Bom dia

INDÚSTRIA
(Foto: Stephan Eilert) 
Nova fábrica da Brilux é inaugurada no Ceará

Fruto de um investimento de R$ 100 milhões a nova unidade das Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte, tem capacidade de produção mensal de cerca de 330 mil caixas de águas sanitárias, amaciantes e detergentes, e vai empregar cerca de 300 pessoas.  

As Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte, do qual faz parte a marca Brilux, inaugurou neste sábado, 28, um novo empreendimento na área de produtos de limpeza no Ceará. A nova fábrica está  instalada no município de Horizonte, região metropolitana de Fortaleza.  

A planta, em funcionamento desde julho deste ano, em fase de  testes, a partir de agora começa operar com toda sua capacidade de produção, que é de 58 SKU's (medida que contabiliza estoque, por meio das característica dos produtos). Ao todo, foram investidos R$ 100 milhões para a implantação do empreendimento, que movimenta a economia local com distribuição de produtos de qualidade e geração de emprego.

“Chegamos no Ceará com a certeza de que vamos contribuir ainda mais com a Economia deste estado, que possui um povo tão trabalhador, acolhedor e responsável. Esta inauguração reforça a importante ligação e compromisso que temos com o estado”, afirma Renata Carvalho, gerente de Marketing e Trade das Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte. 

“Com isso, ao mesmo tempo em que contribuímos para o desenvolvimento do Ceará, levamos à casa dos brasileiros, produtos que tem a marca de qualidade e confiança da Raymundo da Fonte”, ressalta Renata.  

(Foto: Stephan Eilert) 
Inauguração da fábrica contou com presenças ilustres, como o diretor presidente do Grupo Raymundo da Fonte, Hisbello de Andrade Lima Neto, o diretor administrativo Financeiro e de Planejamento das Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte, Osvaldo Scalzo,  e as as representantes da família Raymundo da Fonte, Mônica da Fonte Freire, Mariza da Fonte de Andrade Lima e a Célia da Fonte Longman.  

Também estiveram presentes o secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Maia Júnior, o prefeito de Horizonte, Francisco César de Sousa, o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Carneiro Rolim, o superintendente de Desenvolvimento Econômico, Dario Rodrigues, entre outras autoridades.  

 
(Foto: Divulgação)  
 300 novos empregos 
Atualmente, trabalham na nova unidade 156 funcionários nos diversos setores. Todos passaram por capacitação técnica na matriz para adequar aos padrões de qualidade industrial da empresa. Visando estimular a economia local, 97% dos funcionários são residentes de Horizonte. Há expectativa que sejam gerados até 300 empregos, entre diretos e indiretos. 
O empreendimento tem 11 mil m² construídos e foi projetado com capacidade de expansão. A fábrica conta com o que há de mais moderno em maquinários, com equipamentos nacionais e importados da Espanha, Itália e França. 

Com a fábrica, agora são produzidos localmente águas sanitária Brilux, Tubarão, Olimpo e Cloral; amaciante Sonho; e lava louça Brilux. A unidade também tem centro de distribuição para outras marcas do Grupo Raymundo da Fonte, como Minhoto e Even. 

A produção mensal média é de de 255 mil caixas de águas sanitárias, 12 mil caixas de detergentes e 63 mil caixas de amaciantes. Há capacidade para ainda aumentar a produção de acordo com os resultados do empreendimento na economia local. Produtos produzidos em Horizonte atenderão, além do Ceará, Maranhão, Piauí e uma parte de Rio Grande do Norte.

Para isso, a unidade possui frota própria de 25 caminhões, que garantem agilidade e qualidade na distribuição e abastecimento dos produtos Raymundo da Fonte, fazendo-os chegar com mais rapidez às gôndolas.

(Foto: Divulgação)  
Responsabilidade Ambiental 
A Raymundo da Fonte assinou, recentemente um acordo de compensação ambiental e através do programa  EU RECICLO, o que garante que 22% de todas as embalagens da Companhia serão recicladas. Algumas águas sanitárias são embaladas em material pet 100% reciclável, respeitando a preocupação ambiental do Grupo. Além disso, as fábricas possuem  uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) para reutilizar ou tratar resíduos líquidos até que possam ser re-inseridos no meio ambiente, sem causar danos.  

O grupo pernambucano Raymundo da Fonte é referência na fabricação de produtos de limpeza, com 73 anos de história. Nova fábrica cearense é a quinta da empresa pernambucana, que tem unidades também em Pernambuco, Bahia, Pará e Rio de Janeiro. As diversas marcas da companhia somam mais de 360 SKUs no portfólio.

O Mont Blanc pode cair


Mont Blanc: geleira está a ponto de colapsar

Uma das grandes geleiras das encostas da montanha mais alta da Europa está prestes a despencar, como se para exemplificar um dos alertas do relatório do IPCC publicado na 4ª feira sobre os impactos climáticos nos oceanos e na criosfera, informa a BBC.
As geleiras do maciço do Mont Blanc são das mais monitoradas do mundo e, também, da mais visitadas por turistas e alpinistas. A geleira que ameaça despencar fica no lado italiano da fronteira. O prefeito da cidade italiana de Courmayeur, Stefano Miserocchi, disse que “estes fenômenos mostram uma vez mais como a montanha está passando por um período de grandes mudanças devido a fatores climáticos e, portanto, está particularmente vulnerável.”
Em tempo 1: A Circle of Blue destacou, do relatório do IPCC, os impactos sobre as montanhas mais altas do planeta.
Em tempo 2: o relatório do IPCC dedicou um bom espaço para o Ártico. E o Carbon Brief acaba de noticiar que a mínima extensão de gelo neste último verão praticamente empatou com a registrada em 2007 e 2016. O recorde ainda é o registrado em 2012. A matéria destaca que os 13 menores valores registrados da extensão de gelo no verão Ártico aconteceram nos últimos 13 anos.

Isso está no portal de uma tal de REVISTA CEARÁ


Política

Tasso é o senador cearense que mais gastou dinheiro público no Senado

Dono de uma das maiores fortunas do Estado, o empresário e político bilionário lidera o ranking com gastos de R$ 174.572,00 reais em 2019. Em segundo lugar aparece Cid Gomes com R$ 103.072,00 gastos e em último Eduardo Girão com R$ 21.440,00 reais gastos.

Dono de uma das maiores fortunas do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB) é o senador cearense que mais gasta e utiliza dinheiro público no Senado Federal. O mega empresário bilionário e ex-governador do Ceará, atualmente senador, foi o parlamentar cearense que mais recorreu à cota parlamentar neste ano para gastos com contratação de serviços de seu gabinete no valor de R$ 98.900,00 reais, além de gastos com passagens aéreas que chegam a R$ 25.872,59 reais.
Tasso também foi o senador que mais gastou com serviços de Correios, totalizando até agora o valor de R$: 49.800,54 reais, o senador ainda é o que mais utiliza assessores em seu gabinete, no total são 18 pessoas com salários que chegam até a R$ 22.000 mil reais por assessor. Totalizando Jereissati já custou ao contribuinte cerca de R$ 174.572,00 reais em 2019, valor não inclui despesas com salários de seus 18 assessores em Brasília e no Ceará.
O senador Eduardo Girão (PODEMOS) foi o senador que menos gastou, totalizando despesas de R$ 21.440 reais o ano todo.

GRIFO MEU - Com todo respeito pela informação acho que o senador gasta pouco. Cada senador tem à sua disposição, para gastar no "exercício do mandato", R$900.000,00 novecentos mil reais por mês.

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Estimativa de prêmio do próximo concurso 28/09/2019

SAMU chega ao Icó

 
Prefeita Laís Nunes anuncia instalação de unidade do SAMU em Icó ainda este ano 

Na manhã desta sexta-feira (27), a prefeita de Icó, Laís Nunes, e a equipe da Secretaria de Saúde do município se reuniram na sede da Prefeitura com a coordenação estadual do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

O encontro teve como objetivo a preparação do município icoense para o recebimento da Unidade de Suporte Básico, com início das atividades previsto ainda para este semestre, e formulação da equipe que irá compor a base do SAMU em Icó. 

A unidade avançada de atendimento vai contar com duas ambulâncias; sendo uma com condutor e técnico de Enfermagem e a outra modelo Unidade de Terapia Intensiva (UTI) composta por condutor, médico, enfermeiro e técnico de Enfermagem.

"Estamos avançando diariamente e hoje damos mais uma excelente notícia aos icoenses. A chegada de uma unidade do SAMU em Icó vai tornar ainda mais eficiente a assistência médica de emergência prestada aos munícipes. Sem dúvida, mais uma vitória ao povo!", afirmou a prefeita Laís Nunes.

Bom dia


'Bolsonaro confunde moinhos de vento com ameaças reais', diz Ricupero

O diplomata, ex-ministro e ex-embaixador Rubens Ricupero (Crédito: Marlene Bergamo/Folhapress)
*Por: Rafael Burgos
Em entrevista ao blog, o diplomata Rubens Ricupero, uma das mais respeitadas autoridades brasileiras em matéria de relações internacionais, avalia o discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU.
Ricupero foi ministro do Meio Ambiente (1993-1994), ministro da Fazenda (1994), embaixador em Genebra, Washington e Roma, além de secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
Segundo ele, ao abrir a Assembleia Geral da ONU, o presidente Jair Bolsonaro apostou em discurso que "confunde moinhos de vento com ameaças reais".
Para o embaixador, o Brasil perdeu prestígio e autoridade moral para tratar dos assuntos centrais discutidos na Assembleia, temas nos quais, segundo ele, o país "adota invariavelmente posições de retrocesso".
O ex-ministro ainda afirmou que "o Itamaraty se encontra hoje 'aparelhado' pelos elementos de extrema direita seguidores de Bannon (ex-estrategista-chefe de Trump), Eduardo Bolsonaro e do chanceler (Ernesto Araújo)".
Eis abaixo a entrevista completa:
Qual avaliação o sr. faz do discurso de abertura da 74ª Assembleia Geral da ONU, proferido pelo presidente Jair Bolsonaro?
O discurso foi principalmente dirigido ao público interno, em especial ao núcleo duro de apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais. Em lugar de adotar tom conciliatório e construtivo, o presidente confirmou que pouco se importa com a opinião do resto do mundo e/ou com as eventuais consequências econômicas e comerciais desfavoráveis de suas posições. Sua preocupação se volta com exclusividade ao apoio interno e, num momento de baixa de popularidade, prefere radicalizar o discurso internacional a fim de reforçar a adesão de seus seguidores.
A Assembleia deste ano destaca como temas centrais os esforços multilaterais para tratar do combate à pobreza, de políticas educacionais, da inclusão e das ações contra as mudanças climáticas. Os quatro temas foram acessórios no discurso do presidente. O Brasil perdeu prestígio para falar sobre esses assuntos?
Mais que prestígio, o Brasil não tem hoje autoridade moral para falar desses quatro temas, nos quais adota invariavelmente posições de retrocesso. Nenhum desses assuntos ocupa posição de relevo nas pautas do governo, nem existem realizações ou propostas que possam ser citadas internacionalmente, como era no passado o caso do Bolsa Família, do Prouni, do Minha Casa, Minha Vida, da redução substancial do desmatamento da Amazônia etc.
Prevaleceu, nos 30 minutos do discurso de Bolsonaro, a visão da chamada "ala ideológica" do seu governo, com menções ao "Foro de São Paulo", ao "socialismo" e com graves acusações, como a de que governos anteriores teriam "comprado parte da mídia e do Parlamento". O que pretende o bolsonarismo ao levar a sua marca ideológica à ONU?
Mais uma vez, a única explicação reside na motivação interna do discurso. Nos meios internacionais, ninguém leva a sério uma denúncia anacrônica de um movimento historicamente superado como o "comunismo internacional". O "Foro de São Paulo", mesmo nos seus dias de apogeu, nunca chegou a ser o bicho-papão pintado pelos ideólogos de direita. Não passava de uma frouxa tentativa de coordenar tendências muito heterogêneas. Ao investir contra esses adversários, o discurso presidencial confunde moinhos de vento com ameaças reais. A ideologia do pronunciamento presidencial provém diretamente do movimento de Steve Bannon, consultado na redação do discurso. Toda a parte final relativa à defesa da liberdade religiosa, moral, de denúncias à infiltração da ideologia de esquerda na cultura, nas artes, na educação, reflete a "franja lunática" de extrema direita que fornece a ossatura ideológica ao governo.
Na fala sobre a Amazônia, Bolsonaro acusou o "sensacionalismo" da imprensa e disse ser "mentira" que a floresta estaria pegando fogo. Qual a dimensão disso, considerando o aspecto central que o tema da emergência climática ocupa nas discussões da ONU?
Se o presidente desejasse realmente convencer a opinião pública mundial, ele deveria ter apresentado ações, iniciativas, realizações concretas para combater o desmatamento. Ora, em vez disso, o que ele fez foi acusar a imprensa de falsidades, quando é do conhecimento geral que o aumento do desmatamento e dos incêndios foi cientificamente comprovado não somente pela vigilância dos satélites do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mas também pelos da NASA, cujos resultados são indiscutíveis. Ao pretender negar a evidência científica, o discurso demonstra que o governo não tem como defender sua inação cúmplice com a destruição da floresta.
O agronegócio brasileiro será capaz de desafiar as posições do governo nas áreas ambiental e comercial?
Depois desse discurso belicoso, agressivo na forma, no tom, no conteúdo, fica muito mais árduo ao Ministério da Agricultura e ao agronegócio tentar provar que não está havendo destruição em larga escala na Amazônia. Quanto aos dois acordos de livre comércio, o do Mercosul com a União Europeia e o do Mercosul e o EFTA (European Free Trade Association), eles já estavam antes em estado de profunda hibernação. Nenhum governo europeu terá coragem de submeter os acordos à aprovação dos seus parlamentos enquanto perdurar a situação atual.
O governo atual é cúmplice dos mais retrógrados setores rurais interessados em avançar nas terras indígenas.
No fim de seu discurso, sustentando a tese 'antiglobalista', Bolsonaro afirmou, sobre a ONU: "Esta não é a organização do interesse global. É a Organização das Nações Unidas". O que o presidente quis dizer com isso, e em que medida as suas palavras desafiam o princípio do multilateralismo?
Essa parte do discurso contesta a evidência: que existem problemas globais, planetários, que transcendem a esfera e o poder de qualquer país a título individual e só podem ser equacionados em instituições do sistema da ONU com vocação global. É o caso do aquecimento global, proveniente da atmosfera do planeta, das questões de refugiados, das migrações, do tráfico de drogas, de pessoas, do crime organizado em âmbito mundial e outros do gênero. Se tais questões não podem ser tratadas na esfera da ONU, a mais universal e abrangente de todas as instituições, com quase 200 países-membros, onde poderiam ser tratadas?
Num momento do discurso, Bolsonaro leu uma carta do Grupo de Agricultores Indígenas, de tom elogioso à sua política indigenista. Como o sr. enxerga as políticas do governo para os povos indígenas?
Em todos os grupos sempre se encontram diferenças de posições. No entanto, a maioria esmagadora dos povos indígenas reclama, como primeira condição de uma política indigenista adequada, a garantia das terras ancestrais. A orientação de Bolsonaro é o oposto da propugnada pelo Marechal Rondon, que se baseava na garantia da terra e da cultura dos povos originários. O governo atual é cúmplice dos mais retrógrados setores rurais interessados em avançar nas terras indígenas. A hipocrisia da atitude do governo fica patente quando o presidente repete que não concederá um centímetro a mais de terra aos indígenas, embora isso decorra de um direito inscrito na Constituição. Se fosse verdade que o governo se preocupa de fato com a modernização da vida dos indígenas, não se compreenderia que ele negasse aos indígenas sua melhor garantia de sobrevivência: a posse das terras que lhes permita manter seu estilo de vida e cultura.
Como disse Rodrigo Maia, este é um governo vazio de projetos, sem propostas. Acrescento eu, só tem um projeto, o de demolição do passado.
O presidente adotou tom reativo, atacando antecessores e acusando uma ameaça socialista. Em que medida essa disputa narrativa pelo passado é importante para legitimar as ações do seu governo?
O presidente já disse várias vezes que "o Brasil não é um terreno vazio onde se possa construir alguma coisa, mas um terreno onde é preciso primeiro desconstruir, destruir muita coisa". Como disse Rodrigo Maia, este é um governo vazio de projetos, sem propostas. Acrescento eu, só tem um projeto, o de demolição do passado. A ameaça socialista, comunista, do Foro de São Paulo, não passam de moinhos de vento confundidos com gigantes. Um dos aspectos mais chocantes do discurso é a referência aos presidentes anteriores, acusados de comprarem parte da mídia e do Parlamento. Jamais antes um presidente brasileiro lavou assim roupa suja em público, trazendo ao maior foro mundial as questões mais sórdidas de política interna. Mais uma evidência de que o discurso mirou o público interno e a política doméstica brasileira.
Na última segunda-feira, o deputado federal Eduardo Bolsonaro se reuniu em Nova York com Steve Bannon, ex-estrategista da campanha de Donald Trump. Eduardo é considerado o líder sul-americano de "O Movimento", grupo liderado por Bannon que almeja uma aliança nacional-populista global. Como o sr. vê a proximidade do bolsonarismo com esta figura?
A influência da "franja lunática" de Bannon mancha a tradição da política externa brasileira, caracterizada no passado pelo equilíbrio, o senso de proporções, a edificação do consenso. Ao incorporar as teses conspiratórias de Bannon ao discurso diplomático, o ministro (Ernesto) Araújo desmoraliza o Brasil perante o mundo civilizado.
Caso seja aprovada a indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada em Washington, haveria risco à soberania nacional em razão de sua proximidade com Trump e da sua adesão ao projeto de poder paralelo liderado por Bannon?
O pior defeito de um embaixador é se identificar mais com o governo do país onde está servindo do que com seu próprio país. Eduardo Bolsonaro já deu mostras disso ao declarar à Fox News que apoiava a construção do muro para conter imigrantes na fronteira com o México e ao declarar que sentia vergonha pelos imigrantes brasileiros ilegais. Um embaixador desse tipo, ainda por cima filho do presidente, poderá ser o veículo de propostas de Trump para manipular o Brasil em manobras contra países vizinhos. O risco é que ninguém ficará sabendo até ser tarde demais, pois as propostas não passarão pelo crivo de outras autoridades.
Conforme mostrou o UOL, no início de setembro, a ministra Damares Alves foi a Budapeste participar da "Cúpula da Demografia", evento que reuniu figuras da extrema direita europeia como o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán. Como o sr. enxerga este alinhamento internacional do Brasil ao discurso anti-imigração e nativista da extrema direita europeia?
É um alinhamento antinatural, uma vez que o Brasil é hoje um país com mais de dois milhões de cidadãos vivendo e trabalhando no exterior, necessitados, portanto, de proteção. Exatamente o contrário da política xenófoba, de hostilidade aos imigrantes da extrema direita europeia e norte-americana.
O Itamaraty sempre foi considerado uma burocracia autônoma. Com a sua experiência de diplomata e ex-embaixador, o sr. entende que os diplomatas profissionais são capazes de mitigar as consequências negativas da abordagem de Bolsonaro em política externa?
O Itamaraty se encontra hoje "aparelhado" pelos elementos de extrema direita seguidores de Bannon, Eduardo Bolsonaro e do chanceler (Ernesto Araújo). Os subsecretários e outros funcionários em posições de chefia são em geral profissionais competentes, sérios, capazes. É limitado, porém, o que poderão fazer para tentar mitigar as consequências negativas da política externa. Um bom exemplo é o destino dos acordos de livre comércio do Mercosul com a União Europeia e a EFTA. Por maiores que sejam os esforços dos diplomatas profissionais, será quase impossível convencer os governos europeus a submeter os acordos ao exame e à aprovação dos parlamentos.

O último anel


Anel fez polícia descobrir preso que liderava facção e ataques no Ceará

Anéis levaram à prisão de mandante de ataques no Ceará - Reprodução
Anéis levaram à prisão de mandante de ataques no Ceará Imagem: Reprodução
Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, em Maceió
27/09/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Ceará vive nova onda de ataques, e polícia busca responsáveis
  • Um deles foi encontrado graças a anéis usados pelos líderes de uma facção
  • Polícia já havia apreendido 6 anéis e identificado 5 integrantes
  • O último foi encontrado pelo serviço de inteligência da PF
Uma operação da PF (Polícia Federal) ontem pôs fim à busca de investigadores cearenses por um dos fundadores e líderes da facção GDE (Guardiões do Estado). O grupo criminoso é apontado como responsável pelos atentados que desde sábado atacam prédios, veículos e estruturas públicas.
Chegar até esse homem, no entanto, requereu investigação e mobilização do setor de inteligência da polícia. O mandante estava detido em um presídio na pequena Limoeiro, no interior de Pernambuco. E tudo começou com um anel encontrado com outro líder da facção, sobre o qual se tinha apenas o apelido: "Siciliano".
Não era apenas um anel, mas seis anéis de ouro —no valor aproximado de R$ 7.000 cada um— que foram apreendidos em abril. Eram iguais, mas traziam identificações de seus donos. A similaridade chamou a atenção dos investigadores. Mais detalhes das peças foram conseguidos após extraírem dados dos celulares apreendidos com suspeitos.
Segundo as investigações, os anéis foram encomendados por um líder da GDE chamado "Barrinha" e eram usados para identificar os seis chefes da facção. Cinco já eram conhecidos. Faltava descobrir a identidade de "Siciliano". Não havia muitas pistas, só o apelido.
Foram três meses para que o setor de inteligência chegasse ao paraibano Ednal Braz da Silva, 45. O suspeito estava preso desde 2013 sob acusação de explosão a um banco em Pernambuco.
"Quando pegamos os anéis, estava faltando apenas um membro. Tínhamos só o apelido 'Siciliano', sem identificação. As informações apontaram que ele era Ednal Braz", contou um integrante da equipe de inteligência, sob condição de anonimato.

Mandante de ataques de dentro da cadeia

Segundo apurou o UOL, Braz foi preso pela polícia pernambucana no município de Surubim, em setembro de 2013. Ele e o irmão foram acusados de explodir caixas eletrônicos no Recife e no interior do estado.
Com a dupla foram apreendidos bananas de dinamite, cordéis de detonação, três pistolas e uma quantia em dinheiro queimado. Para os policiais, os irmãos estavam prontos para explodir caixas eletrônicos em Surubim.
Segundo as autoridades, "Siciliano" não só faz parte do seleto grupo de líderes da GDE como comandou de dentro da cadeia pernambucana os ataques a torres de energia na Grande Fortaleza, em abril. Também é tido como mandante da nova série de atentados no Ceará.
Com a descoberta, o MP-CE (Ministério Público do Ceará) pediu à Justiça para expedir um mandado de prisão preventiva contra "Siciliano". Como já estava detido, Siciliano só terá de responder a um novo inquérito.
Apesar de a informação ainda estar sob sigilo, "Siciliano" deve ser transferido para um presídio federal. O Ministério da Justiça e Segurança Pública já disponibilizou vagas para presos que ordenaram ataques.
"Coincidiu com os ataques de agora, mas a operação era inicialmente para investigação dos ataques às torres em abril", afirmou o delegado federal Samuel Elânio de Oliveira, chefe da operação.

Celular escondido

Celular encontrado escondido dentro de uma estrutura de madeira em cela de mandante de ataques de facção no Ceará - Reprodução
Celular encontrado escondido dentro de uma estrutura de madeira em cela de mandante de ataques de facção no Ceará
Imagem: Reprodução
Em Pernambuco, a PF foi ao presídio para informar "Siciliano" sobre o novo mandado de prisão e fazer buscas.Um vídeo feito por policiais mostra o momento em que agentes encontraram um aparelho celular dentro de uma estrutura de madeira em sua cela.
Questionada, a PF em Pernambuco informou que não poderia dar detalhes para não ajudar demais detentos a repetirem a infração.
Segundo a PF no Ceará, "Siciliano" e os demais suspeitos devem responder pelos crimes de dano, incêndio e participação em organização criminosa.
"Siciliano" foi identificado como o único dos presos a ter um celular. Os outros suspeitos teriam dado ordens por meio de visitas ou de advogados.
Procurada, a Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará informou que atua para retirar todos os celulares dos presídios. Desde janeiro, diz, já recolheu 5.907 celulares. "No primeiro mês, foram mais de 2.500; no último, apenas 190. A ideia é zerar esses números", informou a pasta.