BOM DIA

O negócio é o seguinte.
Hoje eu fui tomar café da manhã no Pote. O Pote é um lugar pequenino, uma ante-sala de uma sala que não existe e uma sala que não é sala, mas o quarto adaptado da frente da casa do Pote pra vender um dos melhores caldos da cidade e um dos melhores cai-duros de Fortaleza. Fica por ali na Aldeota numa das esquinas da Dom Luiz. A conversa era o dinheiro pra Copa. Um professor universitário, que o Francisco, o dono, diz que vive de enganar a universidade lá dele, pois passa a maior parte do dia ironizando a tudo e a todos no boteco do Pote, goza da administração da Prefeita avaliando que jamais neste país se viveu tão bem como nos tempos de Maria Luiza e Luiziane Lins. É o mote pro motoqueiro que acabou de pedir um xis-egg-burger, descer o cacete nas duas. E o professor que passou as seis da manhã, tomou um caldo e foi pra faculdade mas já estava de volta as sete, soltou mais uma: Já tem dinheiro pra fazer tudo pra copa. É outro mote pro pintor (pelo menos a bermuda do homem tava toda suja de tinta) esculhambar; é um bando filha da p... de ladrão. Vão roubar tanto neste país, por conta dessa Copa.. Olhe, seu menino, se eu passasse o dia no Pote, ou tivesse pelo menos uma freqüência de duas vezes na semana no cafofo do Pote eu virava escritor que nem aquele colega que costuma fazer lançamento de dois ou mais livros duma veizada só.

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