A velha direita se infiltra
Domingos Neto assume coordenação da bancada cearense no Congresso Nacional
Cid sobre relação política com Ciro: “estou onde sempre estive”
O dia
O dia - Sérgio Jaguaribe, quer dizer, Jaguar , deixou a gente aos 93 anos. Ilustrou a vida e a morte, sempre com a cerveja amiga a bordo. Só fez um pedido: joguem minhas cinzas pelos bares onde bebi. Penso eu: o Rio tem muito pé de balcão pra pouca cinza. Deve servir sua história... Há pessoas que serão mais que cinzas.
Coluna do Macário Batista para 25 de agosto de 2025
A cada duas famílias que recebem o Bolsa Família, uma deixa o mercado de trabalho.
É o que mostra um estudo do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), conduzido pelo pesquisador Daniel Duque, ao analisar os efeitos do programa após a ampliação do valor médio do benefício para cerca de R$ 670, em 2023. Segundo Duque, entre as pessoas que podem receber o Bolsa Família, a taxa de participação no mercado de trabalho teve uma queda de 11%, se comparado ao grupo que não está apto a receber o benefício. O estudo aponta que as chances de estar ocupado e de ter um emprego formal caíram 12% e 13%, respectivamente, entre os beneficiários recém-incluídos. O impacto é concentrado em homens jovens de 14 a 30 anos, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. “O governo tem acesso às informações de emprego formal, diferentemente das ocupações informais. Evitar um emprego formal que potencialmente torne a família inelegível ao Bolsa Família é uma preocupação geral”, afirma Duque. O pesquisador da FGV acrescenta que, apesar das regras de desligamento gradual, “a percepção de risco sobre a renda segura do Bolsa Família pesa mais em muitos casos do que o apego à renda de um trabalho formal”. “O primeiro emprego dos jovens é uma das experiências mais importantes para a trajetória de renda ao longo da vida. O adiamento reduz o aprendizado de habilidades socioemocionais, disciplina e experiência prática, impactando negativamente o capital humano. Esse custo vai além de não receber o salário naquele momento”, explicou Duque. Segundo ele, estudos internacionais mostram que atrasar a entrada em um emprego formal pode reduzir a produtividade e os salários futuros. “Temos evidências de que adiar um ano o primeiro emprego formal tem impacto quase tão alto quanto perder um ano de escolaridade. No longo prazo, isso pode reduzir a renda em cerca de 10%”, afirmou. O pesquisador também analisou as razões para a maior queda no Norte e Nordeste. Duque afirma que a decisão de trabalhar ou não depende do quanto se pode ganhar no mercado e fora dele, e o ticket do programa aumentou bastante, especialmente “nos lugares onde os salários são mais baixos, como essas regiões, o benefício quase iguala a remuneração de mercado. São esses jovens que mais saem do trabalho formal”.
A frase: "É a chuva que faz as flores crescerem, não o trovão". Pra quem pensa que falando alto ganha a briga.
Novo na Sudene (Nota da foto
A solenidade de posse do superintendente, Francisco Alexandre, será realizada na próxima segunda-feira (25), às 10h30, no auditório do Moinho Recife Business & Life, no Recife (PE). A cerimônia será presidida pelo secretário-executivo do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro, com a participação de lideranças políticas, representantes de entidades classistas e da sociedade civil organizada.
Só pareceu
Quem ficou perguntando o que Galvão fez pelo Ceará, dirigia a indagação a Romeu Aldigueri, presidente da Alece. Romeu presidiu com finesse a sessão de outorga, a indicação foi do ex-Presidente, hoje prefeito Evandro Leitão.
Morrinhos, quem diria
Cidade meio escondida no entroncamento de caminhos pra Sobral e Acaraú, numa curva de estrada, marcou a moda do Ceará com uma semana de novidades no polo de confecções, no meio deste mês. Aplaudidíssimo.
Aos abraços
Teve até gente pensando que Cid Gomes seguiria o irmão Ciro no arranca rabo dele, Ciro, com Camilo Santana. Ledo engano. Os dois estão conversando muito sobre as eleições do ano que vem. Juntos, em parelha.
Malafaia volta a ameaçar Moraes: "vai cair"
Um dia depois de ser alvo de operação da Polícia Federal e ter o celular apreendido, o empresário da fé Silas Malafaia voltou a ameaçar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Durante um culto na Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec) da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, ele afirmou que Moraes "vai cair". A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo.
Bom dia
Um dia, na companhia do saudoso amigo Pedro Anísio, jornalista e autor de histórias em quadrinhos, Pai do super herói brasileiro "O Judoca", com a sublime ilustração de Monteiro Filho que o Mino sabe bem quem foram, fui à EBAL-Editora Brasil América Limitada, a convite do Naumim, filho do velho e querido "Seu Aizen", o criador daquela que foi a maior editora de HQ da América Latina. Aquele dia marcaria para sempre o jornalismo que até então eu conhecia. Era 1968 e vivíamos os anos de chumbo da ditadura mas o Pasquim salvava a pátria. O convite era exatamente porque o Pasquim iria entrevistar "Seu Aizen". Lembro que chegamos cedo, tipo 10 horas da manhã e já rolava mãozadas de uísque e cerveja. E umas coisas gostosas pra beliscar. Um clima da mais absoluta descontração. De conversas altas e comentários sobre personagens das HQ, irreverentes e generosos, geniais e maldosos. Impossível não ter esse tipo de conversa, afinal estavam lá Ziraldo puxando a turma e o Jaguar chupando a cerva em estado de graça. Ali conheci o maior celeiro de resistência à época, correndo todos os riscos. No meio deles o que viria a ser meu colega de BB, o Jaguar. Ali, conheci de onde vinham o Flicts, o Sig, o Pif Paf. E me fiz amigo do imenso Ziraldo. A resistência maior, entretanto, ficava no humor debochado, curioso, irreverente, valente e político do Jaguar, o Sérgio Jaguaribe que ontem, aos 93 anos, trabalhando até a ultima hora foi se juntar aos outros daquela turma. Será que estou sendo poupado para estas lembranças? Se for por merecimento aceito. Sim: ia esquecendo da entrevista. Jogaram uns 10 gravadores sobre uma mesa de centro, "Seu Aizen" num canto e os malucos a fazer perguntas pertinentes e impertinentes. Quem botou aquilo, depois, numa máquina de escrever, só Deus sabe. Até ser feita, eu vi. Eu estava lá.
O dia
O dia - Agora inventaram essa tal IA que está levando o jornalismo sério a patamares assustadores. Você escreve A, mudam pra B. Vc ouve coisas que não são ditas e vê coisas que não foram feitas. Tá difícil de ler ,ver, ouvir e até falar pois podem copiar tua voz dizendo palavras nunca faladas. Feliz de quem desconfia e só publica o que checa. Mas, como é domingo...também não muda nada. A bandidagem continua agindo. E olhe que nem falei das dezenas de tentativas de golpe que pulo por dia.
Bom dia
“Bolsonaro estará na Papuda e a extrema direita vai sabotar as eleições”, diz João Cezar
Extrema direita prepara boicote à disputa presidencial de 2026, concentrando forças no Senado e tentando deslegitimar o pleito, diz João Cezar de C. Rocha.
247 - Em entrevista ao Boa Noite 247, o professor da UERJ João Cezar de Castro Rocha afirmou que Jair Bolsonaro dificilmente estará na disputa de 2026 e que sua ausência será usada pela extrema direita para contestar a legitimidade do processo eleitoral. “Agora o Bolsonaro… porque ele não estará na [cédula], ele estará na Papuda”, disse, em referência à expectativa de condenação judicial do ex-presidente. Segundo o historiador, a estratégia será transformar essa condição em um argumento de deslegitimação do pleito, criando a narrativa de que uma força política popular teria sido “alijada” da disputa.
O pesquisador destacou que, a partir dessa lógica, a extrema direita pretende esvaziar a eleição presidencial e transferir seu peso político para o Senado. O objetivo seria construir uma base sólida que permita enfrentar o Supremo Tribunal Federal e sustentar projetos de anistia ou confrontos institucionais. “O Senado para manietar o Judiciário”, afirmou, ao recordar declarações recentes de lideranças bolsonaristas. Ao mesmo tempo, governadores como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ratinho Júnior e Ronaldo Caiado são descritos nas redes bolsonaristas como parte do “sistema”, tese usada para justificar a ausência de apoio presidencial a qualquer candidatura alternativa.
Na avaliação de João Cezar, essa mudança de plano representa uma reedição de operações de desestabilização já vistas na América Latina durante a Guerra Fria. Ele relacionou as falas de Flávio Bolsonaro — que declarou que uma eleição sem o pai não teria legitimidade — ao discurso de Eduardo Bolsonaro, que, em conversas divulgadas pela Polícia Federal, chegou a mencionar uma esquadra americana como elemento simbólico de apoio externo. Para o professor, trata-se de uma estratégia articulada com setores do trumpismo nos Estados Unidos. “A tentativa de desestabilização [seria] em acordo com a Casa Branca do Trump”, disse, ressaltando que essa interferência configuraria crime contra a soberania nacional.
O pesquisador observou que a revelação dos áudios e mensagens pela Polícia Federal fragilizou a trama. Segundo ele, a exposição pública retira o fator surpresa e impõe riscos à articulação. Ainda assim, alertou para a continuidade do projeto. “Eu só voto no Bolsonaro, isto é, se o Bolsonaro não estiver na cédula eleitoral, eu considero que a oposição foi alijada. Se a oposição foi alijada, a eleição não tem legitimidade”, explicou, apontando que esse enredo já circula intensamente em grupos de Telegram e WhatsApp ligados ao bolsonarismo.
João Cezar defendeu que o avanço das investigações e o julgamento marcado para setembro resultem em prisões. “Jair Messias Bolsonaro, Walter Braga Netto, Augusto Heleno… prisão, prisão para todos, não há meio termo”, disse, acrescentando que conciliar neste momento abriria espaço para um novo ciclo de instabilidade. Para ele, somente a punição rigorosa pode interromper a escalada golpista que busca naturalizar o absurdo e enfraquecer a democracia.
A leitura do professor é de que a extrema direita aposta na ausência de Bolsonaro como catalisador de uma crise política em 2026. O slogan “só voto no Bolsonaro” não teria como objetivo sua candidatura, mas a criação de um impasse: sem ele na urna, a eleição seria apresentada como ilegítima. “Ele estará na Papuda”, resumiu João Cezar, enfatizando que a prisão do ex-presidente não encerraria o ciclo bolsonarista, mas inauguraria uma nova fase de contestação institucional que exigirá resposta firme das instituições.
