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Diz a Sudene que tá no futuro

 

Nós já estamos no futuro”, afirma superintendente da Sudene na abertura do II Fórum Nordeste de Economia Circular
Evento fortalece compromisso entre governos, empresas e comunidades pela transformação sustentável da Região, rica em bens naturais
Francisco Alexandre destacou necessidade de compromisso pelo bom uso das riquezas naturais do Nordeste
Foto: Elvis Aleluia/ Sudene
Recife (PE) – A abertura do II Fórum Nordeste de Economia Circular (FNEC), realizada nesta quarta-feira (15), destacou o protagonismo do Nordeste na transição para um modelo de desenvolvimento mais sustentável, inovador e inclusivo. O superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, representou a Autarquia na solenidade, ao lado de autoridades nacionais e lideranças do setor produtivo e da sociedade civil.
O evento busca fortalecer a adoção de novos modelos de desenvolvimento econômico que priorizem o reaproveitamento de materiais, o respeito às territorialidades e a inovação nos negócios e nas políticas públicas, orientando-as para práticas sustentáveis. Em seu discurso, o superintendente ressaltou o papel estratégico da economia circular para o desenvolvimento regional e a importância do compromisso coletivo com o uso sustentável dos recursos naturais.
“Nós vivemos em uma Região privilegiada de bens naturais. Mas, para que possamos fazer bom uso deles, é preciso compromisso. O conceito de economia circular reconstrói, dá uma nova estrutura para minimizar os impactos na natureza. É uma agenda de agora, porque nós já estamos no futuro. E a tarefa dos que acreditam que é possível transformar este cenário está justamente em trabalhar esta ideia com governos, lideranças e empresas”, afirmou o gestor.
Uma das iniciativas recentes da Sudene que dialogam com os princípios da economia circular é o Data Nordeste, plataforma desenvolvida pela Autarquia para reunir e disponibilizar indicadores econômicos, sociais e ambientais sobre a Região. Ao promover o acesso público a informações estratégicas, a ferramenta contribui para a formulação de políticas públicas alinhadas à sustentabilidade e ao uso eficiente dos recursos naturais. Nesta quarta-feira, o portal apresentou um conteúdo especial sobre o tema, com destaque para o painel de dados sobre descarte de resíduos no Nordeste. O endereço é datanordeste.sudene.gov.br.
Transformação
A embaixadora do Movimento Reinventando Futuros, Liu Berman, destacou a essência colaborativa que move o evento e defendeu a integração entre diferentes setores sociais como caminho para soluções reais. “Este movimento tem o propósito de conectar pessoas, projetos e territórios. A transformação é coletiva e acontece em rede. Por isso, é importante promover este encontro entre empresas, governos e comunidades para gerar soluções reais. Reinventamos formas de viver e colaborar, gerando mais cidadania e criatividade”, afirmou.
Representando o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil), Leonel Neto destacou a urgência de alinhar as estratégias de desenvolvimento à lógica da circularidade e da preservação do planeta. “Não existe a possibilidade de descartar o planeta, porque não há um plano B. É dentro desta lógica que entendemos esta agenda. É preciso, por exemplo, pensar o desenvolvimento industrial a partir da ideia de circularidade. É preciso fomentar políticas públicas para uma visão abrangente de atenção às dimensões econômica, social e ambiental”, afirmou.

Com atividades que seguem até a próxima sexta-feira (17), a programação do Fórum inclui debates, oficinas, mentorias e apresentações de experiências práticas em sustentabilidade e inovação social. A Sudene participa do evento em painéis sobre dados abertos, oportunidades de negócio para solução de problemas socioambientais, sustentabilidade hídrica e economia circular. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site nordesteeconomiacircular.com.br.

Coluna do Macário Batista em 16 de outubro de 2025

 


Quem não está comigo, está "contramigo"
Assim falava Zaratustra. Se não foi ele foi alguém que juntava gente a seu redor, fosse num grupo político, fosse num clube de amigos, fosse nos empregos que o organizador gerava ou distribuía. Uma recente derrota do Governo Federal para ajustar contas do orçamento pro ano que vem, acabou por desencadear uma tempestade de troca de cargos Brasil a fora. Foi simples: Lula chamou Gleise e deu a senha, que a ministra não se dá ordem; Quem foi contra perde o que tem. Quem foi a favor fique onde está ou receba benesses. E a cobra fumou. Bem mandada, a Ministra Gleise Hofmamm cumpre ao pé da letra a ordem do chefe. E a foice desceu. Falam em 327 cargos federais, de boa qualidade e pouco serviço, que estariam nas mãos dos que foram contra o Governo. Tem neguim gritando, pedindo arrego, como disse o líder do Governo, José Guimarães, cearense na Câmara dos Deputados. - Me salva Guimarães, contou ele de um grito com pedido de socorro. -Eu apenas mudei o rumo da prosa: - Procure a Gleise. Fedendo a cão a coisa chegou ao Ceará. Mais precisamente no DNOCS, o centenário órgão que um dia foi de muito trabalho e hoje parece cabide de emprego. Pois bem; esta semana papocaram com linha, carretel e chilena de cerol, o Diretor Tecnológico de Produção, Alex Renan de Souza Galvão. O coordenador Estadual da Coordenadoria de Sergipe, Marcos Vander Costa da Cunha e a Coordenadora Estadual do Rio Grande do Norte, Carmem Lucia Barros dos Santos. E é só o começo dizem lá de dentro. O diretor geral Fernando Leão, sumiu. Mergulhou em local incerto e não sabido.
A frase: “O voto eletrônico é contestado mesmo onde existe, e nós não podemos arriscar”. Do candidato do Partido Comunista Português à Presidência da República, Antônio Filipe, contra o voto eletrônico.
André Figueiredo para jornalistas (Nota da foto)
“Tivemos uma votação importantíssima, como a MP da Tributação, que previa a taxação das bets, dos bilionários e dos bancos, e a maioria dos partidos de centro votou contrário à orientação do governo. Então, nada mais natural que aqueles que votaram favoravelmente possam ser valorizados e aqueles outros possam ser penalizados”. Lula mandou Gleise descer a faca.
Dia do Servidor
Elmano de Freitas, governador assinou, na terça-feira, decreto antecipando o feriado pelo Dia do Servidor Público para 27 de outubro (segunda-feira). A data é comemorado no dia 28 de outubro. Já está no DO.
Vacina é vida.
No sábado (18), O Ministério da Saúde promoverá o Dia D de mobilização nacional pela vacinação. Tradição da Fiocruz, é a celebração da saúde e cidadania, com vacinas gratis para crianças e adultos.
Puxa faca cooperativista
A FAEC está cobrando transparência enquanto anuncia ofensiva contra irregularidades em cooperativas no Ceará. Ontem o presidente da FAEC protocolou oficio dando prazo para prestação de contas numa cooperativa em Maranguape. Depois, disse Amilcar Silveira, vai ao Ministério Publico.
Consorcio NE em Fortaleza
No dia 23,próximo vindouro, órgãos federais vão reunir seus dirigentes em Fortaleza . Justificam: A Região Nordeste reúne condições únicas para liderar a transição para uma economia de baixo carbono no Brasil, com elevada disponibilidade de energia renovável a custos competitivos.
Capacidade instalada
Seus estados concentram 78% da capacidade instalada de eólica e solar do país e têm localização geográfica privilegiada, infraestrutura logística forte e mão de obra qualificada.
Justificativas
Dessa forma, a região é atrativa para indústrias verdes e de difícil descarbonização, como siderurgia, fertilizantes e químicos, além de segmentos ligados às cadeias de valor da energia renovável, como minerais críticos, baterias e combustíveis de baixo carbono.

Bom dia

                                                                        Meu Deus!

Girão reafirma pré-candidatura ao governo e marca ato de lançamento

Ato para oficializar pré-candidatura do senador do Novo a governador do Ceará está previsto para 30 de novembro, em Fortaleza.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) reafirmou a intenção de disputar o Governo do Ceará nas eleições de 2026 e marcou o ato para lançamento oficial da sua pré-candidatura a governador. O evento está previsto para o dia 30 de novembro, no Hotel Gran Mareiro, em Fortaleza.
Nota divulgada pelo Partido Novo diz que "grandes nomes" da política nacional e estadual já confirmaram presença no evento.
No mesmo texto, Girão fala em "renovar o cenário político cearense". “Creio ser importante que um novo ciclo na política cearense se inicie a partir de uma proposta verdadeira. O Ceará precisa de um novo crescimento econômico, melhorias significativas na saúde e passar a ser um estado sem violência”, afirma o senador.
A nota diz ainda, fazendo referência à atuação de Girão no Senado, que o pré-candidato pretende dar continuidade a "uma atuação independente de correntes partidárias, mantendo o diálogo transparente com todos os segmentos políticos e sociais".
Sobre possíveis alianças políticas, Girão fala em "diálogo" e "construção". “Vejo como importante a união de todos pelo bem do povo do Ceará. Continuo aberto ao diálogo, a novos apoios e parcerias”, diz o senador do Novo.
A pré-candidatura de Girão ao Governo do Estado foi anunciada no início deste ano, poucos meses após ele sair derrotado na eleição para prefeito de Fortaleza, em 2024. Na disputa municipal, ele ficou no primeiro turno em quinto lugar, tendo recebido 14.878 mil votos (1,06 %).
Quando anunciou a intenção de concorrer ao governo estadual, Girão falou que a pré-candidatura surgia "naturalmente". O senador, que é contra a reeleição, já disse que não pretende tentar um segundo mandato para o Senado.
Em julho, o Novo lançou também a pré-candidatura a senador de Guilherme Theophilo. A ideia é que o general da reserva possa ocupar a cadeira de Girão no Senado, mantendo a defesa de bandeiras do campo da direita e do conservadorismo. Theophilo falou na época que sua pré-candidatura não é "inegociável" e defendeu a união da direita nas eleições do próximo ano.
Na mesma ocasião, Girão disse que mantém diálogo com lideranças de outros partidos, mas defendeu que o projeto representado por ele e o Novo é o que significa "a verdadeira mudança" para o Estado do Ceará, já sinalizando que não recuaria da pré-candidatura.
"Quanto a nossa candidatura, a gente não é de desistir. Se tiver um projeto representando essa parcela cada vez mais crescente da população, que defende a vida, a ética e a liberdade, nós vamos estar sempre conversando, mas nós acreditamos, com todo respeito a quem pensa diferente, que o nosso projeto é o que representa a verdadeira mudança para o Estado do Ceará", falou Girão na época.
Girão já sinalizou um distanciamento em relação a outras forças da oposição, ao fazer ressalvas a nomes como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Sem partido).
No bloco da oposição, figuras do PL, do União Brasil e do PSDB vêm ensaiando uma aliança para as eleições de 2026, com o objetivo de lançar uma chapa única para ir para a disputa contra a chapa a ser liderada pelo governador Elmano de Freitas (PT), que deve tentar a reeleição.
Ciro Gomes, Roberto Cláudio, o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) e o deputado federal André Fernandes (PL) vêm articulando esse processo, com Ciro sendo no momento o favorito para liderar a chapa articulada por esse grupo.

Capa do jornal OEstadoCe

 


Sobral nunca teve disso.

 


Polícia Militar prende suspeito com cerca de 50 kg de drogas em Sobral
A Polícia Militar do Ceará (PMCE) prendeu em flagrante, na manhã desta terça-feira (14), um homem suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas e apreendeu quase 50 kg de entorpecentes. A ofensiva foi deflagrada por policiais militares da Força Tática (FT) no bairro Junco, tendo como base informações da Assessoria de Inteligência (Assint) da PMCE. O homem, de 26 anos, foi posto à disposição da Justiça.
Conforme informações do setor de inteligência da PMCE, uma casa situada no bairro Junco funcionaria como laboratório de drogas ilícitas. As suspeitas recaíram pela intensa movimentação no local. Em decorrência das informações, os policiais militares da FT foram até o endereço e abordaram o suspeito, enquanto este chegava na casa, em uma motocicleta.
O alvo já possuía passagens por corrupção de menor, infringir medida sanitária, como usuário de drogas e corrupção de menor; além disso, estava em posse de algumas porções de cocaína. Durante a busca domiciliar, os policiais encontraram 47 kg de maconha prensada dentro de um freezer e 264 g de cocaína, além de 548 g de um pó amarelo, 200 g de comprimidos que seriam utilizados para a mistura de entorpecentes e três balanças de precisão.
Ao perceber a gravidade da situação, o homem tentou convencer os militares a apenas levar as drogas em troca de uma transferência bancária de valor elevado. Em ato contínuo, o indivíduo recebeu voz de prisão e foi apresentado na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Sobral junto ao material apreendido. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de tráfico de drogas e corrupção ativa e colocado à disposição da Justiça.


Quem está no núcleo de desinformação da trama golpista


Por Isadora Rupp
Procuradoria acusa réus de agirem em conluio com chefes de organização criminosa para produzir mentiras sobre as urnas eletrônicas e atacar comandantes das Forças Armadas
FOTO: Rovena Rosa/Agência BrasilImagem de urna eletrônica com os dizeres "Fim" na tela. Ao fundo, três mesários
Urna eletrônica em seção eleitoral cenográfica
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal começou a julgar nesta terça-feira (14) os sete réus acusados de espalhar desinformação contra urnas eletrônicas, instituições e comandantes militares com o intuito de dar um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições presidenciais de 2022.
Esse é o núcleo 4 da trama golpista, conforme classificação feita pela Procuradoria-Geral da República. São ao todo quatro núcleos, e apenas os integrantes do núcleo 1, o chamado núcleo crucial do golpe, já receberam suas sentenças. É o caso de Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão em 12 de setembro.
Os integrantes do núcleo 3, conhecido como núcleo tático, que inclui militares envolvidos no plano de assassinato de autoridades, serão julgados em novembro. Já os membros do núcleo 2, o núcleo gerencial, vão a julgamento em dezembro.
Sete pessoas integram o núcleo 4, formado majoritariamente por militares do Exército brasileiro. São eles:
Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército)
Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército)
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal, que realizou uma auditoria paralela nas urnas eletrônicas a pedido do PL)
Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército)
Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército)
Marcelo Araújo Bormevet (agente da Polícia Federal)
Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército)
O presidente da Primeira Turma, Flávio Dino, reservou quatro dias para as sustentações orais e leituras dos votos. O julgamento deverá se estender até, no máximo, dia 22 de outubro.
Neste texto, o Nexo explica as acusações contra os réus do núcleo de desinformação.
A atividade central
De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, os membros do núcleo quatro “propagaram notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo”.
A função deles era a de auxiliar o núcleo 1 – liderado por Jair Bolsonaro, pessoas de seu entorno e militares de alta patente – a colocar em xeque o sistema eletrônico de votação por meio de desinformação, com o objetivo final de conseguir uma ruptura democrática.
Segundo o procurador Paulo Gonet, todos os integrantes do núcleo 4 estavam cientes do plano maior da organização criminosa, liderada por Jair Bolsonaro e demais membros do núcleo um, e da “eficácia de suas ações para gerar instabilidade social e consumação da ruptura institucional”.
O núcleo teria atuado prioritariamente na divulgação de estudos infundados sobre a ineficácia das urnas eletrônicas e dos códigos-fonte, além de notícias falsas sobre registros de votos após o término oficial da eleição.
Na denúncia, Gonet afirma que, embora a atuação do núcleo da desinformação tenha se acentuado em 2022 por causa das eleições, houve uma ação progressiva e coordenada do núcleo 4 com os demais já a partir de julho de 2021.
Em seu relatório, o procurador lembra que Jair Bolsonaro “inaugurou” seus ataques às urnas ainda antes, em 2018, após ser eleito presidente da República e alegar, sem quaisquer provas, que havia sido eleito já no primeiro turno.
De acordo com a PGR, os pronunciamentos de Bolsonaro, até então, eram pontuais e insuficientes para afetar a opinião pública, mas ganharam “contornos massivos e contundentes” a partir de uma live realizada pelo ex-presidente em 29 de julho de 2021, nas dependências do Palácio do Planalto, cujo tema foi desacreditar as urnas. O impulso para acelerar as ações de desinformação, segundo a PGR, foi a possibilidade de derrota de Bolsonaro na eleição de 2022, conforme apontavam as pesquisas de opinião divulgadas à época.
A articulação do núcleo 4 com os demais, mas principalmente com os cabeças do golpe, seguiu até janeiro de 2023, afirmou a Procuradoria, dando causa aos eventos de 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes.
Nas investigações que antecederam a denúncia da PGR, a Polícia Federal afirmou que Jair Bolsonaro e o grupo de desinformação propagavam a ideia de vulnerabilidade do sistema eleitoral a partir de informações infundadas por meio do “gabinete do ódio” .
O gabinete foi uma estrutura à parte da Secretaria de Comunicação do governo com assessores focados em redes sociais e na gestão de páginas da família Bolsonaro, cujo papel era direcionar ataques a adversários políticos e difundir desinformação.
A Procuradoria também afirma que o núcleo 4 se utilizou de estrutura, recursos e ferramentas da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para gerar as notícias falsas que eram propagadas sobre autoridades e instituições.
De acordo com a PGR, os acusados do núcleo de desinformação cometeram cinco crimes:
Organização criminosa armada (três a oito anos de prisão)
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (quatro a oito anos de prisão)
Golpe de Estado (quatro a 12 anos de prisão)
Dano qualificado pela violência e grave ameaça (seis meses a três anos de prisão)
Deterioração de patrimônio tombado (um a três anos de prisão)
Os incitadores do Exército
Três membros do Exército brasileiro que estão no núcleo de desinformação se aproveitaram do seu trânsito no meio militar para incentivar a adesão de membros das Forças Armadas à tentativa de golpe de Estado: o major expulso do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida e o coronel Reginaldo Vieira de Abreu.
Segundo as investigações, Barros, um ex-militar expulso do Exército, discutiu em dezembro de 2022, junto com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, um eventual golpe de Estado no país – a conversa foi realizada em três áudios encontrados pela Polícia Federal.
Há outros registros de Barros incitando ruptura democrática, como uma conversa de WhatsApp com o general da reserva Walter Braga Netto, que chefiou a Casa Civil e o Ministério da Defesa, foi candidato a vice de Bolsonaro e pegou uma pena de 26 anos pela trama golpista.
Foi a Barros que Braga Netto disse para “oferecer a cabeça” de Freire Gomes, general que comandou o Exército entre março e dezembro de 2022 e se recusou a aderir aos planos de golpe. Barros também foi orientado por Braga Netto a atacar o ex-comandante da Força Aérea Brasileira, o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, outro que não aderiu aos planos de ruptura.
A defesa do major nega que ele tenha feito uma campanha de difamação contra os comandantes, e afirma que suas publicações de teor golpista nas redes sociais tinham o intuito de fazer “marketing pessoal”.
Almeida, que comandava o 1° Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, aparece em áudios sugerindo “sair das quatro linhas da Constituição” e em conversas com o tenente-coronel Mauro Cid enviando links e materiais com desinformação para serem distribuídos e postados em plataformas como o canal Terça Livre, de Alan dos Santos, investigado pela propagação de conteúdos falsos e foragido nos Estados Unidos.
O militar sugere ainda, em áudios obtidos pela PF, que os manifestantes que estavam acampados no Quartel General do Exército em Brasília deixassem o local e fossem se manifestar no Congresso Nacional. A defesa de Almeida alega que ele não produziu nenhum conteúdo desinformativo e apenas encaminhou mensagens que lhe haviam sido repassadas.
Reginaldo Vieira de Abreu tentou manipular o relatório das Forças Armadas, divulgado após o segundo turno de 2022, que atesta que não houve fraude nas urnas eletrônicas. De acordo com a PGR, o militar também imprimiu seis cópias do documento “Gab Crise GSI”, que seria o planejamento de um gabinete de controle, formado por militares, de uma eventual crise que poderia ocorrer na tentativa de golpe.
Abreu sugeriu ainda, em mensagens interceptadas pela PF, que Jair Bolsonaro se reunisse apenas com a “rataria” para dar andamento às ações golpistas, e que “o pessoal acima da linha da ética” no meio militar não poderia estar presente. Seus advogados também negam que ele tenha participado da trama.
Os aliados da Abin
De acordo com a PGR, o agente da Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet e o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, que na época estava cedido para a Abin, atuavam como uma “central de contrainteligência da organização criminosa”: ambos, por meio de ferramentas de pesquisa e outros recursos da agência de inteligência, obtinham informações para produzir desinformação contra os opositores.
Os dois atuaram na gestão de Alexandre Ramagem, hoje deputado federal (PL-RJ) e condenado a 16 anos e um mês de prisão. Na sua diretoria, a Abin, de acordo com investigações da Polícia Federal, foi usada para atender a interesses pessoais do governante e perseguir opositores.
Bormevet também foi quem ordenou um subordinado a agredir um assessor do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF. Sua defesa afirma que ele não tem nenhum vínculo com os outros integrantes do núcleo de desinformação e, portanto, não pode fazer parte de organização criminosa nenhuma.
Já Rodrigues era subordinado de Bormevet. O subtenente do Exército teria usado ferramentas como a First Mile para auxiliar na disseminação de informações falsas.
Desenvolvida pela empresa israelente Cognyte, a ferramenta de monitoramento fornece em um mapa a localização da área aproximada de celulares que usam as redes 2G, 3G e 4G: para isso, é inserido o número de telefone de quem se pretendia monitorar. Com isso, é possível obter históricos de deslocamentos e criar alertas em tempo real.
No STF, os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux foram monitorados com a ferramenta. Ainda depõe contra a dupla Bormevet-Rodrigues mensagens sobre a minuta do golpe que seria assinada por Bolsonaro. “Nosso PR imbrochável já assinou a porra do decreto?”, perguntou Bormevet em uma mensagem obtida pela polícia. “Porra nenhuma!”, respondeu Rodrigues.
Os advogados de Rodrigues afirmam que ele não produziu nenhum conteúdo falso e apenas concentrou seu trabalho em notícias já existentes.
O marketeiro
O major do Exército Ângelo Martins Denicoli é apontado na denúncia da PGR como a pessoa que coordenou a profusão e a difusão de estudos que teriam identificado inconsistências nas urnas eletrônicas, sobretudo a live do influenciador de extrema direita argentino Fernando Cerimedo.
Depois da derrota de Bolsonaro no segundo turno das eleições, Cerimedo realizou uma live em novembro de 2022, que mostrava um dossiê que foi desmentido e detalhado com explicações pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Posteriormente, Cerimedo atuou como marqueteiro da campanha vitoriosa do presidente argentino Javier Milei.
Com o material do influencer em mãos, Denicoli ajudou na disseminação da live com as informações falsas. Segundo a PGR, as mensagens encontradas pela Polícia Federal na investigação mostram a proximidade entre Denicoli e Cerimedo. Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o major do Exército era parte de um grupo “empenhado” em encontrar fraudes nas urnas eletrônicas.
Os advogados de Denicoli alegam que não há provas de que ele tenha tido um papel ativo na disseminação de notícias falsos.
O auditor paralelo
O engenheiro Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, que se autointitula como um dos “inventores” da urna eletrônica no Brasil e é presidente do Instituto Voto Legal, é apontado pela PGR como o responsável pela produção de um relatório que citava supostas fraudes nas urnas eletrônicas. Na época, o estudo foi chamado de uma “auditoria paralela” no sistema de votação brasileiro e foi feito a pedido do PL de Valdemar da Costa Neto.
De acordo com a PGR, Rocha foi orientado a selecionar teses hipotéticas de indícios de fraudes nas urnas para serem testadas pelo Instituto. A denúncia mostra que, embora Rocha soubesse que o sistema eletrônico é seguro, ele especulou sobre o ano do modelo de fabricação.
Segundo o relatório do Instituto Voto Legal feito para o PL, nas urnas de modelo 2020 (40% do total), Bolsonaro teria atingido 51,05% dos votos, e Lula 48,95%. O instituto alegou que esse seria o único modelo “auditável”, o que não é verídico. Com base no relatório, o PL pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a anulação de parte dos votos computados, o que não foi atendido. O partido foi condenado por litigância de má fé e teve de pagar uma multa de R$ 22 milhões.
Rocha alega ter feito apenas um trabalho técnico de auditoria, atendendo ao seu contrato de prestação de serviços com o PL. Ressalta também que foi o partido, e não ele, quem resolveu levar o relatório ao TSE.

Seminário discute investimentos sustentáveis no Nordeste


Consórcio Nordeste, Banco do Nordeste do Brasil e Instituto Clima e Sociedade reúnem especialistas para mostrar as oportunidades do Powershoring para o desenvolvimento econômico na região
A Região Nordeste reúne condições únicas para liderar a transição para uma economia de baixo carbono no Brasil, com elevada disponibilidade de energia renovável a custos competitivos. Seus estados concentram 78% da capacidade instalada de eólica e solar do país e têm localização geográfica privilegiada, infraestrutura logística forte e mão de obra qualificada. Dessa forma, a região é atrativa para indústrias verdes e de difícil descarbonização, como siderurgia, fertilizantes e químicos, além de segmentos ligados às cadeias de valor da energia renovável, como minerais críticos, baterias e combustíveis de baixo carbono.
Para avançar no diálogo sobre a concretização de todo o potencial da região, com benefícios de desenvolvimento territorial com geração de empregos de qualidade, inclusão e diversidade, e o enfrentamento aos desafios da transição energética, o Consórcio Nordeste, o Banco do Nordeste (BNB) e o Instituto Clima e Sociedade vão reunir especialistas no seminário “Como escalar e acelerar os investimentos sustentáveis no Nordeste: As Oportunidades do Powershoring*”, em 23 de outubro, em Fortaleza. O evento será realizado na sede do BNB, no Passaré.
Serão debatidos temas diretamente ligados ao futuro dos investimentos sustentáveis na região:
Estratégias regionais e a visão internacional do Brasil para a consolidação da agenda de Powershoring
Perspectivas de investidores, mecanismos de financiamento e instrumentos de mitigação de riscos para ampliar os investimentos sustentáveis
Marcos institucionais, clusters industriais de baixo carbono e ecossistemas portuários como vetores de desenvolvimento e descarbonização
O papel da filantropia e da cooperação internacional na construção de uma agenda comum para o Powershoring
Os painéis, com a participação de representantes estratégicos dos setores público, privado e sociedade civil, nacional e internacional, vão contribuir para a discussão de fortalecimento da capacidade regional de oferecer um ambiente de negócios favorável, estruturar projetos qualificados e desenvolver instrumentos financeiros inovadores que alavanquem investimentos nacionais e internacionais. Esse esforço conjunto poderá ampliar investimentos, fomentar negócios sustentáveis, estabelecer cooperações estratégicas de longo prazo e promover soluções tecnológicas alinhadas às vocações regionais.
São parceiros do evento: Instituto E+ Transição Energética; CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável; CEBC - Conselho Empresarial Brasil China; FUNBIO - Fundo Brasileiro para a Biodiversidade; e UK PACT - UK Partnering for Accelerated Climate Transitions.
Powershoring é o termo criado pelo professor de economia da Universidade de Brasília Jorge Arbache para se referir à estratégia de realocar a produção industrial para regiões próximas de fontes de energia renovável abundante e barata e em locais que concentrem insumos essenciais com menor pegada de carbono.
Inscrição presencial ou online para jornalistas: clique aqui
Serviço:
Seminário - Como escalar e acelerar os investimentos sustentáveis no Nordeste: As Oportunidades do Powershori.

Ciopaer completa 30 anos de serviços prestados aos cearenses


Com cinco bases no estado, a Coordenadoria tem a quarta maior frota no país entre órgãos estaduais e federais de Segurança Pública
Criada em outubro de 1995, a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) comemorou, nesta terça-feira (14), 30 anos de serviços prestados ao povo cearense. A data, celebrada em evento em Fortaleza, contou com as presenças do secretário-chefe da Casa Civil, Chagas Vieira; do secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá; do comandante-geral da Polícia Militar do Ceará; coronel Sinval Sampaio; do coordenador da Ciopaer, Marcus Costa; entre outras autoridades.
“Acredito que a palavra para definir esse evento é gratidão. Gratidão pela Ciopaer que se dedica ao povo cearense há 30 anos, que salva vidas. Temos à disposição uma das melhores máquinas no mundo, mas nada disso funciona se não houver valorização de homens e mulheres aqui presentes. A Ciopaer vai continuar com todo o apoio do Governo do Estado para continuar protegendo a população e salvando vidas”, destacou Chagas Vieira.
Atualmente com cinco bases distribuídas de forma estratégica em todo estado (Fortaleza, Sobral, Juazeiro do Norte, Crateús e Quixadá), a Ciopaer conta com 246 colaboradores. A Coordenadoria possui, ainda, a primeira frota nacional de aeronaves com dois motores e voos por instrumentos, além da quarta frota nacional no geral em quantidade total de aeronaves (ambos os dados entre órgãos estaduais e federais de Segurança Pública).
Roberto Sá lembrou a força da Ciopaer dentro do mecanismo e da estrutura da segurança pública cearense. “Parabéns aos nossos veteranos que deram início à aviação policial no Ceará, o que nos permite ter hoje uma aviação referência no Brasil e que nos faz salvar vidas. Podemos dizer que, quase que diariamente, podemos salvar uma vida graças a Ciopaer”, disse.
Realizando diversos serviços como resgate em sinistros e meio líquido; busca e salvamento; aeromédico; transporte de órgãos e patrulhamento, a Coordenadoria possui, em média, 2 mil horas de voo por ano. Durante a pandemia da covid-19, a Ciopaer cumpriu papel fundamental com o transporte de vacinas por todo o Ceará. Os profissionais também atuaram no atendimento às vítimas das enchentes que aconteceram no Rio Grande do Sul em 2024.
Evolução contínua
No ano de sua fundação, ainda com o nome de Grupamento de Policiamento Aéreo da Polícia Militar do Ceará (GPAer), a Ciopaer possuía apenas quatro helicópteros. Desde 2023, dentro da gestão Elmano de Freitas, a evolução da Coordenadoria segue acontecendo por meio de investimentos.
No período, mais de R$ 1 milhão foi aportado em cursos para a capacitação dos profissionais, entre eles um treinamento de voo na Alemanha. Também foram entregues duas carretas e um tanque de abastecimento no valor de R$ 2.339.806,90.
“Nenhuma outra polícia do mundo tinha operado uma máquina como a que temos aqui, o helicóptero H135. Isso mostra o compromisso e o investimento do Governo do Estado para a Ciopaer. Além da tecnologia e dos equipamentos, temos os profissionais devidamente capacitados para trabalhar. Podemos dizer que hoje a Ciopaer está madura, consolidada e pensando no futuro”, comentou Marcus Costa.
Durante o evento, foram homenageadas 70 pessoas por serviços prestados e importância para a Ciopaer. Foram entregues a Medalha Casimiro Montenegro (17 agraciados); Medalha Pinto Martins (15 agraciados); Medalha Tripulante de Honra (15 agraciados) e Homenagens Especiais (23 agraciados).