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Capa do jornal OEstadoCe

 


Bom dia


O dia - Essa boniteza até dá dica de que pode chover. Ainda não tem um bentinho de chuva, mas já tem sol disputando espaço neste sábado. É uma briga meio desigual. Diz que é melhor morrer lutando que esperar o garrote vil na jugular.

Café: cotações nas alturas num momento em que oferta também cresceu

 


O tarifaço de 50% imposto pelos EUA ao café brasileiro detonou um curto-circuito no mercado global: com o Brasil, o maior produtor do mundo, forçado a redirecionar cargas e renegociar bases, os futuros de arábica dispararam quase 35% desde o início do mês. É a maior alta mensal desde 2014.
O rearranjo de rotas, prêmios por lotes ainda isentos do tarifaço e fretes mais caros reprecificaram a cadeia inteira. As torrefadoras dos EUA já sinalizam repasses, deixando o consumidor americano no centro da tormenta, à beira de novos aumentos nas gôndolas. Os futuros do arábica, variedade mais valorizada no mercado, saltaram de US$ 2,842 por libra (1 libra = 0,4536 kg) em 1º de agosto para US$ 3,757/libra no fechamento de ontem.
O que torna a disparada de preços particularmente bizarra é que o movimento ocorre em agosto, mês de pico da colheita, quando a maior quantidade de sacas no mercado deveria estar pressionando as cotações para baixo.
Segundo dados da Cooxupé (Cooperativa de Guaxupé), no sul de Minas, uma das principais zonas produtoras do mundo, a colheita já alcançou 91% das lavouras. O preço do café arábica fechou o dia de ontem em R$ 2.390,00, conforme os dados da Minasul, de Varginha (MG).
O choque já bate à porta do consumidor americano. Segundo a Bloomberg, a J.M. Smucker (dona das marcas Folgers e Café Bustelo) planeja novos reajustes "no começo do inverno" (no hemisfério Norte) para compensar as tarifas. A Keurig Dr Pepper, outra gigante do varejo americano de café, alertou que o impacto ficará mais visível no segundo semestre. E, ainda segundo a Bloomberg, a Westrock Coffee indicou que custos adicionais serão repassados aos clientes.
Para Ricardo Schneider, a disparada dos preços na Bolsa de Nova York pode ser explicada pela preocupação climática com a entrada das chuvas, por relatos de que a safra colhida está um pouco abaixo do esperado e por apreensão com a próxima safra.
"Soma-se a isso a incerteza criada nos EUA. Uma estratégia de proteção do industrial americano, enquanto não há definição, é comprar contratos na Bolsa de Nova York. Se ele vê risco de não conseguir café brasileiro nos próximos seis meses e muitas vezes já até vendeu esse café, ele se protege comprando bolsa e, conforme vai substituindo origens, vai zerando posições", diz Schneider.
Schneider preside o Centro de Comércio do Café do Estado de Minas, uma entidade setorial que reúne mais de 160 associados distribuídos por toda a cadeia do café, incluindo exportadores, comerciantes, transportadoras, corretores, escritórios de advocacia especializados e auditorias.
A safra brasileira de café de 2024 foi estimada em 54,2 milhões de sacas de 60kg, segundo o 4º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na atual safra que já está muito avançada na colheita, a quantidade de sacas que tem chegado aos armazéns e cooperativas mineiras tem sido, segundo Schneider, ligeiramente menor do que no mesmo período do ano passado, com a mesma área colhida, o que deve indicar uma produção menor do que em 2024.
Segundo ele, o fluxo de comercialização em Minas "segue relativamente normal", apesar da incerteza. "Os contratos de exportação hoje são mais curtos (três ou quatro meses). Vendemos, por exemplo, para embarcar em setembro, outubro, novembro. Depois compramos o café correspondente. Esse fluxo está mantido: produtor vendendo, cooperativas vendendo, exportadores comprando — nós mesmos comprando regularmente", afirma.
E faz a ressalva: "O que mudou foi a postergação de embarques já contratados. Empresas americanas pedem para segurar o embarque para não arcar com mais 50% de tarifa agora. Em alguns casos, solicitam o cancelamento ("shelter"): o exportador refaz a conta e propõe a compensação. Há espaço para renegociar. Mas, no geral, ninguém nos EUA está hoje comprando ativamente café brasileiro para embarque rápido por causa da incerteza. Se houvesse certeza de que 'de hoje em diante é assim', o mercado se reorganizaria. Por ora, não há prazo: pode cair amanhã, em um mês ou seis — incerteza é sempre ruim".
Inflação autoinduzida
Na prática, a sobretaxa nos EUA reduziu a atratividade do principal fornecedor global (Brasil), estimulou a busca por origens alternativas (Colômbia e América Central), valorizou carregamentos isentos (cargas brasileiras de café que chegarem aos EUA antes de 5 de outubro) e forçou redirecionamentos para Europa e Ásia.
Brasil e Vietnã, os dois maiores produtores do mundo, vinham de safras mais apertadas desde o ano passado, mas, isoladamente, esse quadro não justificaria uma alta tão brusca em plena colheita brasileira. O tarifaço foi o gatilho, ao encarecer a principal rota que liga as lavouras do maior produtor do mundo em direção ao maior mercado consumidor.
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"Tecnicamente e do ponto de vista de mercado, essa tarifa não faz sentido. A relação Brasil-EUA no café é extremamente saudável e bem alinhada. O café brasileiro é vital: cerca de 30% do café verde importado pelos EUA vem do Brasil — e a presença do grão brasileiro é ainda maior nos blends vendidos no varejo e em cafeterias", explica Schneider.
"Diferentemente de outras tarifas com objetivo de "reindustrializar" os EUA, no café isso não se aplica: cerca de 99% entra como matéria-prima (grão verde) e a industrialização ocorre dentro dos Estados Unidos. Ou seja, o café brasileiro não é problema para o emprego industrial americano. Ao contrário, ele é necessário", racionaliza.
Diferença com o suco de laranja
Uma questão de fundo quando se comparam as commodities exportadas pelo Brasil para os EUA nos últimos anos, salta aos olhos a diferença de tratamento conferida pelo governo Trump para o suco de laranja e o café. O primeiro entrou na lista de exceções enquanto o segundo foi atingido pela sobretaxa.
"No suco, além do importador, houve atuação forte do exportador brasileiro, que é um mercado mais concentrado e com urgência maior por ser perecível. No café, o setor também tem municiado as autoridades com informações sobre impacto e relevância. Falta de informação não há", afirma o presidente da entidade.
"O que será feito com isso, quando e por quem vai ceder primeiro: — se o governo brasileiro vai chamar para a mesa ou se o presidente dos EUA vai temer um impacto inflacionário. Este é o 'x' da questão. A gente monitora o noticiário e já vê comentários sobre encarecimento do café. Mas não há sinalização de mudança até agora", disse.

EXTRADIÇÃO

 


Justiça italiana mantém Carla Zambelli presa durante processo de extradição
Corte de Apelação de Roma considerou grave risco de fuga da parlamentar e ausência de problemas graves de saúde

A Justiça italiana decidiu nesta quinta-feira (28/8) manter presa, em regime fechado, a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Com atuação da Advocacia-Geral da União (AGU), que demonstrou a legalidade da prisão para fins de extradição para o Brasil, a Corte de Apelação de Roma não acatou pedido da defesa para libertação ou prisão domiciliar de Zambelli.

Na decisão, o juízo consignou que é de significativa relevância o risco de fuga da deputada, considerando que ela entrou no território italiano pouco tempo depois da decretação de sua prisão preventiva no Brasil. A prisão foi ordenada em cumprimento à sentença proferida em 4 de junho de 2025, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A justiça Italiana descreveu esse risco de fuga como de mais alto grau, o que, conforme a decisão, torna irrelevantes alegações apresentadas pela defesa da parlamentar.

A Corte de Apelação de Roma também considerou que não estão comprovadas a alegação de injusta condenação no Brasil. Segundo os juízes italianos, Zambelli parece nunca ter cultivado reais interesses na Itália, como demonstra seu desconhecimento da língua italiana, o que exigiu, inclusive, a nomeação de um intérprete para as audiências. A decisão ainda citou trechos de entrevista concedida por Carla Zambelli à imprensa italiana, no dia da sua prisão em Roma, na qual a parlamentar citou que a polícia não conseguiu encontrá-la; que teria que mudar de casa; e com pedido para não deixar as pessoas saberem de seu endereço no país.

Em relação às alegações de graves problemas de saúde, que pudessem impedir a manutenção da prisão, perito nomeado pela Corte de Apelação não encontrou prova que afaste a detenção da parlamentar na Itália, enquanto durar o processo de extradição para o Brasil. Em especial, com referência ao transtorno depressivo, de acordo com a decisão, não foram encontradas evidências que sugerissem desejo de automutilação ou comportamento anticonservador na deputada, sendo que outras condições como tendência a mau humor e distúrbios do sono podem ser tratadas e revisadas em terapias e consultas.

Alegações rejeitadas

A defesa da parlamentar havia questionado a prisão cautelar sob três alegações principais, todas rejeitadas pela Corte de Apelação da de Roma após manifestações da AGU. Assim, não foram acolhidos os argumentos de falta de condições de saúde adequadas para que a deputada aguarde o processo de extradição no cárcere italiano, a inexistência de um pedido internacional de prisão válido e a ausência de solicitação formal de extradição.

Condenações

Carla Zambelli foi condenada duas vezes pelo STF. Na primeira, a dez anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. Foi após esta condenação que a parlamentar fugiu para Itália, onde acabou presa em julho, após cooperação entre autoridades brasileiras e italianas.

Na segunda condenação, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, foi fixada pena de 5 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial semiaberto, além do pagamento de multa correspondente a 400 salários-mínimos vigentes à época dos fatos (2022), com devida atualização monetária. A decisão também determinou a perda do mandato parlamentar, a ser efetivada após o trânsito em julgado da condenação (quando não houver mais possibilidade de recurso).

Assessoria Especial de Comunicação Social da AGU

Precisava dizer?


Camex irá preparar em 30 dias plano brasileiro de retaliação aos Estados Unidos
Governo Lula aciona lei de reciprocidade após Donald Trump impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
247 – O Brasil deu início a um processo formal de resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos. Segundo informações da Reuters, o Ministério das Relações Exteriores determinou que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) elabore, em até 30 dias, um plano de retaliação comercial contra Washington. A medida foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representa um endurecimento da postura brasileira diante das políticas adotadas pelo presidente norte-americano Donald Trump.
A iniciativa se apoia na lei de reciprocidade, aprovada pelo Congresso no início de 2025, que estabelece um marco legal para que o Brasil possa reagir a medidas unilaterais que prejudiquem suas exportações. A legislação permite ao governo aplicar contramedidas, como sobretaxas equivalentes sobre bens e serviços de países que adotem práticas consideradas desleais.
Até então, a reação brasileira estava restrita ao âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), por meio de consultas formais. Com a autorização de Lula, porém, o Brasil passa a preparar uma estratégia de retaliação direta. Caso a Camex valide o uso da lei, um grupo de trabalho interministerial será encarregado de definir quais setores norte-americanos serão alvo das medidas.
O governo dos Estados Unidos deverá ser comunicado oficialmente já nesta sexta-feira (29) sobre a abertura do processo. De acordo com a Reuters, produtos como suco de laranja e aeronaves, importantes itens da pauta exportadora brasileira, ficaram de fora da tarifa de 50% imposta por Trump. No entanto, outros segmentos industriais foram atingidos, e representantes do governo brasileiro se queixam da falta de espaço para negociação com Washington.
Trump justificou as sobretaxas acusando o Brasil de adotar “práticas comerciais injustas” e chegou a afirmar que o país conduz uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que responde a processos por participação em tentativa de golpe de Estado.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, responsável por supervisionar a Camex, não comentou o assunto até o fechamento da reportagem.

Agora tem Especialistas, em Sobral

 


Ministério da Saúde anuncia adesão da Santa Casa de e Sobral (CE) ao programa Agora Tem Especialistas. Ceará também ganhará novos equipamentos oncológicos
Nesta sexta-feira (29/8), às 10h, em Sobral (CE), o Ministério da Saúde anuncia a adesão do primeiro hospital filantrópico do Ceará ao programa Agora Tem Especialistas. A Santa Casa de Sobral atenderá pacientes do SUS tendo como contrapartida o recebimento de crédito financeiro para abater dívidas federais.
A instituição está entre os três primeiros hospitais privados e filantrópicos a aderirem a esta modalidade do programa em todo o país. A diretora de Programas da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, do Ministério da Saúde, Regina Vianna Brizolara, atenderá a imprensa no local.
Na agenda, também será apresentado o resultado do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), voltada a aquisição de equipamentos para o Ceará.
Com participação de outras autoridades do Ministério da saúde, o anúncio acontecerá de forma simultânea em sete estados, além do Ceará: Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná.
SERVIÇO
Resultado do Pronon e adesão de hospitais privados e filantrópicos ao Agora Tem Especialistas
🗓️ Data: 29/08/2025 (sexta-feira)
🕚 Horário: 10h

AGU participa de mutirão de conciliação em processos ambientais no Ceará

 


Articulada pela PGF e CNJ, Semana da Pauta Verde promoveu 72 audiências para soluções consensuais em litígios com Ibama e ICMBio
Foto: Divulgação /Justiça Federal no Estado do Ceará
A Advocacia-Geral da União (AGU) participou de um mutirão de conciliação em litígios ambientais no Ceará entre quarta (20/8) e sexta-feira (22/8) da semana passada. Coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Semana da Pauta Verde realizou 72 audiências de conciliação sobre execuções fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As atividades integraram a 3ª Semana Regional de Conciliação e Cidadania do Ceará, organizada pela Justiça Federal no Ceará (JFCE).
Representando o Ibama e o ICMBio, a atuação da AGU foi conduzida pela Divisão de Cobrança Judicial da 5ª Região (DCJUD5), vinculada à Procuradoria Geral Federal (PGF).
Como a negociação de dívidas com as autarquias ocorrem de forma extrajudicial, diretamente nos sistemas da dívida ativa da União, as audiências serviram principalmente para esclarecer dúvidas e informar os devedores sobre os valores e os meios de quitação das multas.
A maioria dos devedores são pessoas físicas, com dívidas pequenas, de até 60 salários-mínimos. Dos 72 infratores intimados pela Justiça, 32 participaram das audiências e parte deles desconhecia a existência dos processos judiciais.
Para a procuradora chefe da DCJUD5, Erica Leitão, a Semana da Pauta Verde representou uma oportunidade para promover “soluções que fortalecem a tutela jurídica do meio ambiente, a racionalização do acervo judicial e a recuperação de créditos públicos de natureza ambiental”.

Feira Fama promove empreendedorismo e cultura em Cascavel neste fim de semana


O evento será na Praça São Francisco com uma programação gratuita e aberta ao público
A cidade de Cascavel recebe a Feira Fama nesta sexta, sábado e domingo (29 a 31/08), sempre das 18h30 às 22h. Em sua terceira edição no ano de 2025, após passar pelos municípios de Irauçuba e Fortaleza, o evento será na Praça São Francisco, no Centro, com uma programação gratuita e aberta ao público. A feira busca promover o empreendedorismo, a cultura e a economia local.
Com o tema "De todo canto pra toda gente", a Feira Fama reúne centenas de expositores dos segmentos de artesanato, moda, gastronomia e agricultura familiar. O evento, realizado pela Femicro-CE em parceria com o Sebrae Ceará, conta com patrocínio do Banco do Nordeste e do SESI, além de apoio institucional da FIEC, Fecomércio-CE (SESC e SENAC), Revista Acontece e da Prefeitura Municipal de Cascavel.
De acordo com a presidente da Femicro Ceará e organizadora da feira, Dalvani Mota, a Feira Fama está sempre crescendo e interiorizando suas ações. “A programação busca aproximar o público dos expositores, do artesanato à agricultura familiar e o Sebrae Ceará é parceiro na realização do evento”. Após a passagem por Cascavel, o circuito da Fama 2025 segue para Sobral, de 3 a 5 de outubro; e Redenção, de 28 a 30 de novembro.
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Cultura, moda e música na programação
A Feira Fama terá um espaço dedicado a desfiles, shows e apresentações artísticas. Na sexta-feira (29/08), a abertura será com o Coco do Balbino e a Escola de Samba Bagaceira, seguida por desfiles inclusivos. A noite se encerra com show da Banda Borogodó.
No sábado (30/08), o Grupo Desequilibradoz fará uma apresentação de circo. A programação inclui desfiles de marcas locais, capoeira e a apresentação do grupo New Choro.
O domingo (31/08) contará com contação de histórias para crianças e desfiles de moda praia e urbana de marcas de Cascavel e região. A programação musical terá DJ Marcelo Di Castro e Banda Brasílis. A programação completa do evento, incluindo as oficinas e aulas-show, pode ser consultada no Instagram da Feira Fama @feirafamaoficial.

PEC de Léo Suricate inclui direito à internet “segura e livre” no Ceará


Proposta coloca conexão à rede entre direitos fundamentais. Matéria tem amplo apoio na Assembleia Legislativa, com assinaturas de 31 deputados
O deputado estadual Léo Suricate (PSOL) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Ceará para tornar o acesso à internet um direito fundamental no estado. Depois de obter 31 assinaturas de deputados na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), da base e da oposição, a matéria começou a tramitar na Casa nessa quinta-feira (28).
Chamada de "PEC da Internet Livre", a proposta adiciona o inciso XXI ao Artigo 14 da Constituição Estadual, incluindo como princípio do Estado do Ceará a "garantia do direito à internet segura e livre como ferramenta de acesso à informação, educação e participação cívico-democrática". Na prática, a mudança faz com que o acesso à internet esteja entre os valores e tarefas do Estado, assim como a garantia de educação gratuita, saúde pública, assistência social, entre outras listadas nesse trecho da Constituição Estadual.
Na justificativa da PEC 05/2025, Léo afirma que incluir o acesso universal e igualitário à internet como princípio fundamental da Constituição Estadual é um passo crucial para consolidar avanços, reforçando o compromisso do Poder Público com a inclusão digital e assegurando que todos os cidadãos cearenses possam participar plenamente da sociedade do conhecimento. "A aprovação desta PEC tornará o acesso à rede uma obrigação do Estado, promovendo a universalização e permitindo que o Ceará continue sendo um exemplo de desenvolvimento social e tecnológico".
Como deputado suplente na Alece, Léo Suricate afirmou na sua posse, em 12 de agosto, que uma de suas pautas no mandato seria a democratização do acesso à internet, além do debate sobre segurança nas plataformas digitais. Ativista, integrante de movimentos sociais e influenciador, conhecido por trabalhos como a página "Suricate Seboso", o deputado defende que a conectividade é condição indispensável para garantir educação, trabalho, justiça e participação social.
Em entrevista ao O Estado, Léo defendeu que o Ceará já é uma referência no tema no quesito "técnico", mencionando o Cinturão Digital, que desde 2008 expande a rede em alta velocidade para todos os 184 municípios, beneficiando mais de 80% da população urbana do estado. Entretanto, ele aponta desafios como o fato de que algumas populações no estado, em especial, as periféricas e interioranas ainda enfrentam barreiras para acessar a internet, seja pela baixa qualidade do serviço ou pela ausência completa de conexão.
"Acho que o Ceará pode ser uma referência para o Brasil, assim como foi no debate sobre a liberdade, ganhando o nome de Terra da Luz", disse, lembrando o pioneirismo do estado na abolição da escravidão no país. A ideia, segundo Léo, ao fazer essa mudança na Constituição do Estado, é também, transformar a democratização da internet em projeto de Estado, não apenas de governo, consolidando um legado duradouro para as próximas gerações.
O texto da proposta lembra que a conexão à internet já é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela legislação brasileira como um direito humano. A Constituição Federal assegura a liberdade de informação para todos os cidadãos. Além disso, o Marco Civil da Internet, aprovado em 2014, estabeleceu o acesso à internet como um direito de todos e essencial à cidadania.
Com a tramitação já iniciada, a PEC seguirá agora para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), da Procuradoria da Assembleia e das comissões técnicas. Caso aprovada, será encaminhada para votação em plenário, em dois turnos. Para ser aprovada, precisa do apoio de 28 dos 46 deputados em cada turno. Com a promulgação da Assembleia, o novo texto passa a fazer parte da Constituição do Estado.

Já virou

 


Oscar, prefeito de Sobral exercitou seu direito de virar. Virou ligeiro para os lados do Governo, abraçando o governador Elmano, levando o filho Moses na garupa da montaria. Resta saber se vai entregar as promessas de amor eterno.