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As poesias de Totó

O ex-governador do Ceará, Gonzaga Mota, lançará às 19 horas desta quara-feira, no auditório da Assembleia Legislativa, seu novo livro “Amor e Dor – Poemas (Ed. Premius, 2012).
A obra reúne 58 poemas, segundo o próprio autor, “com liberdade, imaginação e entusiasmo poético”, procurando “externar a maneira como vejo, em certas ocasiões, a vida”. Na ocasião, Gonzaga Mota prestará uma homenagem póstuma ao poeta e ex-deputado José Maria de Barros Pinho.

Deputados aprovam perdão para rebelião na caserna

"Câmara dos Deputados aprovou nessa noite de terça-feira, por votação simbólica, a ampliação da anistia a policiais militares e bombeiros que participaram de movimentos reivindicatórios e greves por melhores salários e condições de trabalho. A anistia compreende os fatos ocorridos entre 1997 e 2011.
De acordo com o texto, serão beneficiados os policiais e bombeiros dos estados de Alagoas, da Bahia, do Ceará, de Goiás, do Maranhão, de Mato Grosso, Minas Gerais, da Paraíba, do Piauí, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, de Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e do Tocantins, além do Distrito Federal.
O texto, que agora seguirá para análise e votação do Senado, atualiza lei de 2011 que já havia concedido anistia a policiais militares e bombeiros de diversos estados. O projeto não estava previsto na pauta, mas foi incluído por acordo entre os líderes.”
(Agência Brasil)

Leilão do Leão


Receita Federal faz leilão de bens
A Receita Federal do Brasil (RFB), através da Superintendência Regional no Ceará, vai realizar, no próximo dia 25 de julho, às 9h, o primeiro leilão de mercadorias apreendidas pelo Fisco, em 2013, nas Alfândegas dos portos de Fortaleza e Pecém, além da Alfândega do Aeroporto Pinto Martins. O leilão eletrônico é aberto para pessoas físicas e jurídicas e, ao todo, serão oferecidos 97 lotes, com lances que iniciam em R$ 500,00. O maior lance mínimo é o do lote 93, que parte de R$ 1,523 milhão.
No total, os bens foram avaliados em R$ 3.920.970,00. As mercadorias dispostas no leilão são das mais diversas, como relógios, calçados, bebidas, brinquedos, peças de vestuário (calças, blusas, vestidos etc.) e acessórios, cosméticos, joias, celulares, produtos eletrônicos - como pendrives, CDs e DVDs virgens, vídeo games (como Playstation 3 e Xbox), câmeras fotográficas, GPS, celulares, notebooks, tablets, filmadoras, dentre outros. Além disso, outros itens como eletrodomésticos, instrumentos musicais, peças para automóveis e aeronaves, maquinários, peças industriais, e até dois quadriciclos, estão entre as mercadorias. Os bens arrematados poderão ser destinados a uso e consumo (se adquiridas por pessoa física), industrialização ou comércio (estes dois últimos somente por pessoas jurídicas).

Meu Deus!!!!


MP ingressa ação contra a obra
O Ministério Público do Ceará ingressou com uma Ação Declaratória Incidental contra o Governo do Ceará e a Semace para pedir a anulação do parecer técnico referente ao Relatório de Impacto Ambiental do Acquário.
Segundo o MP, os documentos foram assinados também por servidores terceirizados da Semace, que deveriam desempenhar apenas atividades-meio e mesmo assim são cotidianamente lotados em funções que referem-se às atividades-fim do órgão. Tais obrigações competem apenas a servidores públicos concursados.

Faculdade de comunismo

 
Um plano para propagar o comunismo está em curso na região de Ouro Preto, berço da Inconfidência Mineira --movimento que há 224 anos se rebelou contra a opressão de Portugal à colônia. Ali a doutrina avança sem guerras nem luta de classes, mas por um programa de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto, que propaga ideias comunistas a estudantes e moradores do interior mineiro desde 2012.
 
O programa do chamado Centro de Difusão do Comunismo da Ufop tem cunho abertamente ideológico, porém, deixa de lado a apologia da revolução contra o Estado.O perfil dos alunos tampouco lembra o de revolucionários engajados. A maioria é composta por moças de classe média baixa e estudantes de serviço social de olho no mercado: esperam que a teoria marxista tenha valia na profissão que escolheram.
 
No último dia 29, em Mariana (MG), o centro oferecia o curso "Relações Sociais na Ordem do Capital". Ligado à escola de serviço social, o professor Alexandre Arbia criticava a "avalanche neoliberal" e as centrais sindicais.Estudante de segurança do trabalho, Ana Flávia Carvalho, 17, dizia estar lá para "interagir melhor com as pessoas". Acabou deixando a sala antes do fim da aula.Já a servidora pública Lucília Oliveira, 50, queria subsídios para lecionar filosofia após a aposentadoria.
 
Dos 20 alunos, apenas três eram homens. Todas as atividades do centro são gratuitas. O programa consome R$ 60 mil por ano em bolsas mensais de R$ 250, segundo o pró-reitor de Extensão da universidade, Rogério Santos.Coordenador do Centro de Difusão do Comunismo, André Mayer, filiado ao PCB, diz que a iniciativa permite aos participantes "colocar a sociedade em xeque". "É uma proposta muito clara de buscar as contradições dessa sociedade e transformá-la", afirma.

Na enésima fala do dia...


Deputado defende fim do voto secreto
O deputado federal peemedebista Mauro Benevides defende a extinção do voto secreto no Congresso Nacional, justificando que cada parlamentar vai ter obrigação de votar, claramente, qualquer assunto por mais sério que seja. Ele aposta que essa matéria tem tudo para ser aprovada quando for feita a reforma política.
O projeto, afirma o deputado, já está tramitando. No novo formato, a transparência será obrigatória em todas as votações. Mauro observa que a manifestação parlamentar deve ser do conhecimento da população.

Programa do Ratinho no SBT realizou gravação na região do Cariri

Roberto Bulhões

 O quadro “Voltando Para Casa” que integra o Programa do Ratinho, no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), foi gravado nesta terça-feira na cidade de Assaré, no interior do Ceará. A filmagem ficou a cargo da Bulhões Produções, de Juazeiro do Norte e será exibido na próxima terça-feira, 16. No comando o experiente repórter Fábio Marcos que há anos vem fazendo esse tipo de programa, trazendo nordestinos de volta as suas origens. O quadro começou no Programa Domingo Legal, no SBT, a época apresentado por Gugu Liberato. Ao mudar para a Record Gugu deu continuidade, disputando com o SBT o mesmo estilo de ajuda as pessoas necessitadas.

Ultimamente o quadro chegou ao Programa do Ratinho e tem tido uma boa audiência, fazendo com que a emissora invista, ao lado dos patrocinadores que estão muito confiantes. Mais uma vez o repórter Fábio Marcos entra em ação. Após trazer  tanta gente de São Paulo para o Norte e Nordeste, Fábio Marcos que se identifica muito bem com as pessoas que são sorteadas para participar do programa, está voltando ao Ceará mais uma vez. Desde o primeiro contato com o felizardo, até o momento final do encontro, onde a emoção fala mais alto, Fábio Marcos consegue repassar aos telespectadores uma realidade do nosso dia-a-dia sem sofisma ou fantasia.

Acostumado com o trabalho da Bulhões Produções em outros programas, tanto no SBT como na Record, a produção do “Voltando Para Casa” achou por bem apostar no que já conhece. Ao firmar parceria com a produtora juazeirense, coordenada por Junior Bulhões e Yório Bulhões, o pessoal do Ratinho sabe ainda da importância da cidade de Juazeiro do Norte, diante de sua localização estratégica e com um aeroporto de grande movimentação. Após 13 anos de SBT e com larga experiência nacional e internacional, Junior Bulhões é mais uma vez acionado para dar continuidade nas chegadas ao Nordeste das pessoas que consigam ser chamadas para participar do programa.

O “Voltando Para Casa”, gravado nesta terça-feira, em Assaré, envolveu os repórteres cinematográficos Junior Bulhões e Carlos Bezerra e a personagem foi a senhora Elza de Souza, 60 anos, juntamente com  seu filho Elvis de Souza, 18 anos, que há mais de 25 anos não visitava sua mãe, Mozarina Souza de 84 anos. O encontro emocionante ocorreu numa residencia localizada à rua Vicente Gonçalves de Alencar, no centro de Assaré. O apoio fundamental veio da Zaeli, Century e Tubform, empresa esta sediada na cidade de Iguatu. Novas gravações estão previstas para os estados da Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará, cujos municípios estejam num raio de aproximadamente 300 quilômetros de Juazeiro do Norte, Ceará.

Casadinha ganha interdição do Decon em SObral


Decon/CE multa e interdita empresas em Sobral
O Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon/CE), em ação conjunta com o Decon Sobral, multou e interditou as empresas “Eletrofácil – Comércio de Eletrodomésticos Ltda.” e “Eletromil – Comércio de Utilidades do Lar Ltda.”, que têm unidades nos municípios de Sobral, Camocim, Itapipoca e Cruz. A decisão, assinada pela secretária-executiva do órgão, Ann Celly Sampaio Cavalcante, data do último dia 2 e foi motivada por diversas reclamações recebidas pela Promotoria de Justiça de Sobral. As empresas foram interditadas nos dias 4 e 5.
Segundo a promotora de Justiça Juliana Cronemberguer de Negreiros Moura, coordenadora do Decon de Sobral, vários consumidores firmaram com essas empresas contratos que ferem a legislação. Elas estariam praticando a chamada “venda premiada”, que consiste na compra e venda parcelada com entrega futura, em que o consumidor paga mensalmente valor fixo e, ao ser sorteado, recebe o produto e fica exonerado das parcelas futuras. O contrato tem como objeto a formação de um grupo de consumidores que visam à aquisição de um determinado produto (moto, geladeira, fogão, etc).
Fraude
“O atrativo desse negócio é a possibilidade de os consumidores, normalmente pessoas de baixa renda, adquirirem produtos pelo preço bem abaixo daquele de mercado, sendo que, conforme constatado, a prática é notadamente uma fraude, decerto que a própria Secretaria de Acompanhamento Econômico da Receita Federal já advertiu quanto à inviabilidade financeira das referidas operações, pois, se o número de novos contratantes não for superior ao de consumidores contemplados, a lógica é que o negócio entre em declínio, resultando inevitavelmente no prejuízo dos demais integrantes do grupo”, diz o documento expedido pelo Decon. As empresas não possuem sequer cadastro junto ao Ministério da Fazenda, obrigação inerente aos exploradores desse mercado.

A multa aplicada é de 15.000 Ufirces (R$ 45.610,50) para as duas empresas, que pertencem ao “Grupo Mil”. Elas podem recorrer da decisão administrativa no prazo de 10 dias para a Junta Recursal de Defesa do Consumidor (Jurdecon).

Tarados precisam ser castrados


Ceará registra três estupros diariamente
Corpo, alma, dignidade e direitos violados. No Ceará, onde o machismo ainda é infeliz prática corriqueira, o resultado é a assombrosa quantidade de crimes relacionados à violência de gênero e as cruéis consequências acarretadas ao grupo de sujeitos, predominantemente, violentados: mulheres, crianças e adolescentes. Em 2013, de janeiro a maio, a cada dia, ocorreram em média três estupros por dia no Estado. Diante do alarmante índice, há ainda a certeza da subnotificação.
Dos 546 estupros cometidos até maio deste ano, 208 foram, em Fortaleza, 125 nos 14 municípios da Região Metropolitana e 213 nas demais cidades do Estado. De 2011 para 2012, a prática deste tipo de crime, no Ceará, cresceu 11%. Na Capital, a elevação da cruel estimativa foi de 13%. Os dados fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), após diversas solicitações do jornal O Estado (vide box), expõe ainda que, este ano, 80% dos estupros foram cometidos contra crianças e adolescentes. Do total de vítimas, 85% são do sexo feminino.
Em 2012, a média de ocorrências, foi de quatro estupros a cada dia, com repetição dos índices de crianças e adolescentes violentados, e também de mulheres. Somente, em Fortaleza, a violência sexual chegou a uma média de 53 ocorrências por mês. Dados bárbaros que sinalizam a vulnerabilidade da população feminina e a crueldade de agressores amparados na naturalização e secundarização da gravidade dos crimes cometidos.
MACHISMO
“Machismo aliado à cultura patriarcal e a crença na submissão das vítimas”, são conforme a professora e coordenadora do Observatório da Violência Contra a Mulher (Observem) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Maria Helena Frota, são prerrogativas que balizam o cenário de agressão. De acordo com ela, as ideias que, historicamente, permeiam o imaginário cultural e social, de subalternização do gênero feminino, fazem com que a gravidade da prática do estupro seja, de fato, minimizada. “A defesa histórica do instinto masculino, do desejo sexual incontrolável serviram e servem como ‘justificativas’ para a ocorrência dos crimes. Ao analisarmos, vemos que durante muito tempo, no próprio casamento, era dado o direito ao homem de estuprar sua esposa caso ela não desejasse ter relação sexual”, afirmou.
Conforme a pesquisadora, o Brasil, hoje, passa por uma mudança de paradigma, “que infelizmente é lenta e não é tranquila”. “Muitas vezes a violência sexual é usada para coibir mulheres que insurgem”, completou. No Nordeste, a situação é mais acentuada, de acordo com a professora, já que ainda predomina o machismo. “Pagamos muito caro para nos reconhecermos como indivíduos e, aos poucos, vamos exigindo direitos. É uma correlação de forças e isso não agrada a quem sempre esteve no domínio. Mas apesar do desafio, temos que nos apoderar de nossos corpos e nossas vidas”, enfatizou. 
ATUAÇÃO DA SSPDS
Segundo o titular da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol) da SSPDS, delegado Andrade Júnior, ciente do aumento deste tipo de ocorrência no Estado, a SSPDS tem buscado fortalecer as delegacias de defesa da mulher (atualmente, existem sete equipamentos do tipo no Ceará), a fim de garantir a elucidação dos casos com celeridade e punir agressores. Questionado sobre como está ocorrendo esse fortalecimento, Andrade ressaltou que o incremento de mais 600 profissionais, na Polícia Civil, este ano, “otimiza” as investigações, o que engloba os casos de estupro.
Além disso, o delegado afirmou que a reestruturação da Perícia Forense (onde as vítimas de estupro devem realizar exames após registrarem a ocorrência na delegacia), favoreceu a ampliação da captação de provas técnicas, já que, conforme ele, tais crimes, em geral, não contam com provas testemunhais. Segundo Andrade, na apuração destas ocorrências, predomina a contraposição dos depoimentos (da vítima e do agressor) e nem sempre a elucidação é fácil. “Infelizmente, devido às características da ocorrência, a maioria das vítimas não recorre aos equipamentos oficiais após o crime e isto, também, prejudica os procedimentos”, argumentou.
DIFICULDADE NA LIBERAÇÃO DE DADOS PÚBLICOS prejudica trabalho
Passaram-se, exatamente, 45 dias entre a solicitação dos dados (feita pelo jornal O Estado) e o envio das respostas (da SSPDS). Negligência estatal que careceu da interferência do Ministério Público Estadual para que informações fossem disponibilizadas ao Jornal. Após o primeiro contato com a Assessoria de Comunicação da SSPDS, em maio, o formulário para solicitação de estatísticas foi preenchido, virtualmente, e enviado à Central do órgão. Sucessivas cobranças foram feitas através de contato telefônico, mas não houve êxito. Decidimos buscar as informações através da Lei Estadual de Acesso a Informação (nº 15.175/2012). Um novo formulário foi preenchido no site da Ouvidoria no dia 29 de maio. Passaram-se mais de 20 dias e, novamente, nada foi encaminhado. A Ouvidoria foi então acionada, de novo, no início de julho. A reclamação foi registrada e um novo protocolo gerado. O MP foi acionado no dia três deste mês e no dia seguinte oficiou a SSPDS. No dia cinco de julho, finalmente, os dados foram liberados pela Pasta. Ao término da produção desta matéria, reforço a inquietação quanto ao cruel cenário canalizado pelos números de ocorrências de estupro, e também quanto ao trato dado à SSPDS à disponibilização de informações públicas. Avaliamos que como tal, as mesmas devem estar acessíveis à imprensa e a qualquer cidadão comum, seja pelo bom senso na gestão pública, seja pela obrigatoriedade de cumprimento da lei. (repórter Thatiany Nascimento)
Thatiany Nascimento
thatynascimento@oestadoce.com.br

Ministro vai ao meio fio e puxa cobra para os pés

Mantega projeta corte de R$ 7 bi em emendas
Num instante em que Dilma Rousseff sofre derrotas políticas em série, o ministro Guido Mantega (Fazenda) prepara-se para cutucar os congressistas com vara curta. Dos R$ 15 bilhões que planeja cortar do Orçamento de 2013, cerca de R$ 7 bilhões serão retirados da rubrica das emendas parlamentares. Dilma Rousseff receia que seus aliados, com a leald ade já bem cansada, organizem emboscadas monetárias contra o governo no Legislativo.
A preocupação do governo foi explicitada em reuniões e telefonemas nesta terça-feira (9). O próprio Mantega recebeu na Fazenda o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. Informou sobre o tamanho da lâmina e realçou a conveniência de evitar a aprovação projetos que resultem em novos gastos. Após o encontro, perguntou-se a Henrique como reagirão os deputados aos cortes.
E ele: “Depende da explicação, da motivação. O Congresso quer ser parceiro nessas preocupações com o equilíbrio fiscal. Não haverá problema, mas tem de ser estabelecido um diálogo franco, aberto, transparente e verdadeiro.” Que explicação pode dar o ministro? Apenas uma: não dá mais para deixar o Banco Central gerreando sozinho contra uma inflação que insiste em ficar acima da meta.
A propósito, o Banco Central anuncia nesta quarta (10) sua decisão sobre a taxa de juros. O mercado dá de barato que haverá nova elevação. Aposta-se numa alta de 0,5 ponto percentual. É contra esse pano de fundo que Mantega está sendo compelido a manusear a faca.
Mais cedo, horas antes de passar pelo prédio da Fazenda, Henrique Alves acompanhara o presidente do Senado, Renan Calheiros, numa visita ao gabinete de Dilma, no Planalto. A presidente chamara a dupla para reiterar sua preocupação com o destino dos vetos presidenciais que o Congresso está na bica de apreciar. Testemunharam a conversa o vice-presidente Michel Temer e as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).
Nesta quarta (10), Renan e Henrique se reunirão com os líderes partidários para tentar decidir o que fazer com os vetos. Daí a preocupação de Dilma. Na semana passada, em reunião semelhante, decidira-se mandar ao arquivo, por caducos, 1.366 vetos jamais apreciados. Os mais velhos vinham do governo FHC. Restaram por votar 1.694 vetos.
Há na fila algumas “bombas” que deixam Dilma de cabelo em pé. Por exemplo: o fator previdenciário. Trata-se de ferramenta contábil criada sob FHC para inibir aposentadorias precoces e reduzir os gastos da Previdência. O Congresso derrubou o fator. E Lula vetou. Se optarem por derrubar esse veto, os parlamentares abrirão um buraco no Tesouro. Para evitar, Dilma gasta toda a saliva que economizou em dois anos e meio. Há outros vetos que o Planalto considera tóxicos: MP dos portos, royalties petrolíferos, Código Florestal, isso e aquilo. Repare aqui.
Ouvido após a reunião com a presidente, Renan fez uma declaração lacônica. Falou muito e não disse quase nada. Espremendo-se o lero-lero, depreende-se que o senador busca algum tipo de solução consensual para os vetos.
Como coroamento de um dia em que o Planalto jogou de goleiro, o time de Dilma conseguiu bloquear na Câmara o avanço da proposta de emenda à Constituição que torna impositiva a execução das emendas enfiadas no Orçamento da União pelos parlamentares. A comissão especial que analisa a emenda preparava-se para aprová-la. Avisado, o Planalto pediu socorro a Michel Temer.
O vice-presidente tocou o telefone para Henrique Alves, encarecendo-lhe que adiasse a aprovação da PEC. Foi com enorme pesar que o presidente da Câmara encaminhou-se à comissão. Com a voz embargada, apelou aos colegas para que adiassem a votação para depois do recesso do meio do ano: dia 6 de agosto na comissão, dia 7 no plenário.
Os deputados atenderam aos apelos de Henrique, mas tardaram a entender o sinal trocado. O orçamento impositivo das emendas é compromisso de honra do deputado, assumido na campanha interna em que sagrou-se presidente da Câmara. Assistindo-se ao vídeo abaixo, pedaço de uma entrevista que Henrique concedeu ao blog há um mês, tem-se uma ideia do tamanho do esforço que o deputado teve de fazer para entregar o adiamento pedido pelo Planalto.

Sabendo-se que Henrique Alves não mudou de ideia, fica entendido que o governo ganhou tempo, não a guerra. Por ora, evitou-se apenas o paradoxo de impor ao Executivo a execução obrigatória das emendas num momento em que Mantega passa os gastos na lâmina. Resta saber como reagirão os deputados ao receberem a informação de que Dilma exige tudo deles –manutenção dos vetos, Orçamento livre de amarras, nenhum pio e café no bule— e não se dispõe a entregar nada em troca. Será difícil conter o barulho. Sobretudo quando se recorda que o lema que mantém as fornalhas ligadas sempre foi: uma mão suja a outra.