Assembléia Geral da ONU lança
Década de Ação pela Nutrição
Resolução teve apoio do Brasil, que já define para os próximos
anos diversas iniciativas para a promoção da alimentação saudável
A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta
sexta-feira (1º), em Nova Iorque, EUA, resolução que define que o
período de 2016 a 2025 é a Década de Ação pela Nutrição. O Brasil foi um
dos 31 países que apresentaram a proposta. Consideramos ser uma grande
oportunidade para unir iniciativas e esforços para erradicar a fome e
prevenir todas as formas de má nutrição, afirmou o embaixador Antonio
Patriota, representante permanente do país na ONU, ao defender a
resolução no colegiado do organismo internacional.
Divulgação/ONU
O
A
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)
reconhece que o Brasil é um dos países que mais reduziu a subalimentação
nos últimos anos, saindo do Mapa Mundial da Fome em 2014. Estamos
ansiosos para se envolver neste processo, compartilhando informações
sobre nossas políticas públicas e aprender com outras experiências,
destacou Patriota.
A experiência brasileira em políticas
públicas pode contribuir para a superação da fome no mundo. O Brasil se
tornou uma referência internacional em questão de políticas de
segurança alimentar e nutricional, afirmou o representante da
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no
Brasil, Alan Bojanic, na quarta-feira (30), durante o lançamento do
livro
Superação da Fome e da Pobreza Rural: Iniciativas Brasileiras.
Somente
em 2015, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)
recebeu 61 delegações de 40 países para conhecer as políticas públicas
brasileiras, tanto com seminários como em visitas de campo, para que
eles pudessem ver as ações em funcionamento. As missões vieram
predominantemente de países da América Latina (40%) e da África (35%). E
representantes de Armênia, Camboja, Grécia, Holanda e Suíça foram pela
primeira vez recebidos pelas equipes do ministério.
Novo ciclo
A resolução da ONU também alerta os países para a alimentação saudável.
As crianças não conseguem colher plenamente os benefícios da
escolaridade se não acessarem os nutrientes necessários; e as economias
emergentes não atingirão seu pleno potencial se os trabalhadores
estiverem cronicamente cansados por causa de uma dieta desbalanceada,
explicou José Grazian
o da
Silva, diretor-geral da FAO. É por isso que celebramos a Década de Ação
pela Nutrição e estamos ansiosos para fazer dela um sucesso.
No
debate que está sendo realizado entre o governo federal e a sociedade
para elaborar as novas diretrizes que vão compor o Plano Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (PlanSAN) até 2019, o Brasil enfrenta
novos desafios. Agora temos um novo ciclo, com novos problemas
relacionados à má-alimentação, ao sobrepeso e à obesidade que se espalha
pelo país. Temos que atualizar a nossa estratégia a partir do diálogo e
da construção conjunta, afirma o secretário nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos.
Dados da
Pesquisa Nacional de Saúde de 2015 demonstram que atualmente, um terço
das crianças brasileiras está com sobrepeso, 56,9% da população adulta
está com excesso de peso e destes, 21,3% estão obesos. Isto tem
contribuído com a expansão de doenças crônicas, como diabetes,
hipertensão, muitas
delas
decorrentes da má alimentação, e que são responsáveis 72% das mortes no
Brasil.
Preocupado com este quadro, um conjunto de políticas
públicas e outras iniciativas de garantia de acesso a alimentos vem
sendo reforçado. Dentre elas, o governo federal, em parceira com
organizações da sociedade e o setor privado, lançou neste mês de março a
campanha Brasil Saudável e Sustentável.
O calendário da campanha passa pelas Olimpíadas Rio 2016 e se estende
até maio de 2017, com a realização de ações que estimulem as pessoas a
refletir sobre os hábitos de consumo e a optar por escolhas alimentares
cada vez mais saudáveis, demonstrando as vantagens do consumo de
produtos locais, frescos, vindos da agricultura familiar, da produção
orgânica ou agroecológica.
E, desde novembro do ano passado, a
partir de decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff, a União,
estados e municípios estão sendo sensibiliza
dos
para aderir ao Pacto Nacional para Alimentação Saudável, segundo a
diretora de Estruturação e Integração de Sistemas Públicos
Agroalimentares do MDS, Patrícia Gentil. Não queremos entrar no Mapa do
sobrepeso e da obesidade. Temos um cenário preocupante relacionado ao
aumento das doenças crônicas e, para reverter a situação, devemos
melhorar a qualidade da alimentação.