DILMA - A primeira presidenta do Brasil

Em seu primeiro pronunciamento, Dilma destaca papel das mulheres. Políticos
cearenses compareceram à festa da vitória, em Brasília


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Imprensa internacional repercute vitória de Dilma
Dilma Rousseff (PT) destacou o fato de ser a primeira mulher eleita presidente do Brasil em seu pronunciamento após a vitória, ontem à noite. Segundo ela, sua eleição é uma demonstração do avanço democrático do país. A petista disse que seu desejo é que esse “fato até hoje inédito se transforme em um evento natural”.

“Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode. A igualdade de oportunidade entre homens e mulheres é um princípio essencial da democracia”, completou.

Dilma prometeu respeitar a Constituição. “Vou zelar pela mais ampla liberdade de imprensa e pela mais ampla liberdade de culto.” A eleita também destacou as realizações do governo Lula e falou de sua campanha. “O que mais me deu confiança e esperança, ao mesmo tempo, foi a capacidade imensa do nosso povo de agarrar uma oportunidade, por menor que seja, para com ela construir um mundo melhor.

Antes, em entrevista dentro do carro que a levou de sua casa para o hotel em Brasília, Dilma afirmou estar “muito feliz”. “É uma sensação de muita força e muita alegria. Estou muito feliz e agradeço aos brasileiros e brasileiras por esse momento.” A frase foi dita dentro do carro que a levou de sua casa para o hotel em Brasília no qual fará um pronunciamento. A petista recebeu mais de 55 milhões de votos dos 105 milhões registrados nesta eleição. Dilma recebeu 55,99% dos votos válidos (55.354.520 votos), enquanto José Serra (PSDB) teve 44,01% (43.514.344). A abstenção foi de 21,44%. Entre os eleitores, 2,31% votaram em branco e 4,40%, nulo.

CANDIDATURA
Ex-ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, Dilma foi alçada já em 2008 à condição de candidata pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que começou então a dar as primeiras indicações de que gostaria de ver uma mulher ocupando o posto mais importante da República. Em 31 de março deste ano, Dilma deixou a Casa Civil para entrar na pré-campanha.

Cresceu nas pesquisas e chegou a ter mais de 50% dos votos válidos em todas elas, mas começou a oscilar negativamente dias antes do primeiro turno, após a revelação dos escândalos de corrupção na Casa Civil e da entrada do tema do aborto na campanha. Logo no primeiro debate do segundo turno, reagiu aos ataques que vinha sofrendo e contra-atacou Serra. A partir daquele momento, a diferença entre os dois candidatos nas pesquisas parou de cair. Dilma tornou-se nesse domingo o 40º presidente da República brasileira.

NOME FORTE
Dilma tornou-se um nome forte para disputar o cargo ao assumir o posto de ministra-chefe da Casa Civil, em junho de 2005, após a queda de José Dirceu no escândalo do mensalão. No comando da Casa Civil, Dilma travou umaintensa disputa com o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, por causa da política econômica do governo. Enquanto ele defendia aperto fiscal, ela pregava aceleração nos gastos e queda nos juros. Dilma acabou assistindo àqueda de Palocci, em março de 2006, devido à quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

Com a reeleição de Lula e sem grandes rivais à altura no PT, Dilma tornou-se, depois do presidente, o grande nome do governo. Apesar do poder acumulado e do protagonismo que passou a exercer ao lado de Lula, até outubro de 2007 Dilma negava que seria candidata.

MINAS E ENERGIA
Sua atuação à frente do Ministério de Minas e Energia rendera-lhe a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enxergou na subordinada, de perfil discreto e trabalhador, a substituta ideal para o posto de Dirceu. Ela foiindicada para o ministério logo após Lula se tornar presidente, em 2002. No comando da pasta, anunciou novas regras para o setor elétrico além de lançar o programa Luz para Todos - uma das bandeiras de sua candidatura.

O novo marco regulatório para o setor elétrico - lançado em 2004 - foi considerado a primeira iniciativa do governo Lula, na área de infra-estrutura, de romper com os padrões do governo FHC, marcado pelo “apagão” de 2001. A principal característica do novo marco foi o aumento do poder do Estado em detrimento da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

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