Boicote a vodca se espalha nos EUA por repressão a gays na Rússia 13

Ativistas da causa homossexual despejaram vodca em uma rua de Nova York, na quarta-feira, em protesto contra novas leis russas que atingem os homossexuais, e vários proprietários de bares gays nos EUA decidiram parar de vender vodca russa.
"Os boicotes são estabelecidos por uma razão. Estamos tentando influenciar a mudança, e talvez mudar o que está acontecendo na Rússia", disse Chuck Hyde, gerente-geral do Sidetrack, maior bar gay de Chicago, que parou há uma semana de vender a vodca Stolichnaya.
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Imagens do dia - 1º de agosto de 2013

Ativistas da causa homossexual despejam vodca em uma rua de Nova York, no Estados Unidos, na quarta-feira (31), em protesto contra novas leis russas que atingem os homossexuais. Vários proprietários de bares gays nos Estados Unidos decidiram parar de vender vodca russa Justin Lane/EFE
O boicote foi convocado na semana passada por ativistas da causa gay e pelo colunista de conselhos sexuais Dan Savage, de Seattle, em resposta à violência homofóbica e às leis restritivas na Rússia. Desde então, os proprietários da maioria dos bares gays, de San Francisco a Nova York, decidiram parar de servir a Stolichnaya e outras marcas de vodca russa.
Em Nova York, ativistas se reuniram na quarta-feira em frente ao consulado russo com cartazes que diziam: "Vodca russa: infundida com ódio". Garrafas de vodca russa foram esvaziadas na calçada.
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Veja os protestos das ativistas do Femen pelo mundo

1º.ago.2013 - Policial carrega ativista do grupo Femen (grupo feminista famoso pelos protestos com o uso de topless), após manifestação em frente à embaixada da Rússia em Estocolmo, na Suécia, nesta quinta-feira (1º). As ativistas protestam contra um projeto de lei anti-gay na Rússia e a estigmatização dos homossexuais Jonas Ekstromer/AFP
Um dos motivos para o boicote foi a denúncia feita em maio por investigadores russos de que um rapaz de 23 anos teria sido torturado e morto após revelar a um amigo que era homossexual.
Em junho, o presidente Vladimir Putin sancionou uma lei que proíbe a "propaganda" homossexual, algo que críticos dizem que na prática impedirá as paradas GLBT e poderá servir para que promotores processem qualquer um que manifestar apoio aos homossexuais. Putin também proibiu que casais do mesmo sexo adotem crianças na Rússia.
O principal alvo do boicote é a Stolichnaya, embora o fabricante da bebida diga apoiar os direitos dos homossexuais.
Em carta aberta divulgada um dia depois de Savage propor o boicote, o executivo-chefe do grupo SPI, dono da marca, distanciou a empresa das políticas do Kremlin e salientou que o governo russo não tem participação alguma na companhia, cuja sede fica em Luxemburgo.
"A vodca Stolichnaya sempre foi e continua a ser apoiadora fervorosa e amiga da comunidade LGBT", escreveu Val Mendeelev. "Também agradecemos à comunidade por ter adotado a Stoli como sua vodca de preferência."
A Rússia sediará a Olimpíada de Inverno de 2014, em Sochi, mas Savage escreveu numa coluna na semana passada que boicotar esse evento não seria prático nem necessariamente desejável.
"Há algo que podemos fazer bem aqui, bem agora, em Seattle e outras cidades dos EUA, para demonstrar nossa solidariedade com os ?queers' russos e com seus aliados, e para ajudar a chamar a atenção internacional para a perseguição a gays, lésbicas, bissexuais, pessoas trans e aliados héteros na Rússia cada vez mais fascista de Putin: JOGUE FORA A VODCA RUSSA", escreveu Savage.
O colunista está de férias e não respondeu de imediato a um email, na quarta-feira, pedindo para comentar a adesão ao boicote.
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Lei contra propaganda gay provoca manifestações a favor e contra na Rússia

11.jun.2013 - Manifestantes a favor e contrários à lei que proíbe "propaganda" entram em confronto em frente ao prédio da Câmara Baixa do Parlamento russo, nesta terça-feira (11), em Moscou. Os deputados russos aprovaram duas leis que pune qualquer ato de "propaganda" homossexual em frente a um menor de idade e que reprime "ofensas aos sentimentos religiosos" Leia mais Maxim Shemetov/Reuters

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