No Cuca da Barra

Comitê pela Prevenção de Homicídios na Adolescência realiza audiência na Barra do Ceará nesta segunda-feira (4/4)

Dando continuidade às audiências públicas nos bairros para discutir homicídios na adolescência, o Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência realiza nesta segunda-feira (4 de abril) uma audiência territorial na Barra do Ceará, em Fortaleza. O encontro será a partir das 18 horas, no Cuca, e deve reunir moradores de bairros circunvizinhos.

O objetivo é ouvir das pessoas a opinião acerca do que aproxima e o que poderia afastar meninos e meninas da violência que os leva ou a matar ou a morrer, a partir das realidades onde vivem. O Comitê tem como presidente o deputado estadual Ivo Gomes (PDT) e, como relator, o deputado Renato Roseno (PSOL).

Audiências territoriais também serão realizadas no Vicente Pinzon e Jangurussu, além de cidades do interior e da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) com os maiores índices de homicídios na faixa de 10 a 19 anos – sendo um de cada macrorregião cearense. A audiência realizada no Bom Jardim, no último dia 29, reuniu 150 participantes, que sugeriram ações sobretudo nas áreas da educação, cultura e lazer como forma de enfrentar e prevenir a violência.

As sugestões oriundas das audiências, junto com as considerações resultantes de seminários temáticos e o resultado da pesquisa de campo que está sendo realizada com familiares de adolescentes mortos e com adolescentes privados de liberdade por crimes contra a vida serão a matéria-prima para a elaboração de um relatório com recomendações para a superação do atual quadro. O documento será entregue aos gestores públicos municipais e estadual e às entidades do sistema de garantia de diretos.

Números – Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)/Secretaria Municipal de Saúde mostram a escalada da violência letal na adolescência em Fortaleza, em uma proporção que supera os homicídios entre adultos: em 2000, foram assassinados na capital cearense 95 pessoas com idades entre 10 e 19 anos. Passada uma década, o número já era 312. Em 2013, foram 635 casos; 600 em 2014 e 429 em 2015 – mais da metade de todos as mortes nessa faixa etária em todo o Estado, em 2015 (817, segundo dados da SSPDS).

Sobre o Comitê – O Comitê é uma iniciativa da Assembleia Legislativa do Ceará, em parceria com o Governo do Estado do Ceará e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), criado com o objetivo de compreender o fenômeno da violência entre os jovens – com foco na faixa etária de 10 a 19 anos – para elaborar propostas de políticas públicas que apontem para a prevenção e a redução de homicídios cometidos por adolescentes e contra adolescentes no Ceará.

Serviço – Audiência Pública/ Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência
Data: 4 de abril, a partir das 18 horas
Local: CUCA da Barra (Av. Presidente Castelo Branco, 6417 - Barra do Ceará)

Brasil na ONU sob a visão da FAO

Assembléia Geral da ONU lança
Década de Ação pela Nutrição
Resolução teve apoio do Brasil, que já define para os próximos
anos diversas iniciativas para a promoção da alimentação saudável
 – A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira (1º), em Nova Iorque, EUA, resolução que define que o período de 2016 a 2025 é a Década de Ação pela Nutrição. O Brasil foi um dos 31 países que apresentaram a proposta. “Consideramos ser uma grande oportunidade para unir iniciativas e esforços para erradicar a fome e prevenir todas as formas de má nutrição”, afirmou o embaixador Antonio Patriota, representante permanente do país na ONU, ao defender a resolução no colegiado do organismo internacional.

Divulgação/ONU
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A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) reconhece que o Brasil é um dos países que mais reduziu a subalimentação nos últimos anos, saindo do Mapa Mundial da Fome em 2014. “Estamos ansiosos para se envolver neste processo, compartilhando informações sobre nossas políticas públicas e aprender com outras experiências”, destacou Patriota.

A experiência brasileira em políticas públicas pode contribuir para a superação da fome no mundo. “O Brasil se tornou uma referência internacional em questão de políticas de segurança alimentar e nutricional”, afirmou o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, na quarta-feira (30), durante o lançamento do livro Superação da Fome e da Pobreza Rural: Iniciativas Brasileiras.

Somente em 2015, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) recebeu 61 delegações de 40 países para conhecer as políticas públicas brasileiras, tanto com seminários como em visitas de campo, para que eles pudessem ver as ações em funcionamento. As missões vieram predominantemente de países da América Latina (40%) e da África (35%). E representantes de Armênia, Camboja, Grécia, Holanda e Suíça foram pela primeira vez recebidos pelas equipes do ministério.

Novo ciclo – A resolução da ONU também alerta os países para a alimentação saudável. “As crianças não conseguem colher plenamente os benefícios da escolaridade se não acessarem os nutrientes necessários; e as economias emergentes não atingirão seu pleno potencial se os trabalhadores estiverem cronicamente cansados por causa de uma dieta desbalanceada”, explicou José Grazian o da Silva, diretor-geral da FAO. “É por isso que celebramos a Década de Ação pela Nutrição e estamos ansiosos para fazer dela um sucesso.”

No debate que está sendo realizado entre o governo federal e a sociedade para elaborar as novas diretrizes que vão compor o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PlanSAN) até 2019, o Brasil enfrenta novos desafios. “Agora temos um novo ciclo, com novos problemas relacionados à má-alimentação, ao sobrepeso e à obesidade que se espalha pelo país. Temos que atualizar a nossa estratégia a partir do diálogo e da construção conjunta”, afirma o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2015 demonstram que atualmente, um terço das crianças brasileiras está com sobrepeso, 56,9% da população adulta está com excesso de peso e destes, 21,3% estão obesos. Isto tem contribuído com a expansão de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, muitas delas decorrentes da má alimentação, e que são responsáveis 72% das mortes no Brasil.

Preocupado com este quadro, um conjunto de políticas públicas e outras iniciativas de garantia de acesso a alimentos vem sendo reforçado. Dentre elas, o governo federal, em parceira com organizações da sociedade e o setor privado, lançou neste mês de março a campanha Brasil Saudável e Sustentável. O calendário da campanha passa pelas Olimpíadas Rio 2016 e se estende até maio de 2017, com a realização de ações que estimulem as pessoas a refletir sobre os hábitos de consumo e a optar por escolhas alimentares cada vez mais saudáveis, demonstrando as vantagens do consumo de produtos locais, frescos, vindos da agricultura familiar, da produção orgânica ou agroecológica.

E, desde novembro do ano passado, a partir de decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff, a União, estados e municípios estão sendo sensibiliza dos para aderir ao Pacto Nacional para Alimentação Saudável, segundo a diretora de Estruturação e Integração de Sistemas Públicos Agroalimentares do MDS, Patrícia Gentil. “Não queremos entrar no Mapa do sobrepeso e da obesidade. Temos um cenário preocupante relacionado ao aumento das doenças crônicas e, para reverter a situação, devemos melhorar a qualidade da alimentação.”

Tucanos querem empalar Dilma sem Dilma reclamar

Do boletim do PSDB

“Dilma despreza problemas do país enquanto promove balcão de negócios para barrar o impeachment”, diz líder
O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), criticou nesta sexta-feira (1º) o abandono total do combate às mazelas do país pela presidente Dilma, que trabalha com todo afinco apenas para angariar votos contra o impeachment. Em plenário, o tucano lembrou que o prazo para a defesa da petista encerra na segunda-feira (4) e, enquanto avança o processo contra ela, a petista concentra esforços em barganhar cargos em troca de votos.
“Ela está fazendo do Palácio do Planalto um verdadeiro balcão. É uma vergonha. É o fim melancólico de uma presidente que envergonha o país, mas que, para a nossa alegria, será constitucionalmente afastada em breve”, apontou Imbassahy.

Bom dia


Tribunal assina convênio para reduzir taxas de cartórios aos beneficiários da Cohab, neste sábado (02) 


A presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargadora Iracema Vale, assina, às 9h deste sábado (02/04), convênio para possibilitar a emissão de títulos de propriedade de imóveis para beneficiários da Companhia de Habitação do Ceará (Cohab). Também assinam o documento o governador Camilo Santana e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. O convênio será celebrado no Centro de Eventos do Ceará, durante o evento “Agenda Fortaleza”.
O convênio está incluso no programa Papel da Casa, que trata do registro da titularidade de casas populares destinadas às famílias de baixa renda. O programa objetiva dar acesso à propriedade imobiliária, além de concluir a regularização fundiária através da entrega de escrituras e registros.
Ao Poder Judiciário caberá a redução dos emolumentos cobrados pelos cartórios, quando do registro imobiliário dos imóveis. Além disso, haverá esforço conjunto para a concretização dos procedimentos de regularização Fundiária de conjuntos habitacionais construídos pelo governo estadual sob o regime de mutirão.

Sem Dragas chega a Crateus


Três mil pessoas de Crateús e cidades vizinhas participam do Ceará sem Drogas

A 11ª edição da Campanha Ceará sem Drogas mobilizou cerca de três mil pessoas em Crateús, nesta sexta-feira (01/04), em evento realizado no Ginásio Poliesportivo Raimundo Deromi Melo. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), idealizador da iniciativa, disse que o Ceará sem Drogas tem sido reconhecido como “um grande projeto de mobilização”.

O parlamentar ressaltou outras ações realizadas pelo Poder Executivo, com a colaboração do Poder Legislativo, para o combate às drogas e tratamento à dependência química, como a aprovação do Fundo Estadual de Combate às Drogas; a criação da Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas; e a abertura de leitos para tratamento de dependentes químicos. “Está sendo feito todo o trabalho para que as pessoas não entrem, por curiosidade ou qualquer outro motivo, no mundo das drogas”, afirmou.

A secretária especial de Políticas sobre Drogas do Estado, Mirian Sobreira, avaliou que o Ceará sem Drogas é um programa exitoso, “levando a discussão e fazendo o jovem pensar como é se envolver com drogas”. Ela lembrou que o Ceará foi o primeiro Estado a criar uma secretaria voltada especificamente para o combate às drogas, com foco, principalmente, na prevenção.

Já o secretário dos Esportes do Estado, Jeová Mota, avaliou como acertada a escolha de Crateús para sediar o evento, por ser “a maior cidade da região”, o que mobiliza também os municípios no entorno.

O prefeito de Crateús, Mauro Soares, agradeceu a chegada da campanha e disse que as drogas têm se transformado em um dos principais problemas na cidade. Ele destacou a criação do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas, do Núcleo Intersetorial de Políticas sobre Drogas e do fundo voltado a financiar ações na área. “Mas o poder público sozinho não resolve. Tem que ser uma parceria com a sociedade e, principalmente, as famílias”, avaliou.

Durante a palestra, o ex-jogador e comentarista esportivo Walter Casagrande contou como entrou em contato com as drogas e como é difícil superar a dependência química. “Depois de quase dez anos, continuo me tratando. Porque a dependência química não tem cura”, disse.

Segundo Casagrande, a família teve um papel fundamental para encarar o tratamento da dependência. O atleta alertou os pais para que observem a mudança de comportamento dos filhos, que dão índicos para o envolvimento com as drogas.

A estudante Milena Vieira, 16 anos, disse que se interessou em participar do evento para conhecer os detalhes da trajetória de vida de Casagrande e como foi a batalha dele contra as drogas. “Acho importante esse debate porque, na cidade, tem muito adolescente envolvido com droga e morrendo”, comentou.

Segundo a professora Régia Vieira, 35 anos, as escolas têm discutido o assunto com jovens, seja na sala de aula ou por meio de palestras e eventos esportivos. “Nunca teve um evento desse. Acho importante para combater e conscientizar os jovens sobre as drogas”, disse.

A campanha Ceará sem Drogas tem promovido contato direto com a juventude cearense desde 2014. Já foram realizados dez encontros nos municípios de Limoeiro do Norte, Sobral, Crato, Viçosa do Ceará, Campos Sales, Aquiraz, Nova Russas, Fortaleza (duas vezes) e Acaraú.

Também participaram do evento  os deputados Carlos Felipe (PCdoB) e Walter Cavalcante (PP); o secretário dos Esportes de Crateús, Olavo Soares Gomes; o presidente do conselho Municipal de Políticas sobre Drogas de Crateús, Andrade Mendes; e o promotor de Crateús, José Arteiro Soares Goiano.

Foto: Edson Junior Pio

Bilhete do Francis Vale

Macário,

Não sei se a maioria dos jornalistas sabe, mas hoje ( 1o. de abril) é o dia da Imprensa Cearense. 
Neste dia, em 1824, o Padre Mororó, Secretário de Governo do Presidente Tristão Gonçalves, fez circular o "Diário do Governo do Ceará", primeiro a ser impresso no Ceará, pelas mãos do Tipógrafo Sales , que parece que era pernambucano, mas tem nome de rua na Zona Oeste da Fortaleza.
O Padre Mororó, cujo nome verdadeiro é Gonçalo Ignácio de Loiola Albuquerque Melo nasceu em Riacho do Guimarães, hoje Groaíras,em 24 de julho de 1774 e foi fuzilado no Passeio Público , em 30 de abril de 1825, por conta de sua participação na Confederação das Províncias Unidas do Equador, presidida por Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, que também foi morto em 31 de outubro de 1824, no lugar Alto dos Andrades, em Jaguaribara, cujo túmulo hoje é encoberto pelas águas do Castanhão.
Mororó era pessoa das mais cultas do Estado.Formado no Seminário de Olinda, que na época era o maior centro de cultura do País, lecionou Latim e Botânica em algumas cidades por onde passou. Em Quixeramobim, no dia 09 de janeiro de 1824, após tomar conhecimento de que Dom Pedro I havia rasgado a Constituição elaborada pelos parlamentares eleitos nas diversas províncias, dissolveu a Constituinte em 23 de novembro de 1824 e impôs   uma carta outorgada de sua autoria (?), Mororó convocou, o povo da cidade, proclamou a República e declarou decaída a Dinastia de Bragança, conclamando as Câmaras de Icó e Crato para que fizessem o mesmo. Foi o estopim da rebelião que passou à História como Confederação do Equador, que se alastrou por quatro províncias nordestinas( Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco) e pretendia a República em todo o País.
Foi o primeiro movimento republicano que abalou o império nascente, que teve que se valer dos serviços de mercenários da Marinha Inglesa, à frente o famigerado Lord Cochrane, para dizimar o movimento e enforcar e fuzilar os principais líderes do movimento, no qual se destacou o grande intelectual pernambucano  Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, colega de seminário e de infortúnio de Mororó.      
Isso tudo parece mentira,mas está nos livros ( a partir do Dr. Guilherme Studart, o Barão, referência maior dos historiadores cearenses). Os jornalistas é que são esquecidos ou envergonhados da data e do padre.
Um abraço do
Francis Vale

Opinião

Mauro Santayana

O HOMEM MORCEGO, O GAROTO DE KRYPTON , OS EUA E O CONTROLE DO ENTRETENIMENTO.


O recorde batido por Batman x Superman no Brasil, de maior bilheteria arrecadada em um fim de semana de estreia – quase  35 milhões de reais - com um roteiro abaixo de crítica e direito, nas filas intermináveis, a adultos vestidos de camisetas com desenhos de morcego e  crianças a partir de 12 anos com roupas de super-homem, não é apenas o símbolo da indigência cultural e intelectual de parte de uma classe média que reclama da crise, mas gasta mais de 100 reais para comprar três ingressos e um “combo” de pipoca com refrigerantes de máquina, para lotar até a última poltrona os cinemas de shopping, correndo o risco - dependendo do lugar - de passar calor ou ser mordido por mosquitos, ou pegar uma conjuntivite com óculos 3D tão sebosos  quanto janelas de fábrica.

Pode-se alegar que se trata, apenas, de uma diversão “leve”.

Mas não o é.

Do ponto de vista da comunicação de massa, essa “conquista” conforma, também - com a mistura de heróis da Marvel e da DC Comics com as cores da bandeira dos EUA, e as alusões de sempre a terroristas e agentes do governo norte-americano, e a descendentes de ex-moradores da Cortina de Ferro - uma celebração ao sucesso da América do Norte em produzir entretenimento superficial, artificial e rasteiro, e em fechar o ciclo do controle desse entretenimento - e da involução mental de gerações - com o domínio das grandes cadeias internacionais de cinemas, do conteúdo dos blockbusters nelas exibidos, dos canais de TV a cabo – sempre os mesmos, com os mesmos filmes e séries, em qualquer lugar do mundo  –  e dos softwares de computação e de busca e exibição de conteúdo, por meio de empresas como Microsoft, Google, Youtube e Netflix, por exemplo.

Junte-se a isso o domínio do armazenamento e do fluxo de informações pessoais, privadas e empresariais com o controle dos grandes cabos oceânicos – que quase sempre passam por território norte-americano – e o monitoramento de agências como a NSA e as grandes redes de TV aberta – o Brasil é emblemático neste caso -  que têm de defender o american way of life para continuar dispondo de acesso a filmes e séries Made in USA - e percebe-se como é ingente a luta por oferecer alguma alternativa autóctone, do ponto de vista cultural e histórico, às populações de cada país e de cada região do mundo, e como são essenciais mecanismos que, com todos os seus defeitos, tornem possível disputar minimamente essa luta injusta e desigual de David contra Golias,  como a tão criticada Lei Rouanet, os editais da ANCINE, ou o Fundo Setorial Audiovisual, que teve uma importante vitória, no início deste mês, quando o Supremo Tribunal Federal suspendeu liminar que desobrigava as grandes operadoras de telecomunicações – graças ao governo FHC, em sua maioria controladas por capital estrangeiro - de pagar  a taxa do Condecine – destinada ao financiamento de produções nacionais de cinema e televisão – cuja arrecadação, neste ano, pode chegar a 1 bilhão de reais. 
 
O controle do universo do entretenimento pelos EUA não drena apenas bilhões de dólares gastos por dezenas de milhões de brasileiros, a cada vez que eles vão ao cinema, pagam sua internet, compram um produto multinacional anunciado na TV aberta, veem um vídeo em um site de streaming, ou pagam a mensalidade da TV a cabo.

Ele também limita a imaginação, a capacidade de criação e de realização de gerações de lobotomizados e fecha a porta, a milhões de jovens, do entendimento real do mundo que os cerca, justamente na fase da vida em que se processa a sua formação, abrindo caminho – como diria a direita - para a implantação de “ideologias exógenas”, e para o culto a símbolos nacionais e a instituições – como as forças armadas – de outros países, em um processo de permanente, contínua, lavagem cerebral.

São coisas assim, aparentemente anódinas, que ajudam a explicar porque cada vez mais pessoas que até algum tempo atrás eram apenas imbecis simples, padrão 1.0, estão se transformando rápida e repentinamente, em imbecis-fascistas, babosos e pavlovianos, com a mesma velocidade de propagação viral geométrica com que multidões de figurantes atacados por mortos-vivos se contaminam, logo depois de serem mordidos, e se transformam – correndo para estraçalhar com os dentes em riste quem quer que surja à sua frente- nos ensanguentados e pavorosos zumbis dos filmes norte-americanos. 

Mauro Santayana é jornalista e meu amigo.


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