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Delegados desobedientes serão exonerados



Secretário afirmou intenção de exonerar delegado que descumprir ordem para não apresentar presos

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Por Mara Rodrigues
Especial para O Estado

Para o titular da pasta da Secretaria de Segurança e Defesa Social (SSPDS), Roberto Monteiro, chega de advertências. Os delegados que desobedecerem a ordem de não apresentar presos à imprensa, serão exonerados. “É uma questão de isonomia. Não tenho nada contra nenhum deles, mas devemos agir de acordo com a Lei”, revelou. O clima entre a categoria dos delegados é de revolta.
Foram exonerados o titular da Delegacia de Narcóticos (Denarc) César Wagner Martins, a delegada do 8o Distrito Policial (DP), do José Walter, Ana Lúcia Almeida e o titular da Delegacia Metropolitana de Maracanaú, Romério Almeida, após um ofício enviado ao secretário pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, (OAB-CE) que questiona a exposição de detentos sob a guarda da Polícia Civil à imprensa.

Ontem, o secretário participou de uma reunião com cem delegados na sede da SSPDS, no bairro São Gerardo. Segundo ele, foi explicado o motivo da exoneração dos delegados, porém, a reunião não teve como foco advertir os demais. Segundo ele, discutiram obras do Governo voltadas para a segurança e esse tipo de encontro acontece na última quinta-feira de cada mês.

Monteiro afirmou que não houve indignação dos delegados durante a reunião, porém, os delegados revelaram-se revoltados com o desligamento. Na tarde de ontem, a categoria se reuniu para debater os desligamentos. Uma nova reunião está prevista para hoje, além de manifestações na Assembleia Legislativa.

De acordo com o secretário, o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Ceará (Sindepol), Lusimar Cunha, ainda pediu que ele voltasse atrás com a palavra, mas explicou que não poderia tomar essa atitude.

Na próxima semana, o superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, deve designar os delegados para a Denarc, o 8o DP e Delegacia Metropolitana de Maracanaú. Enquanto isso, os adjuntos estão à frente das delegacias.

Para o delegado adjunto da Denarc, Glauco Machado, é preciso uma reformulação e reflexão sobre uma possível mudança na Constituição. “Acredito que para o próprio benefício, a sociedade precisa reconhecer, através da imprensa, as pessoas que cometeram atos delituosos para poderem se defender. Se o preso não quer aparecer na imprensa, também terá seu direito respeitado”, avaliou.

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