Mauro Benevides - Jornalista e Deputado Federal
Na última quinta-feira, ao chegar a Roma, a senadora cearense PATRÍCIA SABOYA foi alvo, no Aeroporto, de tratamento insólito por parte da polícia italiana, apesar de haver-se identificado como senadora brasileira, integrante, portanto, do Congresso Nacional, ensejando imediatas manifestações de solidariedade, tão logo a grave ocorrência chegou ao conhecimento da Casa Legislativa, de cuja Mesa Diretora é membro, na qualidade de titular da 4ª Secretaria, sob a presidência de José Sarney.
A primeira formalização indignada emanou do presidente da Comissão de Relações Exteriores Eduardo Azeredo, que expressou veemente protesto, através de nota pública incisiva, estampada nos veículos de comunicação social.
Em nossa Unidade Federada, a imprensa lamentou o incidente, gerando vigorosas e indignadas reações, já que a ofensa atingira uma personalidade das mais atuantes, com trajetória vinculada à defesa de teses como a dos direitos da Mulher, da Criança e do Adolescente, bem assim a corajosa participação no combate à criminalidade, praticada por grupos de extermínio no Nordeste.
É de estranhar-se que até a manhã de ontem não haja a Embaixada daquele País, na Capital da República, emitido qualquer explicação a respeito, esclarecendo o constrangimento imposto a uma Legisladora dinâmica, caracterizando-se, no caso, injustificável desconsideração ao Congresso Nacional, na qual é a mesma figura preeminente, na condição de uma das dirigentes do Senado Federal.
Sabe-se que o Ministério das Relações Exteriores teria expressado o seu protesto em face do inusitado episódio, alcançando uma titular do Poder que encarna a outorga popular, no seu mais alto escalão hierárquico.
O desrespeito acintoso atinge o Parlamento por inteiro, exigindo-se reparação que resguarde as normas de relacionamento entre as duas Nações soberanas. Ao expressar apoio a senadora Patrícia Saboya, em nome da bancada cearense, deseja-se que Michel Temer também torne oficializada a sua preocupação com um ato de natureza tão deplorável.
Durante discurso na tribuna da Câmara, relatei o fato para ciência dos meus Pares e consequente pronunciamento da Mesa, como forma de desagravar a ilustre representante do povo cearense, a qual não mereceu a atenção e o respeito que lhe são devidos no contexto de sua postura como cidadã e parlamentar.
Da página de opinião do Jornal O Estado
