Bom dia
Opinião
O tempo não para, por Ricardo Alcântara
O processo político ganha contornos que expõe as vísceras de uma disputa interna ainda não resolvida no PDT do Ceará

A pesquisa que o PDT encomendou ao instituto Quaest sobre o cenário da sucessão estadual, sob o pretexto desacreditado de sondar a opinião pública sobre o que todos já sabem, foi um tiro que saiu pela culatra.
Era óbvio que o objetivo fosse dar aspectos objetivos a uma escolha autocrática em favor de um nome: o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. O surpreendente é que velhos pajés tenham imaginado iludir a tribo com artifício tão tolo. Se, de outro modo, o objetivo era apenas ganhar tempo, pior: perdeu-se.
A pesquisa é tecnicamente equivocada porque despreza a abordagem de um aspecto fundamental à boa análise no quadro de polarização da sucessão presidencial: o potencial de transferência de votos de Lula da Silva, Jair Bolsonaro e Ciro Gomes – que têm no Ceará hoje, respectivamente 59%, 18% e 11% de intenções de votos.
Politicamente, foi desastrosa: isolou ainda mais a pré-candidatura de Roberto Claudio ao levantar uma onda de apoios à reeleição da atual governadora, Izolda Cela, sob o critério incontornável de que somente ela seria o amálgama capaz de manter a coesão poderosa da aliança partidária que dá sustentação a seu governo.
Cinco partidos lançaram um manifesto de apoio à indicação dela e mais outro, o PSDB, divulgou uma nota isolada reafirmando os mesmos termos do manifesto. Dezenas de entidades sociais e sindicatos seguiram na mesma linha. Um estouro de boiada.
Não é razoável que um candidato presidencial que tem 11% das intenções de votos no Ceará dispense os serviços de um partido cujo candidato a presidente tem 59% das indicações.
Toda essa disposição ao risco indica, ao desprezar o cálculo eleitoral, que se trata de uma reação à hegemonia ameaçada pela liderança emergente do ex-governador Camilo Santana. Não há outra hipótese.
O esforço de resistência de Ciro Gomes, mentor de Roberto Cláudio, tem, contudo, um problema: o tempo não para.

Opinião
PEC Kamikaze é uma forma de burlar regras eleitorais, afirma especialista
Para jurista, proposta aprovada pelo Senado ontem - a três meses das eleições é "compra de votos institucionalizada e por atacado que pode atingir congressistas coniventes que são partícipes dessa barbaridade eleitoral"
Na noite
de 30 de junho, a três meses das eleições, o Senado aprovou a polêmica
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 1/2022, que institui estado de
emergência no país até o final do ano para ampliar o pagamento de
benefícios sociais – ao custo de R$ 41,2 bilhões para os cofres
públicos. O reconhecimento de estado de emergência serve para que os
pagamentos não violem a legislação eleitoral (Lei 9.504, de 1997). Esse
valor não precisará observar o teto de gastos, a regra de ouro ou os
dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal, que exigem compensação
por aumento de despesa e renúncia de receita. Não por acaso, a PEC
divide opiniões.
“Esta PEC é
um jeitinho que estão buscando para burlar as regras que norteiam o
direito eleitoral e que incluem princípios e normas constitucionais: ela
é populista, assistencialista e fere os princípios da razoabilidade e
da moralidade na medida em que estão falindo o Estado brasileiro para
financiar uma reeleição” diz o advogado e especialista em Direito
Eleitoral Alexandre Rollo. “A Constituição se preocupa com a normalidade
e legitimidade das eleições e veda o abuso do exercício de função,
cargo ou emprego na administração direta. Essa PEC destrói tudo isso.
Trata-se de uma compra de votos institucionalizada e por atacado que
pode atingir, inclusive, congressistas coniventes que são partícipes
dessa barbaridade eleitoral. PEC não pode tudo. Uma PEC que declarasse
alguém rei do Brasil não teria validade jurídica.”
A
PEC prevê a expansão do Auxílio Brasil e do vale-gás de cozinha; para a
criação de auxílios aos caminhoneiros e taxistas; para financiar a
gratuidade de transporte coletivo para idosos; para compensar os estados
que concederem créditos tributários para o etanol; e para reforçar o
programa Alimenta Brasil.
Fonte:
Alexandre Rollo, advogado especialista em Direito Eleitoral, conselheiro estadual da OAB/SP, doutor e mestre em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP.
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O dia
Hoje é sexta feira.
Desde o começo da semana foi um drama depois do outro. Na política.
Hoje, o dia começa cheio de confusão. Siga o que está rolando no processo de quem é quem na disputa pelo governo do Ceará, na situação e cê sentirá o drama.
Ta quase tudo aí.
O céu da sexta, em Fortaleza, vem assim...
Acabou pro Leão

O Fortaleza deu adeus à Copa Libertadores após ser derrotado por 3 na 0 pelo Estudiantes (Argentina), na noite desta quinta-feira, 7, no estádio Jorge Luis Hirschi, em La Plata, na partida de volta das oitavas de final da competição.
Após empatar em 1 a 1 na última semana no Castelão, a equipe comandada pelo técnico argentino Juan Vojvoda sabia que não teria vida fácil fora de casa. E esta previsão começou a ser confirmada logo aos 9 minutos de bola rolando, quando Manuel Castro aproveitou bola levantada na área para marcar de cabeça.
A situação do Fortaleza ficou mais complicada aos 21 minutos, com a expulsão de Yago Pikachu, que fez falta dura no atacante Boselli. Na cobrança da infração, dois minutos depois, Zuqui levantou a bola na área, onde Ceballos desviou antes de Rogel escorar para o fundo do gol. Mas o lance foi anulado por causa de posição irregular.
Assim, o Estudiantes só conseguiu ampliar a sua vantagem na etapa final, no primeiro minuto, com novo gol de cabeça de Manuel Castro. Dez minutos depois a desclassificação brasileira foi confirmada, quando Boeck vacilou na saída de bola e Zapiola não perdoou. O Estudiantes será o adversário do Athletico-PR nas quartas.
Após sair da competição continental, o Tricolor se concentra no Brasileiro, onde tenta deixar a lanterna. E o próximo compromisso promete muitas dificuldades, pois é justamente contra o líder Palmeiras, no domingo, 10, no Castelão.
(*) Com informações da Agência Brasil
PSDB critica pesquisa, amplia isolamento do PDT e se junta ao PT, PV, PP, PC do B e MDB para discussão sobre candidatura ao Governo
O PSDB, por meio de nota assinada, na noite desta quinta-feira, pelo presidente da Executiva Regional, Chiquinho Feitosa, criticou a pesquisa como principal critério para escolha do nome ao Governo do Estado, impôs mais isolamento ao PDT e se juntou ao PT, PV, PP, PC do B e MDB para os partidos aliados serem ouvidos na definição da candidatura ao Palácio da Abolição.
O bloco formado pelo PT, PV, PP, PC do B e MDB divulgou manifesto em apoio à reeleição da Governadora Izolda Cela. O presidente do PSDB, Chiquinho Feitosa, que declarou apoio a Izolda cobra que todos sejam ouvidos para consolidar ainda mais o projeto administrativo do Estado do Ceará.
‘’Entendemos que, embora legítima, a pesquisa eleitoral a três meses do pleito, e sem aprofundamento de cenários, não seria o principal balizador’’, afirma a nota do PSDB, ao defender, ainda, que ‘’o alinhamento de idéias e projetos, bem como a capacidade de aglutinar apoios, serão fundamentais nesse processo, que deve seguir de forma absolutamente democrática’’.
A nota do PSDB é aberta com um apelo para a abertura de diálogo
entre os partidos aliados ao Palácio da Abolição. ‘’Nós do PSDB, que
compomos o arco de aliança que tem ajudado a governar o estado do Ceará
nos últimos anos, com a garantia de muitos avanços, afirmamos aqui nosso
desejo de participar de forma mais efetiva do processo de escolha do
(a) candidato (a) que irá representar esse projeto nas eleições ao
Governo do estado, no próximo mês de outubro, através do diálogo
respeitoso e transparente, cabendo ao PDT a condução desse processo”.
Homenagem
Nossos corações estão de luto. Santana do Cariri, o Ceará e o Brasil estão de luto e mais pobres de guerreiros, políticos íntegros e sérios. Ontem (06), o ex-deputado federal Iranildo Pereira deixou esta morada e foi se juntar aos grandes na Morada Divida, partiu para o descanso eterno.
Pois é, nosso grande amigo Iranildo Pereira partiu. Hoje, mais uma vez, estamos rendendo homenagem a ele. Feliz de quem teve o privilégio de privar da amizade daquele guerreiro. E eu tive esse privilégio. Foram mais de trinta anos de amizade. Não vou dizer precisamente quantos, pois não gosto de contar o tempo. Só sei dizer que foi uma vida. Ficarão as lembranças de suas conversas e de seus gestos.
Iranildo plantou e colheu grandes frutos. Político (deputado de mãos limpas), advogado, empresário, mas, acima de tudo, POETA.
Homem de fibra, combativo e destemido, não teve inimigos, teve opositores. Mas, não se intimidava com ninguém, fosse quem fosse. Era homem de luta. Guerreiro aqui na terra, pai de Fred e Irana, marido de Maria do Carmo, a quem dedicou amor, respeito, amizade, carinho e admiração.
Agora, Iranildo subiu aos Céus, foi encontrar seus grandes e combatentes amigos como Paes de Andrade, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Teotônio Vilela, Alencar Furtado, Fernando Lira, Martins Rodrigues, Chagas Vasconcelos, Eufrasino Neto.
À você, Iranildo, o adeus de todos nós.
Até qualquer dia desses!
Após pesquisa, cinco partidos anunciam apoio a Izolda Cela
Após a divulgação dos resultados da pesquisa de intenção de voto encomendada pelo PDT para ajudar a escolher o candidato a governador, cinco partidos da base aliada – PT, PV, PP, PCdoB e MDB – lançaram nota conjunta, nesta quinta-feira (7), defendendo a reeleição da governadora Izolda Cela (PDT). Ela disputa a indicação do partido com o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que apareceu com resultados melhores no levantamento feito pela Quaest.
Izolda, sucedendo a publicização da
pesquisa, declarou publicamente que coloca o próprio nome na disputa
“para unir”, destacando a importância da união política no processo que
leva às definições de nomes para a eleição. “Sigo defendendo o respeito e
o diálogo porque não se faz nada sozinho. E fortalecendo em mim a honra
e o compromisso de seguir na missão”, disse, pontuando ainda que “o
propósito de colocar meu nome para continuar governando o Estado
firma-se na responsabilidade e compromisso com nosso povo do Ceará”.
Depois
da divulgação da mensagem, PT, PV, PP, PCdoB e MDB lançaram a seguinte
nota: “A manifestação pública da governadora Izolda Cela colocando seu
nome para continuar governando o estado, firmando-se na responsabilidade
e compromisso com o povo do Ceará e em nome da união a ser construída
através do diálogo de todas as forças políticas, é fato de grande
relevância a exigir nossa consideração. Acreditamos que a construção de
uma candidatura deve ser o resultado da unidade e do diálogo entre todos
os partidos.”
O texto sucede uma reunião feita entre lideranças
das legendas e funciona como o indicativo de uma frente partidária
sólida em favor do nome de Izolda – até então, o principal empecilho
para a possível indicação de outro candidato era o PT, que amplamente
rejeita Roberto Cláudio e tem abraçado de modo próximo a indicação da
atual governadora, em ocasiões até condicionando a manutenção da aliança
com o PDT à escolha de seu nome. Também tem certo destaque, nesse
sentido, o MDB, uma vez Eunício Oliveira também rejeita o ex-prefeito da
capital e só deverá estar incluído na campanha do lado governista caso
RC não seja candidato.
O PDT, por sua vez, já determinou que não
aceitará vetos de partidos aliados a candidatos seus, como reiterado
pelo presidente nacional Carlos Lupi e pelo presidente estadual da sigla
André Figueiredo. O entendimento é de que o PT (e outras legendas que
acompanhem esse movimento) estaria tentando impor o nome de sua
candidata de preferência, o que o partido considera inadmissível.
Pesquisa
Na
pesquisa em questão, realizada pela Quaest, o cenário da pesquisa
estimulada em que Izolda disputa o pleito mostra o candidato da
oposição, Capitão Wagner (União Brasil), com 52%, frente a 40% de
intenções de voto na governadora, representando uma diferença de 22
pontos percentuais. Já o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio,
principal adversário de Izolda na disputa interna pela indicação do
partido, aparece com 40% contra 44% de Wagner, o que significa que
estariam empatados tecnicamente, considerando a margem de erro de 2,5
pontos percentuais.
O estudo foi feito de 27 de junho a 1º de julho e
entrevistou 1.500 eleitores cearenses de 49 municípios, de modo
presencial, e foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
sob os códigos BR-07841/22 e CE-05334/22.
O resultado favorável a RC,
na disputa com a atual governadora, já era esperado dentro da base,
levando em conta o recall acumulado por ele durante os oito anos à
frente da Prefeitura de Fortaleza. Com base nisso, Izolda já havia
declarado, quando o levantamento ainda estava sendo encomendado, que
pesquisa “fornece apenas o retrato do momento, a mais de três meses da
eleição” e que “partidos aliados ao PDT no estado, como PT, PSD, MDB,
PP, PSB, PCdoB, PV e tantos outros parceiros, devem ser ouvidos de forma
a contribuir com o processo”.
Coluna do macário batista para o dia 08 de julho de 2022



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