Mais de 200 pessoas das comunidades Cumbe e Canavieira e dos assentamentos de Aracati a 182 km de Fortaleza), bloqueiam a estrada que cruza a localidade, que é a única via de acesso da empresa Bons Ventos Geradora de Energia Eólica ao canteiro de obras do maior (com 67 aerogeradores) dos três parques de energia eólica em instalação no município.
A obra, que custa R$ 800 milhões faz parte do PAC, tem causado incontáveis transtornos às famílias que moram na região. Os danos, de acordo com alguns moradores, afetam desde a infra-estrutura (rachamento de casas, igreja e colégio), à destruição do parque arqueológico e dunas naturais.
O tráfego constante de veículos pesados, inclusive nos momentos de descanso na madrugada, é acompanhado por uma severa produção de ruídos, além de formar uma sempre presente nuvem de poeira, causadora de inúmeros problemas respiratórios. “Todas as vezes que um carro pesado passa, meu filho me abraça gritando ‘a casa vai cair.’ Só saio daqui com a estrada garantida”, diz Luís Lamaia, morador nativo da comunidade de Canavieira.
As comunidades do Cumbe e Canavieira são formadas por 200 famílias de catadores de caranguejos, marisqueiras, artesãos e agricultores. Elas ficam à margem direita do rio Jaguaribe, rodeadas por manguezais, carnaubais, campo de dunas móveis e fixas, lagoas interdunares, diversos sítios arqueológicos, praias e gamboas. O sítio arqueológico, destruído por trabalhos de terraplanagem e pisoteado pelas torres de vento, é o maior do Ceará, remontando de 5 a 10 mil anos atrás. As lagoas de água cristalina, entre as dunas, formadas pelas águas das chuvas, estão sendo soterradas. Essas questões fazem parte da pauta reivindicatória. As comunidades cobram urgentemente uma posição do poder público.
Penso eu: Imbecis!!!
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