Itamaraty critica prisão de jornalistas brasileiros no Egito

Em nota oficial o Itamaraty criticou a detenção dos jornalistas brasileiros Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, e pediu que as autoridades egípcias tomem medidas para garantir as liberdades civis e integridade física da população e dos estrangeiros no país. “O governo brasileiro deplora os confrontos violentos associados aos últimos desdobramentos da crise no Egito, em particular os atos de hostilidade à imprensa reportados ontem e hoje”, acrescenta o comunicado. A nota diz ainda que a Embaixada do Brasil no Cairo reiterou que “continuará prestando assistência a turistas e residentes brasileiros que se encontram no país”.

Outro brasileiro agredido ontem foi Luiz Antônio Araújo, enviado especial do jornal gaúcho “Zero Hora” ao Cairo. Araújo foi atacado com chutes, pontapés e socos na manhã desta quarta-feira no centro do Cairo por cerca de 50 defensores do regime do ditador Hosni Mubarak, há 30 anos no poder. Sem dinheiro, foi levado à Embaixada do Brasil no país onde recebeu ajuda e foi conduzido de volta ao hotel. Do Cairo, Araújo revelou ao repórter Jefferson Puff por telefone que chegou à capital egípcia por volta da meia noite local de anteontem (2), em meio aos confrontos que até o fim do dia já tinham deixado três mortos e mais de 1.500 feridos.

Após a madrugada de trabalho, no fim da manhã de ontem deixou o hotel e foi à representação diplomática brasileira, percorreu sozinho as ruas do centro do Cairo, e quando chegou ao viaduto 6 de outubro, onde estão organizados os manifestantes pró-Mubarak, foi atacado de forma violenta e passou momentos de tensão. “Me mostraram facas, porretes e pedras. Uns 50 manifestantes me cercaram e começaram a me agredir. Tirei o passaporte brasileiro e comecei a gritar ‘Brasília, Brasília’ e aí perceberam que tinham um estrangeiro nas mãos”, conta.

Pró-Mubarak
O repórter diz ter certeza que os agressores eram pró-Mubarak e que após perceberem que ele era estrangeiro o empurraram até uma garagem. “O Exército viu tudo e os soldados não esboçaram reação”. “Fui empurrado como a torcida do Corínthians empurraria um palmeirense no Morumbi”, diz Araújo, dando uma dimensão de como foi acuado.

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