububu no bobobo!

Dados fracos dos EUA fazem dólar cair para R$ 2,82

 O dólar fechou em queda de 1,85% nesta quinta-feira, cotado a R$ 2,8209 na venda, após alcançar R$ 2,8164 na mínima do dia. A sessão refletiu os dados fracos sobre os gastos do consumidor nos Estados Unidos, novos estímulos econômicos na Suécia e um acordo de cessar-fogo na Ucrânia.
Neste ano, o dólar teve alta de mais de 8%, atingindo as maiores cotações desde o fim de 2004. O câmbio foi pressionado não só por fatores internacionais, como os temores sobre a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro, mas também pelo medo de um rebaixamento da classificação de risco do Brasil devido à deterioração dos fundamentos macroeconômicos do país.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais pelas rações diárias, com volume correspondente a US$ 97,7 milhões. Foram vendidos 900 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.100 contratos para 1º de fevereiro de 2016.
O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. 
Tags: americana, baixa, cotação, mercado, MOEDA
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Opiniao

Impeachment: fantasia política sem base jurídica

Dalmo de Abreu Dallari * 
Desde a reeleição da Presidente Dilma Rousseff, em outubro de 2014, quando ela recebeu do povo brasileiro, por meio de votação livre e rigorosamente democrática, 54 milhões de votos para exercer um segundo mandato na Presidência da República, começaram a aparecer na imprensa declarações de dirigentes e militantes do PSDB, partido derrotado, sugerindo e ameaçando a adoção de medidas antidemocráticas visando tirá-la da Presidência e partir para uma aventura, sem qualquer consideração pelos interesses do Brasil e de seu povo. Dando sequência a essas manifestações dos perdedores inconformados, a imprensa vem divulgando nos últimos dias, com injustificável evidência, a informação de que, aproveitando as revelações sobre a prática de corrupção na Petrobras, envolvendo quantias muito elevadas, está sendo cogitada uma proposta de  impeachment da Presidente Dilma. E foi dada publicidade a um parecer que fora encomendado ao prestigioso jurista Ives Gandra Martins, para apoiar a tese segundo a qual o fato de que ela era Presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando, em 2006, foi decidida a compra da refinaria de petróleo de Pasadena, nos Estados Unidos, por preço exorbitante e favorecendo ilegalmente alguns altos funcionários da Petrobras que foram intermediários da compra, esse fato de 2006 daria o fundamento jurídico para o impeachment. Um dado expressivo é que os que fazem essa acusação admitem que ela não praticou qualquer ato de má-fé naquela oportunidade, apoiando conscientemente um mau negócio ou acobertando a ação corrupta dos funcionários que participaram da realização do negócio, mas dizem que foi culpada por omissão, não impedindo aquelas irregularidades. E aí estaria o fundamento para o pedido de destituição de Dilma Rousseff da Presidência da República.
Para que se compreenda o significado dessa ameaça à Presidente da República e para que mesmo os leigos em matéria jurídica possam entender e avaliar o significado de tal ameaça, inclusive recebendo esclarecimentos sobre a real possibilidade jurídica de sua utilização, é oportuna a divulgação de uma análise, ainda que sucinta, do enquadramento jurídico dessa questão, pois isso interessa a todo o povo brasileiro. Evidentemente, forçar a Presidente da República a deixar o cargo antes do prazo de vencimento do mandato recebido do povo é ato de extrema gravidade, que, mesmo quando praticado com rigorosa obediência aos preceitos constitucionais e legais, acarreta grave perturbação na vida do País. E se a deposição da Presidente ocorrer por um ato de força, mesmo que com aparente base jurídica, estará sendo dado um golpe de Estado, que poderá ser muito conveniente para um pequeno grupo de golpistas mas será extremamente danoso para todo o povo, significando a implantação de uma ditadura, com suas inevitáveis mazelas.
O primeiro ponto que deve ser esclarecido é que nem na Constituição nem nas leis brasileiras aparece a palavra impeachment. Essa palavra, de origem inglesa, quando aplicada para determinar a retirada, com o caráter de punição, de um governante ou administrador público de seu  cargo, tem o significado de « destituição » ou « impedimento ». E é isto que se está pretendendo pedir agora. A possibilidade jurídica de pedir a destituição do Presidente da República está expressamente prevista na Constituição, no artigo 85, segundo o qual « são crimes de responsabilidade, cuja prática dará fundamento para afastá-lo do cargo, os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e especialmente contra :…V. a probidade na administração ». O que se tem aí é o enunciado genérico dos crimes de responsabilidade. Se o Presidente da República cometer algum desses crimes poderá ser destituído por decisão do Congresso Nacional, obedecidos os procedimentos que a própria Constituição estabelece.  E no parágrafo único desse mesmo artigo  dispõe-se, expressa e claramente : « Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento ». A lei especial aí referida, que trata especificamente dos crimes de responsabilidade, é a Lei Federal n° 1079, de 10 de Abril de 1950, que, segundo opinião unânime dos juristas, foi recepcionada pela Constituição de 1988.
Quanto à definição dos crimes, que lhe cabe por disposição constitucional, dispõe a Lei 1079, no artigo 1°, que «são crimes de responsabilidade os que esta lei especifica », fazendo em seguida, em vários incisos, a enumeração das espécies de crimes, dispondo o inciso V sobre os que atentam contra « a probidade na administração ». E quanto a estes, no artigo 9°, que completa os dados necessários para esta breve análise, estabelece a lei que « são crimes de responsabilidade contra a probidade na administração :…3. não tornar efetiva a responsabilidade « dos seus subordinados » (obviamente, subordinados do Presidente da República, que é o objeto exclusivo da lei).
Sintetizando o que acaba de ser exposto, há dois requisitos fundamentais que devem ser observados para dar consistência jurídica a um pedido de destituição do Presidente da República por ter praticado um crime de responsabilidade, como prevê o artigo 85 da Constituição: o primeiro ponto é que a base fática indispensável para tornar viável um pedido dessa natureza é que se apontem, como fundamento, « atos do Presidente da República ». Isso está expresso na Constituição e seria evidentemente inconstitucional um processo de  impeachment que se fundamentasse em atos ou omissões ocorridos quando, anos atrás, Dilma Rousseff  ocupava um cargo na direção da Petrobras. Outro ponto é que por disposição expressa da Lei 1079, que define os crimes de responsabilidade, outra hipótese de configuração da prática de crime de responsabilidade é o fato de não tornar efetiva a responsabilidade de seus subordinados, ou seja, dos subordinados da Presidência da República. Como é público e notório, a Presidente Dilma Rousseff, tão logo informada das acusações de corrupção na Petrobras, determinou  que fossem adotadas providências rigorosas visando esclarecer os fatos e punir os eventuais culpados. Basta a consideração desses dois pontos para que se entenda minha respeitosa discordância do parecer do ilustre colega Ives Gandra Martins, acima referido.
Para finalizar, é importante que se saiba que desde a posse da Presidente Dilma Rousseff para exercer o primeiro mandato presidencial até agora já foram protocolados na Câmara dos Deputados, que é por onde deve começar o processo, doze pedidos de  impeachment. Em todos esses casos os pedidos foram examinados por uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados, como previsto em seu regimento, tendo sido proposto por ela e decidido pelo plenário o arquivamento de todos eles, por absoluta falta de fundamento legal.  Se agora for apresentado um novo pedido, como tem sido ansiosamente sugerido por altos dirigentes do PSDB, e se esse pedido tiver a pretensão de se basear na fundamentação jurídica acima referida, certamente haverá mais um arquivamento, em obediência às disposições constitucionais e para preservação da ordem jurídica democrática no Brasil. Assim, pois, a ameaça de pedido de  impeachment  não deve ser levada a sério, não merecendo ser tratada como possibilidade real, mas sim como simples desabafo de maus perdedores tentando manter-se em evidência.
* Jurista

O que é que Camilo vai fazer hoje

Agenda do governador Camilo Santana sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

9h30Reunião com os secretários Élcio Batista (Chefia de Gabinete), Francisco Teixeira (Recursos Hídricos) e Hugo Figueiredo (Planejamento). Assunto: planejamento das ações de convivência com a seca

14h: Visita às obras das adutoras de Nova Russas e Crateús