Opinião

Mourão diz a coisa certa sobre a decisão de Wyllys de não assumir novo mandato e deixar o país. Também desautoriza boataria das redes


Está correto o tom de Hamilton Mourão, vice-presidente, ao comentar a decisão de Jean Wyllys de não assumir o novo mandato e deixar o país. Num primeiro momento, a fala soa agressiva, mas acho que se esclarece depois: “Não sei. Não estou na chuteira do Jean Wyllys. Ele é quem sabe qual é o grau confusão que ele está metido”.
E emendou: “Eu acho que quem ameaça parlamentar está cometendo um crime contra a democracia, porque uma das coisas mais importantes é você ter sua opinião e ter liberdade para expressar sua opinião. Os parlamentares estão ali eleitos pelo voto, representam os cidadãos que votaram nele. Quer você goste, quer você não goste das ideias do cara, você ouve. Se gostou, bate palma. Se não gostou, paciência.”
Está correto. Disse mais, e eu concordo com ele também neste aspecto: “Temos que aguardar quais são essas ameaças, porque ele falou de forma genérica. Quando a gente diz que está ameaçado tem que dizer por quem, como”.
Sim, a ameaça pode ser anônima, e o “quem” é algo a ser apurado pelos órgãos competentes. O vice-presidente se refere à aura de mistério que Jean Wyllys deu à sua decisão, como se algo muito grave estivesse sendo tramado nas sombras. Além de todos os fenômenos oriundos de fantasmas, quais outros?
Mourão também se referiu à forte boataria nas facções bolsonaristas das redes sociais, segundo a qual Wyllys estaria deixando o país porque as investigações da PF o ligariam a Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou Jair Bolsonaro: “Em nenhum momento apareceu alguma coisa que ligasse um com outro”.
Classificou esse troço de mero “wishful thinking” — mera expressão do desejo, ilusão, imaginação…
O vice-presidente acerta e erra, como todo mundo. Mas ele não compõe a ala circense do bolsonarismo, admita-se.

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