Mourão diz a coisa certa sobre a decisão de Wyllys de não assumir novo mandato e deixar o país. Também desautoriza boataria das redes
Por: Reinaldo Azevedo
Está
correto o tom de Hamilton Mourão, vice-presidente, ao comentar a decisão
de Jean Wyllys de não assumir o novo mandato e deixar o país. Num
primeiro momento, a fala soa agressiva, mas acho que se esclarece
depois:
“Não sei. Não estou na chuteira do Jean Wyllys. Ele é quem sabe qual é o grau confusão que ele está metido”.
E emendou:
“Eu acho que quem ameaça
parlamentar está cometendo um crime contra a democracia, porque uma das
coisas mais importantes é você ter sua opinião e ter liberdade para
expressar sua opinião. Os parlamentares estão ali eleitos pelo voto,
representam os cidadãos que votaram nele. Quer você goste, quer você não
goste das ideias do cara, você ouve. Se gostou, bate palma. Se não
gostou, paciência.”
Está correto. Disse mais, e eu concordo com ele também neste aspecto:
“Temos que aguardar quais são
essas ameaças, porque ele falou de forma genérica. Quando a gente diz
que está ameaçado tem que dizer por quem, como”.
Sim, a
ameaça pode ser anônima, e o “quem” é algo a ser apurado pelos órgãos
competentes. O vice-presidente se refere à aura de mistério que Jean
Wyllys deu à sua decisão, como se algo muito grave estivesse sendo
tramado nas sombras. Além de todos os fenômenos oriundos de fantasmas,
quais outros?
Mourão
também se referiu à forte boataria nas facções bolsonaristas das redes
sociais, segundo a qual Wyllys estaria deixando o país porque as
investigações da PF o ligariam a Adélio Bispo de Oliveira, o homem que
esfaqueou Jair Bolsonaro:
“Em nenhum momento apareceu alguma coisa que ligasse um com outro”.
Classificou esse troço de mero “wishful thinking” — mera expressão do desejo, ilusão, imaginação…
Classificou esse troço de mero “wishful thinking” — mera expressão do desejo, ilusão, imaginação…
O vice-presidente acerta e erra, como todo mundo. Mas ele não compõe a ala circense do bolsonarismo, admita-se.
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