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28/09/2019
No fim de seu discurso, sustentando a tese 'antiglobalista', Bolsonaro afirmou, sobre a ONU: "Esta não é a organização do interesse global. É a Organização das Nações Unidas". O que o presidente quis dizer com isso, e em que medida as suas palavras desafiam o princípio do multilateralismo?O governo atual é cúmplice dos mais retrógrados setores rurais interessados em avançar nas terras indígenas.
O presidente adotou tom reativo, atacando antecessores e acusando uma ameaça socialista. Em que medida essa disputa narrativa pelo passado é importante para legitimar as ações do seu governo?Como disse Rodrigo Maia, este é um governo vazio de projetos, sem propostas. Acrescento eu, só tem um projeto, o de demolição do passado.
Desalento é maior no Nordeste e entre jovens, mulheres, pessoas com baixa escolaridade e pardas ou negras, diz FGV IBRE |
O número de pessoas desalentadas mais do que dobrou desde 2012 |
O
nível de desalento está alto no Brasil: 4,9 milhões de brasileiros
desistiram de procurar emprego no segundo trimestre de 2019, segundo
dados do IBGE. A pesquisa realizada pelos economistas Paulo Peruchetti e
Laísa Rachter, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio
Vargas (FGV IBRE), analisou dados de 2012 a 2019, e identificou
que os grupos que mais sofreram foram os de jovens com idade entre 14 e
23 anos (33,5%), mulheres (55,2%), pessoas com baixa escolaridade
(41,2%, com ensino fundamental incompleto) e que se declararam pardas ou
negras (73%). A região Nordeste concentra 60% desse grupo, puxado pelo
estado da Bahia (15,7%).
A pesquisa foi feita com base nos dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e foi elaborada para
entender o perfil de quem está desistindo do mercado de trabalho, como
estão distribuídos os desalentados pelo território brasileiro e os
motivos que levaram a esse nível de desalento.
Segundo
o FGV IBRE, a principal razão declarada como causa do desalento é a
escassez de emprego na localidade da residência dos trabalhadores (63%).
"Isso acaba mostrando a falta de dinamismo da economia local, fator que
ajuda a explicar porque as pessoas estão desalentadas", analisou
Peruchetti. As demais respostas incluem falta de trabalho adequado, o
fato de ser jovem ou idoso e, por último,
falta de qualificação.
Para
o economista, a perda acumulada de 8,2% no PIB, durante a recessão, e a
lenta recuperação da economia – que cresceu 1,1% nos últimos dois anos e
deve repetir o desempenho este ano, segundo as projeções do FGV IBRE –
impactaram fortemente o mercado de trabalho. "Este aumento do número de
pessoas desalentadas, provocado pelo
enfraquecimento da economia, ajuda a explicar o porquê do número de
pessoas subutilizadas no mercado de trabalho está tão elevada", destacou
Peruchetti.
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